sábado, 14 de abril de 2007

“E antes do 25 de Abril, como era?”





Um grupo de figueirenses de vários quadrantes políticos, sensibilidades e diferentes sectores de actividade, organizou-se num movimento que tem como objectivo manter viva a memória e a importância do 25 de Abril.

Este movimento preparou uma série de actividades e eventos dirigidos não só - mas particularmente - às gerações mais novas, sob o tema “E antes do 25 de Abril, como era?”.

Abrangendo mais do que a própria data de celebração, o programa abre no dia 24 de Abril com a queima simbólica do fascismo, e uma exposição no Tubo d'Ensaio, dedicada à vida política, económica e social vigentes no Estado Novo, e prolongar-se-á noutros eventos que incluem projecções de filmes relacionados com o tema, concertos e tertúlias. Estas tertúlias têm como finalidade pôr à conversa pessoas que viveram activamente esse período com os jovens.

Mais do que uma celebração, é um momento de história viva.

X&Q34

Mais uma etapa cumprida rumo ao sonho

Complexo Desportivo do Cabedelo
Arbitro: Alberto Caixeiro

5 ....................3

Cova- Gala: Pedro Duarte, João Carlos, Ruben, Pedro (cap.), João Pedro, Paulito, Carlos Daniel, Zé Pedro, Fredy, Carlitos, André e Rui
Treinadores: João Camarão e Rui Camarão

Naval: Nini, Marcelo C., Paganini, Pedro Nuno , João Paulo, Mota, David, Marcelo, Rodolfo (cap.), Patrick, Nelson e Ruben
Treinador: Alexandre Paredes

Resultado ao intervalo: 3 – 0
Resultado Final: 5 – 3

Golos: Paulito aos 15m, Carlos Daniel aos 23m, Zé Pedro aos 30m, Carlitos aos 42m, Fredy aos 45m, Pedro Nuno aos 53m e 63m e Pedro (p.b) aos 55m

João Cenáculo Vilela, um resistente


“Companheiros, se eu não voltar, é porque deram cabo de mim”.
Foi com esta frase que João Cenáculo Vilela se despediu dos seus camaradas de presídio, numa das vezes em que foi chamado para mais uma sessão de tortura, nos calabouços da PIDE/DGS.
Mas voltou. E a prova que voltou é que está agora connosco para nos contar que foi preso em cinco ocasiões, nas quais somou nove anos de prisão.
Militante do PCP desde 1933, este familiar de António José de Almeida, o ex-presidente da República, e filho de um militar salazarista, operário vidreiro reformado, lembra-se da primeira vez em que foi transformado em preso político: estava num café em S. João da Madeira, “Café Santos”, a festejar o 1º de Maio com outros colegas de trabalho e, bem entendido, de ideologia.
As prisões sucederam-se por vários motivos, entre 1948 e 1960, ora por denúncia de ser comunista, ora por actividade política descoberta pelo “inimigo”. Conheceu as prisões de Coimbra, de onde é natural, Aljube e Caxias. 33 meses de uma vez, 7 meses de outra, 2 anos, e por aí fora, tudo somado dá 9 anos, e sem qualquer julgamento.
Hás muitos anos que reside na Figueira da Foz.
Com 86 anos de idade, João tem ainda a memória em grande forma, e conta-nos que trabalhou um mês de borla, porque não voltou ao trabalho, depois de dois responsáveis da empresa onde estava o terem convidado para integrar a Legião Portuguesa. Decididamente, uma marca que ele não fumava.
Nem no seu olhar, nem em qualquer expressão do seu rosto, deixa que se note qualquer sintoma de ódio ou de revolta. Nele, que foi um revoltado, mas que, em pleno fascismo, explicou a revolta a um chefe de uma empresa vidreira onde trabalhou: “Sou eu que sou revoltado ou são vocês que não cumprem a lei?”.
Pergunta de um combatente da Liberdade, que a pagou com 9 anos nas prisões fascistas, que ficou sem resposta.
João sorri. Tem a consciência tranquila e está bem com a vida. Como qualquer revolucionário.

Alexandre Campos

sexta-feira, 13 de abril de 2007

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Ontem não foi dia de televisão!...


