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quarta-feira, 3 de julho de 2024

Trânsito, estacionamento e lugares deprimentes... (4)

O Diário as Beiras, na sequência da série em curso na Figueira, "Trânsito, estacionamento e lugares deprimentes...", dá hoje conta do "bode expiatório" encontrado por um quase inanimado Partido Socialista figueirense para "uma manobra de diversão", curiosamente a 3 dias da realização de um acto interno - eleições para a concelhia -, acusando a Presidente de Junta de “não ter mão” no seu executivo e esse ser o mal que assola Buarcos e São Julião desde há dezenas de anos, a maior dos quais tendo precisamente o PS como decisor político autarquico - na Câmara e Freguesia.

Porém, desgraçadamente para Partido Socialista/Secção de Buarcos, o problema da 5 de Outubro, o pretexto encontrado para o ataque politiqueiro à Presidente de Junta de Buarcos e São Julião, tem muitos anos e foi agravado com as obras de requalificação urbana da frente marítima de Buarcos, realizadas por um executivo presidido pelo Parttido Socalista.

Vejamos:

1. Em Agsoto de 2020, Teotótino Cavaco, "considerava a rua 5 de outubro, em Buarcos, uma das varandas privilegiadas do concelho da Figueira, um daqueles espaços que nos convida a agradecer a criação de Deus, a desfrutar da envolvência natural, mas também a refletir na permanente ação humana de transformação do espaço, nalguns casos bem conseguida, mas noutros desgraçadamente infeliz, quando não atentatória.
Duas das razões pelas quais me opus terminantemente ao desenho das intermináveis obras, apresentadas como a 1.ª fase de requalificação urbana da frente marítima de Buarcos (e que já custaram mais de 1,5 milhões de euros) são a falta de estacionamento e a não consideração de aquele espaço tem de continuar a permitir uma ligação fluida entre a Figueira e o cabo Mondego (e a praia de Quiaios, desejavelmente).
Mas manda quem pode, e assim a rua 5 de outubro tornou-se num desordenado parque de estacionamento, não cumprindo eficientemente as suas principais finalidades, a de proporcionar acesso a quem lá vive e/ou trabalha, e a de permitir descansados passeios a pé ou de bicicleta.
Defendo, portanto, que a Câmara deve exercer a sua autoridade administrativa, não para proibir a circulação de viaturas na rua 5 de outubro, mas sim para a limitar, de modo a ficar apenas permitido o acesso aos moradores, aos cidadãos com mobilidade reduzida, aos serviços municipais e de urgência, aos táxis e aos serviços de cargas e descargas, estes em período claramente definido. Mas não é preciso pintar a rua!…"

2. David Monteiro, em Agosto de 2020, na altura membro do executivo da autarquia de Baurcos e São Julião, eleito pelo PS,  opinava: "a Rua 5 de Outubro é um bom exemplo de um património único. Com um potencial turístico, bastante diferenciado daquela que é a nossa concorrência nacional. Aquela que em tempo fora parte da ligação entre a Figueira da Foz e o Cabo Mondego, é hoje uma “varanda” privilegiada para observar o mar e o nosso magnífico areal. Aquando da requalificação daquele espaço, houve várias opções tomadas que são bastante questionáveis".