Não tirei bacharelato, mas também ninguém me trata por bacharel...
Não tirei licenciatura nem doutoramento, mas já aqui me trataram por doutor...
Não tirei mestrado, mas já me trataram por mestre...
Como diria o outro é o "Sistema" em Portugal...
Mas, eu, asseguro, que sou contra o “Sistema”...
Será que a culpa é das novelas do Brasil...
Lá, dr., é alguém com poder e que deve ser respeitado por esse poder...
Em Portugal, ser tratado por dr. ou engenheiro, pelos vistos, pode vir a ser caso de vida ou de morte!...
Mas, só assim, se consegue o respeito dos outros...
Senão, era o caos, éramos todos iguais.. Ganhavamos todos o mesmo... Toda a gente trepava como queria...
Havia de ser lindo, havia!...
Já, assim, é o que é... Ninguém respeita ninguém!..
Mestres? Doutores? Engenheiros? Licenciados? Bacharéis? Técnicos e Técnicos Auxiliares?.. Que importa!...
Devíamos é ser respeitados pelas pessoas que somos...
Os que tiveram e os que não tiveram possibilidades para tirar um curso...
Acabem com os títulos...
Senhor Sócrates: trate mas é do que é importante para os Portugueses.
O Paulo Dâmaso e o Pedro Fernandes Martins que tirem o “cavalinho da chuva”: vocês não são únicos e exclusivos - eu também não me preocupei com a entrevista do Sócrates.
Fui jantar fora!... E arejar as ideias...
Ontem, não era dia de televisão!...

Leitão Fernandes, um humanista discreto



Por detrás do solícito funcionário público do Registo Predial, Manuel Leitão Fernandes era um humanista discreto.
Cidadão figueirense empenhado no bem comum, dedicou-se, ao longo da sua curta vida, ao associativismo, ao jornalismo e à sua paixão pelo cinema. Registamos a sua activa passagem pelo Ginásio Figueirense, foi correspondente de vários jornais nacionais (Diário Popular, Capital, Record ou O Diário onde tinha excelentes relações), colaborou anos a fio na "Voz da Figueira" onde assinava uma coluna denominada "Quinta Coluna", pertenceu à entusiástica equipa de colaboradores do "Mar Alto" 1ª série, ainda antes do 25 de Abril e foi um dos iniciais cabouqueiros do semanário "Barca Nova".
Manuel Leitão Fernandes possuía uma diversificada biblioteca pessoal e um enorme acervo de documentação cinematográfica. Deve-se a ele e a Manuel Catarino o lançamento das bases do Círculo Juvenil de Cinema em 1970, que envolveu um punhado de jovens estudantes figueirenses que, no "Caras Direitas", viam e debatiam bom cinema de quinze em quinze dias, à tarde. É nesse contexto que irá surgir a Semana Internacional de Cinema e, depois, o Festival de Cinema da Figueira da Foz do qual, Leitão Fernandes, foi membro da Comissão Executiva durante as primeiras edições.
Manuel Leitão Fernandes foi sempre um democrata convicto e na papelaria/livraria Carvalheiro, ali ao Jardim, que possuía em conjunto com a sua mulher Celina Carvalheiro, se juntavam, depois da hora do fecho, pequenas tertúlias conspirativas e de divulgação cultural. Era também um pedagogo, no sentido largo do termo, pela paciência e interesse com que se relacionava com os jovens proporcionando-lhes formação e estímulo na descoberta de novos mundos da escrita e da imagem. Foi pela sua mão, que alguns de nós nos aventurámos nos jornais e, cá deixou este gosto pelas palavras e pelas histórias contadas. Se ele fosse vivo creio que estaria connosco nalgum blog de intervenção, sempre na outra margem do poder.
Manuel Leitão Fernandes era, enfim, um homem respeitado e afável, para quem a Amizade era um firme compromisso, uma atitude constante, muito para além das meras palavras de retórica.
P.B.

No texto acima, que o sempre Amigo Pedro Biscaia, a meu pedido, escreveu para recordar um Homem importante nas nossas vidas, pode ler-se a dado passo: “se ele fosse vivo creio que estaria connosco nalgum blog de intervenção, sempre na outra margem do poder”.
Concordo plenamente contigo Pedro. Leitão Fernandes, era receptivo ao novo. Já agora, recordo que era também um excelente fotógrafo.
Foi com Manuel Leitão Fernandes, aí pelo final do ano de 1977, que eu dei os primeiros passos no jornalismo, fazendo uma parceria com ele, numa altura em que se encontrava já doente, como correspondentes do jornal “O Diário” na Figueira da Foz.
Lembro-me, como se fosse hoje, o primeiro trabalho que fizemos em equipa: a cobertura da grande cheia no inverno de 1977, no Baixo Mondego. Foi o meu baptismo no mundo fascinante que é o jornalismo.
Foi ceifado pela morte aos 47 anos, depois de ter lutado estoicamente com uma doença que continua a não perdoar, em Agosto de 1978.
Fica aqui a recordação de um antifascista, um Homem de Cultura e um cavalheiro de uma educação irrepreensível.
A.A
Nota: para ampliar a imagem, basta clicar sobre ela.