3. João Vaz, antigo vereador não executivo eleito numa lista do Partido Socialista, igualmente em Agosto de 2020.
"A rua 5 de Outubro em Buarcos deveria ser a via mais elegante, bonita e funcional da cidade. Tem a melhor vista para o mar e a praia. Surge de um longo diálogo histórico entre a proteção da terra perante as investidas do mar. Ou seja, aquela zona social de Buarcos tem todas as condições para singrar e fazer nome na costa Atlântica portuguesa. Contudo, a realidade e a “vivência do espaço urbano” ficam muito aquém das expetativas. Porquê? Simplesmente o desenho da via, a forma como se lida com a presença dos carros é incompetente. Entre o estacionamento ilegal e a circulação indevida, os carros manifestamente degradam o espaço.
A Câmara Municipal tem responsabilidade neste estado de coisas. Há muita inércia no controlo do tráfego, poucas medidas (ou nenhumas) eficazes na sua regulação. Há vários exemplos de centros históricos em que se retirou espaço ao automóvel, e se devolveu as ruas às pessoas com espaços pedonais agradáveis de grande qualidade urbanística, e onde o comércio local prospera."
4. Silvina Queiroz, deputada Municipal eleita pela CDU, datada de Agosto de 2020, considerava a "Rua 5 de Outubro em Buarcos: um puzzle de várias peças, três modos de ordenamento. De leste para oeste o primeiro troço, a partir do final da R. Rancho das Cantarinhas até à rotunda, tem sentido duplo. Aqui a via é interrompida e substituída por calçada. Uns metros além recomeça e até à confluência com a Capitão Guerra tem trânsito no sentido oriente ocidente, não permitindo o acesso a esta artéria; é um beco de limitada utilidade, só acesso a estacionamento.
O facto está a matar os poucos comerciantes instalados, por escassez de clientes. A partir deste local a rua é interrompida de novo, voltando a “acontecer” depois. Até à parte elevada das muralhas são apenas autorizadas cargas e descargas entre as 7 e as 16, por 20 minutos, a fim de abastecer o comércio e com acesso a garagens. Na última parte, em direcção ao Tamargueira, as viaturas circulam em ambos os sentidos nos trezentos metros.
Alterações? A população deveria ter uma palavra. Habitam ali muitos idosos que se a rua for fechada ficarão sem acesso motorizado às habitações, com as dificuldades associadas. Como trazer compras, como deslocar-se à baixa da vila? Com o trânsito proibido nem um táxi poderão chamar. No restante da rua: uma confusão. Junto às muralhas, manter-se-ia certamente o que hoje se “exige”. Sendo uma zona eminentemente turística, não me parece mal que não passem por ali constantemente automóveis, por razões de segurança e saúde. Com esplanadas de restaurantes, desagradável será comer sardinhas “sabendo” a combustível!
E as famílias agradecerão ter as suas crianças, sempre buliçosas e imprevisíveis, protegidas do perigo. Mas com este troço fechado como se procede à ligação com o miolo do casario? Ao abrigo do “excepto residentes” que poderia ser a norma? Depois da “interrupção” a situação manter-se-ia obrigatoriamente igual, a menos que se emendassem os erros cometidos. Impensável não haver acesso ao estacionamento junto ao Caras Direitas, impossível impedir o trânsito da Rancho das Cantarinhas! Será que a rua não é bem isto e o Google Maps está desactualizado? Julgo que não!"
Nota de rodapé.
Eu sei que ter memória na Figueira não interessa a ninguém. 
Especialmente aos artistas que pululam os Partidos Políticos...

domingo, 27 de agosto de 2023

Mesmo visto de cima, o perigo que é o Cabedelo depois da "requalificação" é bem visível...

Esta imagem do Município da Figueira da Foz obtida a partir do ar, mostra a nova paisagem do espaço público cimentado que é o Cabedelo. 
"Requalificação" disseram eles! 
Arquitectura de implantação de cimento num sítio em que tal nunca deveria ter sido permitido (estamos a falar de uma duna primária), concretizada através do princípio de quem olha de cima para os espaços a requalificar. 
Sabendo que até as criancinhas agradecem que nos baixemos para falar com elas cara a cara, podemos afirmar o que já sabíamos: esta arquitectura dos implantes de cimento não serve nem respeita a natureza. Escondeu linhas de água, arrasou as sinuosidades do terreno e a vegetação natural, para distribuir cimento, tornando o espaço uma superfície agressiva para quem quer aceder à praia para lá trabalhar: revestiram a maior parte do chão com materiais que nem ao maior pobre diabo lembrariam!..
Duvidam? Perguntem aos maiores utilizadores do Cabedelo: os surfistas. 
Depois, logo a seguir ao molhe, para sul, temos bem definida aquela "barra" que o vídeo (com mais de 75 mil vizualizações) que podem ver abaixo nesta postagem, bem demonstra e alerta pra o perigo que o Cabedelo passou constituir após a tal de "requalificação".
Outubro está quase à porta...

sábado, 12 de agosto de 2023

Complexo Piscina Mar: "antes da alienação, a autarquia reabilitará a estalagem, onde construirá mais um piso. A piscina será explorada pela câmara"

Originalmente denominada de Piscina-Praia, esta emblemática edificação, foi inaugurada a 05 de agosto de 1953.
Foi uma das marcas do desenvolvimento turístico figueirense da década de 50, do século passado. Ainda hoje é um dos ex-libris da cidade.
Durante os chamados anos “dourados”, muitos foram os acontecimentos sociais e manifestações desportivas de relevo que tiveram lugar na Piscina-Praia.
Ali se disputaram, durante vários anos, os campeonatos de Portugal de natação. Também ali decorreu um acontecimento de nível internacional: duas jornadas dos Jogos Luso-Brasileiros, incluindo competições de pólo aquático.
O edifício foi considerado, em 2002, pelo seu interesse arquitectónico, património de interesse público.
Desde que o equipamento passou da Sociedade Figueira Praia para o Município da Figueira da Foz, cumpria Santana Lopes o primeiro mandato na presidência da câmara (1997 - 2001), o complexo turístico foi concessionado em duas ocasiões. No entanto, os projetos de reabilitação não foram concretizados.
Na primeira vez que o complexo foi concessionado, presidia à autarquia Duarte Silva (2001- 2009). 
Foram realizadas obras, incluindo o início de um centro de talassoterapia, mas o contrato acabaria por ser rescindido pelo município. 
A segunda vez atravessou os mandatos de João Ataíde (2009 - 2019) e Carlos Monteiro (2019 - 2021).
Na sessão da Assembleia Municipal realizada em Fevereiro de 2017, foi discutida e votada a concessão do concurso público para a reconversão e exploração da piscina-mar.
A proposta passou, com os votos contra da deputada municipal, PSD Ana Oliveira e da CDU. Absteve-se a maioria da bancada Somos Figueira. Votaram a favor a bancada do PS, e duas deputadas Somos Figueira Vânia Baptista e Carla Eduarda.
A deputada municipal Ana Oliveira fez uma declaração de voto que, na altura, "mexeu" com o presidente Ataíde.
"O meu voto é contra, pois todos os que estamos a votar aqui hoje, teremos que esperar 50 anos para verificarmos se a proposta hoje apresentada da exploração da piscina-mar é válida ou não. Tenho muitas dúvidas dos critérios seguidos desde a última concessão , desta nova concessão - precisamos de esclarecimentos, precisamos de transparência neste processo".
Em Janeiro de 2017João Ataíde, presidente da câmara, e a “sua” vereadora Ana Carvalho afiançavam que não faltavam investidores interessados...

Entretanto, Santana Lopes denunciou o contrato de concessão, por não concordar com o projeto do privado, que havia sido aprovado pelo executivo camarário anterior. Previa a requalificação, um hotel de 49 quartos e um novo edifício.
E, assim, de episódio em episódio (há muitos mais), chegámos ao episódio de hoje publicado pelo Diário as Beiras.

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

A extensão da Praia do Relógio: "houve pessoas que deixaram de frequentá-la, pela lonjura"...

Via Diário as Beiras

"A extensão do areal urbano estava a afastar pessoas da Praia do Relógio, sobretudo com mobilidade condicionada e famílias com crianças. 
No ano passado, o executivo camarário da Figueira da Foz adquiriu um carrinho elétrico para transportar banhistas. Devido à elevada procura, este ano, comprou mais dois. Entretanto, também acrescentou novas atrações ao parque de diversões aquático insuflável que estreou no verão de 2022. Por outro lado, este ano, foi instalada uma piscina de água salgada aquecida (igual à da Praia de Buarcos), que abre hoje. Estes equipamentos fizeram aumentar o número de banhistas na praia urbana. 
O presidente da câmara, Santana Lopes, quer dinamizar ainda mais o areal urbano e levar mais gente à praia. “Temos de trabalhar pelo menos [a antepraia]. Posso garantir que, no próximo ano, será diferente. Já estamos a trabalhar nisso. Terá de ser tudo mais articulado, mais ordenado”, afiançou, ontem, à reportagem do DIÁRIO AS BEIRAS “Praias ao Centro”. Nomeadamente, indicou o autarca, serão melhorados “os serviços prestados às pessoas que frequentam a praia, porque houve pessoas que deixaram [de frequentá-la], pela lonjura”. E garantiu: “Vamos fazer um reordenamento e uma requalificação do que aqui existe. No próximo ano, já acontecerá. E temos verbas da zona de jogo [casino] para o fazer”. “Temos de olhar para outras zonas da praia. O campo de futbeachgolf [instalado no anterior mandato] não teve um único utilizador. Temos de ver o que fazemos ali, para aproveitar o areal e as pessoas poderem usufruir mais deste espaço”, adiantou. Santana Lopes advogou, contudo, que “é preferível” aproximar o mar da cidade. “Se a Agência Portuguesa do Ambiente conseguir antecipar aquilo que está previsto para 2029 ou 2030, esperemos que o areal volte a encurtar e o mar volte a aproximar-se da cidade. Sou muito cético nessa matéria”, ressalvou.