Estes, ninguém os cala


Estes quatro amigos da fotografia, não há quem os cale.
Ao invés, os pesados silêncios do tó (da lota) são ensurdecedores.
Curiosamente, além deste, notou-se, em especial, este.
Já agora, que vem a “talhe de foice”: em que dia é a megamanifestação?
È que o pessoal tem de preparar as minis, os coiratos e, claro, os bagaços...
Aos amigos da fotografia é que ninguém os cala!...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Um enigma...Por onde andava o tó (da lota) na Quinta-feira passada, dia 5?..


É que, quando ele surge na ribalta deste blog, com o seu talento inegável, a sua cultura também por demais evidente, a sua graça, o seu desrespeito por convenções, o seu atrevimento, o seu chiste e a sua imaginação delirante, depressa avassala a atenção dos frequentadores deste espaço, atingindo os topes de audiência, pulverizando os adversários.

Fica a pergunta de novo: tó (da lota), por onde andaste no dia em que foi publicado ESTE POST?

A tua ausência foi notada...Oh se foi!...

Logo à noite na RTP e RDP...


“Eventualmente, o primeiro-ministro irá safar-se desta trapalhada, mas o preço a pagar será altíssimo.”
A explicação está AQUI.

"No estado em que as coisas estão, José Sócrates só tem dois caminhos. Um, mais radical: apresenta a sua demissão e pede ao Presidente da República a convocação de eleições legislativas. Aí defrontará Marques Mendes e Paulo Portas e todos os Josés Manueis Fernandes que o querem ver arder em fogo lento. Se ganhar governa tranquilo, independentemente de maioria absoluta ou não. Este caminho tem custos para a economia e para os portugueses, mas maiores custos tem a permanência em exercício de um primeiro-ministro achincalhado; dois, a mais moderada, José Sócrates, explica o seu provincianismo, com simplicidade. A sua necessidade (quando veio do interior) de apresentar, num país medíocre e provinciano, um grau académico consentâneo com os cargos políticos e institucionais que desempenhava, usando o conceito popular (e não o rigor académico) de Engenheiro (em qualquer cidade de província qualquer engenheiro técnico é chamado engenheiro) e, consequentemente, pede desculpa aos portugueses por esse facto. Ao mesmo tempo, dá testemunho do seu empenho em, até ao fim do mandato, prosseguir as políticas e as reformas para tirar Portugal da miséria franciscana em que está atolado.
Depois será julgado, em eleições democráticas, pelos resultados obtidos.
Qualquer outro caminho debilitará a pessoa e o cargo que desempenha."
Será que José Socrates se vai deixar ARDER EM FOGO LENTO?

X&Q23

MONDEGO, VIA FLUVIAL


"Em 1868 tentou-se estabelecer uma carreira fluvial a vapor ligando a Figueira a Coimbra. A façanha voltou a ser tentada pelo cap. da marinha mercante Elísio Santos Fera, em 1872, pretendendo ligar a Figueira a Montemor e, no Inverno, a Coimbra. A pouca navegabilidade do rio e a sua dependência das marés nunca deixaram estes projectos chegar a bom porto.

A via fluvial era, no entanto, a utilizada para ligar as duas margens do Mondego. Havia uma linha que ligava o cabedelo ao cais da Figueira e que só desapareceu com a ponte e outra que ligava os Armazéns de Lavos ao mesmo cais, a qual utilizava o braço sul do rio e que era feita por dois barcos. Existiam ainda outras ligações fluviais como as que ligavam o Canal, a Barra e o Alqueidão à cidade. Do sul trazia-se vinho, leguminosas, batata, fruta, madeira e arroz.

O rio tinha permitido anteriormente a vinda até à foz, em barcos à vela, do produto dos vinhedos do Dão, das laranjas de Coimbra e dos tecidos da Covilhã, Mangualde e Guarda. Para o interior, os barcos levavam sardinha, bacalhau, sal, arroz e figos. Já com o século XX entrado ainda havia uma carreira que ligava Stº Varão à Figueira e que transportava entre cargas, os banhistas que acorriam à praia da Figueira."

In ALBUM FIGUEIRENSE

Um gesto que agradecemos




Este gesto simples, mas cativante, da entrega de um Diploma de Participação no 2º. Torneio da Páscoa 2007 d' O FALA BARATO, como colaborador na divulgação do evento, ao OUTRA MARGEM, não era necessário, pois apenas cumprimos o nosso dever.
Todavia, sensibilizou-nos.

Obrigado.