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Câmara da Figueira da Foz vai reabilitar 145 habitações

"Na Praia da Leirosa, freguesia da Marinha das Ondas, foram assinados quatro contratos de empreitadas de reabilitação de habitações no município da Figueira da Foz e um acordo de reforço de financiamento da Estratégia Local de Habitação, para cerca de 16 milhões de euros.

Em curso, incluídos nesses 16 milhões de euros, estão já os trabalhos preparatórios para a reabilitação de 145 fogos – cujo contrato de consignação deverá ser assinado ainda este mês, iniciando-se, em seguida as obras propriamente ditas – que abrange 41 habitações na Vila Robim (freguesia de Tavarede), 16 na Quinta das Recolhidas (Vila Verde) e 88 na Leirosa, intervenção com um custo total de 5,6 milhões de euros, financiados a 100% pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e um prazo de execução de dois anos.

A autarquia tem em curso o projecto de outra operação de reabilitação, mas também de construção de novas habitações, que passa pela requalificação, na Figueira da Foz, dos bairros Padre Américo e Monsenhor Palrinhas (que eram pertença da Igreja Católica e transitaram para o Município) e, na Marinha das Ondas, onde reside uma vasta comunidade imigrante oriunda do Nepal, Índia e Bangladesh – a construção de 14 novos fogos, indicou a vereadora do pelouro, Olga Brás."

Mais pormenores no Campeão das Províncias.

terça-feira, 27 de junho de 2023

O areal da Praia

Na edição de ontem do jornal Diário as Beiras, li uma carta do eng. Daniel Santos.
Passo a citar: 
«O Plano Estratégico de Desenvolvimento da Figueira da Foz aprovado em 2014, que se encontra disponível no portal do município sob a égide da conhecida afirmação de Séneca “para quem navega sem rumo, todos os ventos são desfavoráveis”, propõe um “ordenamento da Praia da Claridade e de toda a baía de Buarcos, criando diversas valências e usos das mesmas e dinamizando o seu extenso areal. Aborda-se, assim, a enorme extensão de praia como um ponto forte da cidade”.
O planeamento urbanístico inconsequente para o areal da praia tem um histórico de décadas, remontando ao período de antes do 25 de abril.
Já nos anos 70 o engenheiro-chefe dos serviços municipais opinava, no seu parecer sobre o proposto Plano de Urbanização, que, sobre a construção do molhe norte, haveria que optar entre o turismo e a atividade portuária, atendendo às consequências que a respetiva construção teria no crescimento da praia, como veio a acontecer e estava previsto.
O Plano de Urbanização da cidade, que vigorou entre 1995 e 2017, definiu a praia como sendo uma zona sujeita a planeamento de pormenor. 
Ao longo do tempo, desde 1981 até 2001, foram propostos vários estudos, ante-planos e planos, nunca se tendo tornado nenhum deles plenamente efi caz, nem sequer sido completado. 
Até a Sociedade Figueira-Praia propôs um plano. Alguns chegaram a participação pública, da qual resultou que “aos costumes se disse… nada”.
Há não muito tempo, o CDS local quis discutir a praia. Da meia dúzia de cidadãos que apareceram, apesar das intervenções, não pode dizer-se que tenham resultado novas ideias.
Sobre a praia e quanto a planeamento, o que vale é a intenção manifestada no Plano Estratégico que acima se indicou. E não é um plano de território, isto é, não vincula.
Enquanto se riscavam os planos, a praia foi fazendo o seu caminho, as intervenções foram avulsas e voltou-se ao ponto inicial, ou seja, não há decisão.
Sendo certo que a Figueira não pode abdicar dos eventos anuais, também não pode deixar-se a situação no limbo. É preciso tomar uma decisão.
Donde se poderá propor que a solução para a praia não pode deixar de passar pelo planeamento eficaz, com prévia discussão pública, sobretudo hoje que existem ferramentas para que o mesmo seja dinâmico e se vá adaptando às realidades que forem surgindo.
Sem plano, isto, é, como afirmou Séneca, sem objetivo, não chegaremos à solução!»
Daniel Santos
A discusssão que o CDS promoveu sobre o tema, realizou-se em 15 de Maio de 2019 e conseguiu juntar 46 pessoas pessoas, de todas as tendências políticas.
Mattos Chaves, presidente da concelhia do CDS, sabendo da distância ideológica que nos separa, que nenhum de nós esconde ou disfarça, convidou-me para ser orador nas “TERTÚLIAS FIGUEIRENSES”
Fui convidado e aceitei. Gosto deste e de todos os debates livres, de preferência com vozes dissonantes. É a falar que a gente se entende. Aceitei porque  sou do tempo em que os debates eram proibidos na Figueira. Haja debates e, já agora, que deles saiam algumas ideias.
Lá estive, portanto,  numa sessão moderada por Pedro Vieira, com o Dr. Joaquim de Sousa e a Drª. Isabel João Brites e onde tive oportunidade de deixar expresso aquilo que penso.
O areal da praia da Figueira é um problema que remonta à definição da barra da Figueira, tal como ela é hoje, com a construção dos molhes, o que ocorreu no final da década de 50, princípio dos anos 60 do século passado.
Li um dia que "que os homens não aprendem muito com as lições da História. E esta, acaba por ser a mais importante de todas as lições que a História tem para nos ensinar"
O prolongamento em 400 metros do molhe norte do porto da Figueira da Foz foi adjudicado e feito, apesar dos vários alertas feitos em devido tempo, a que a realidade infelizmente deu razão: a "Barra da Figueira da Foz  é  uma Armadilha Mortal para os Pescadores",  nos últimos anos morreram 11 pessoas. Cerca de 13 anos depois de concluída a obra, a barra  da Figueira, para os barcos de pesca que a demandam, está pior que nunca e a erosão, a sul, está descontrolada. Neste momento, pode dizer-se, sem ponta de demagogia, que o mar continua a “engolir” sistema dunar em S. Pedro, Costa de Lavos e Leirosa – e por aí adiante até à Nazaré. A meu ver, há uma ideia simples que é preciso ter em conta. Não é a Figueira que se tem de aproximar do mar. É o contrário: é o mar que se tem de aproximar da Figueira. Para isso é preciso retirar a areia a mais que existe na Figueira e distribui-la por onde é necessária: as praias a sul do estuário do Mondego. E tão necessária ela é até à Nazaré. Isto, embora sendo uma ideia simples, não está ainda entendida por muita gente que manda.
O poder autárquico figueirense, com a execução das chamadas obras de requalificação do areal de 2015, demonstrou bem o seu posicionamente nesta questão do que fazer com o areal da praia da Figuiera da Foz... 
E tão avisados que foram...  Manuel Luís Pata, o meu saudoso Amigo, em devido tempo, fartou-se de avisar. Porém, ninguém o ouviu. Temos as consequências...
A Praia da Figueira não é um problema dos que habitam na cidade. É um problema territorial de todo o concelho e mais além.
É positivo o contributo de todos os figueirenses. Estamos num momento em que é importante "discutir pública e livremente, com todos, os assuntos da Figueira".

domingo, 18 de junho de 2023

Serviço público: por ser verdade e para que conste, "ao abrigo do acordo assinado entre a administração portuária e o município da Figueira da Foz, o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, onde também funcionou um restaurante, uma esplanada e um café, ficou de fora da mudança de titulares dos imóveis"

Não sei porquê, mas quase sempre que vou ao Cabedelo, sou abordado sobre o estado de degradação do mamarracho com mau aspecto, que é agora o  edifício que serviu de sede administrativa ao antigo parque de campismo que existiu no Cabedelo.
Lá tenho que recorrrer ao que foi publicado pelo Diário as Beiras, na edição de 19 de Maio de 2023.
"Os concessionários que aguardavam luz verde para instalarem os seus equipamentos na zona requalificada do Cabedelo já podem levantar as licenças de construção, uma vez que a passagem dos terrenos e de três edifícios, da administração portuária para o Município da Figueira da Foz, já foi formalizada. 
São quatro os espaços concessionados: um destinado a restauração e os outros a escolas de surf. 
Àqueles quatro, em breve poderão juntar-se outros três. 
«Possivelmente, vamos avançar com a concessão dos balneários do antigo parque de campismo, que também deverão ser utilizados para apoios de praia [restauração], negócios relacionados com a actividade do surf ou outros» - disse na altura o vereador Manuel Domingues. 
Ao abrigo do acordo assinado entre a administração portuária e o município da Figueira da Foz, o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, onde também funcionou um restaurante e café, ficou de fora da mudança de titulares dos imóveis. 
Para ver melhor, clicar na imagem
Este imóvel instalado na nova praça do Cabedelo é o mais cobiçado.  
O edifício-sede do antigo parque de campismo integra o estudo de viabilidade económica para a concessão da futura marina do Cabedelo, daí ter sido excluído do pacote de transferência de património da administração portuária para o município."

Recorde-se, que o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, que eu conheço como as palmas das minhas mãos, que condicionou todo o projecto de requalificação do Cabedelo, que deu, por responsabilidade da gestão socialista então à frente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, naquilo que já todos sabem, que se encontra em estado de degradação em marcha acelerada, tem tudo para tonar-se numa BELA e TURÍSTICA ruína, a acompanhar, num futuro não muito longínquo, a ruína geral que vai ser o resultado do plano de requlificação  do Cabedelo levado a cabo pelo município da Figueira da Foz entre 2017 e 2022.
Naqule edifício, em tempos não muito recuados, existiu, na minha opinião, a mais bela e aprazível esplanada debruçada sobre o mar do concelho da Figueira da Foz.
Isso, porém, são águas passadas. Neste momento, face ao estado do edifício, não seria mais precavido, sensato e lógico, tentar avançar já para a sua concessão e recuperação, em vez de se estar à espera de uma putativa concessão inserida no processo da futura marina do Cabedelo, que ninguém, neste momento, sabe quando vai acontecer, ou se vai mesmo acontecer?

sábado, 17 de junho de 2023

Calamidades figueirenses

Para quem ainda não conseguiu perceber a importância de um executivo de maioria absoluta socialista, apeado em 21 de Setembro de 2021, depois de 12 anos no poder na Figueira da Foz, 9 dos quais em maioria absoluta, aqui está um bom exemplo: a criação e manutenção de espaços públicos ao serviço das populações. Um parque de merendas, instalado em plena Praia, em cima do coberto vegetal, entre pinheiros ressequidos e raquíticos. 
A outrora Praia da Claridade no seu melhor: transformada em praia da calamidade
Foto de 23 de Maio de 2017 por Clara Gil
O Município da Figueira da Foz tornou público o parecer elaborado pelos serviços técnicos municipais, relativo à remoção da camada vegetal do areal da praia de Buarcos/ Figueira da Foz, intervenção para a qual a ARH do Centro emitiu, recentemente, parecer positivo.
A determinado passo consta o seguinte:
Ter razão antes do tempo tem custos e é tramado.
A propósito, recorde-se uma postagem OUTRA MARGEM, de 11 DE ABRIL DE 2008, antes do acrescento dos 400 metros do molhe norte:
Mas, será que alguém sabe, porque estudou, as REPERCUSSÕES QUE MAIS 400 METROS NO MOLHE NORTE terão na zona costeira na margem a sul do Mondego?

Esta pergunta, colocada pelo OUTRA MARGEM antes do início da obra, foi ignorada por quem tinha o poder de decisão. A obra foi, na altura, apoiada pela Câmara Municipal da Figueira da Foz e pela Junta e Assembleia de Freguesia de S. Pedro. Há 15 anos estava tudo de acordo. 
O Kilas, o mau da fita, era o António Agostinho: foi caluniado, foi perseguido (até porrada lhe prometeram), foi isolado. Valeu-lhe, como ainda hoje, o grande ego e saber que a razão estava do seu lado. Como, infelizmente, se está a comprovar.
Contudo, estive sempre bem acompanhado. 
O meu Amigo Manuel Luís Pata, fartava-se de me dizer: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".
Passados 15 anos de desperdícios de recursos financeiros, os resultados estão à vista de todos no Quinto Molhe, Costa e Lavos, Leirosa e mais além...
Onde é que andavam os ambientalistas locais quando foi anunciada esta obra que facilmente se adivinhava ir contribuir para o que temos frente à Figueira: o maior desastre ambiental da Europa.

Outro assunto abordado pelo parecer elaborado pelos serviços técnicos municipais foi a intervenção na frente de praia:
Em janeiro de 2016, o executivo socialista fez o anúncio de uma obra “milagrosa”.
Na Obra de Requalificação do Areal/Valorização de Frente Mar e Praia - Figueira/Buarcos foram gastos cerca de 3 milhões de Euros na empreitada, com a obrigação do empreiteiro fazer a manutenção durante 5 anos.
Onde estavam os ambientalistas quando se "plantou" cimento na Praia da Figueira entre coberto vegetal, pinherinhos, camarinhas (ou camarinheiras)?
Quem, como eu, por lá passou hoje,  viu uma ciclovia a degradar-se de dia para dia, quase vegetação e árvores mortas. Para não referir aquela alarvidade que são as mesas e bancos em cimento plantada no areal, em cima de florzinhas, pinheirinhos secos e coberto vegetal.
Em 6 de Janeiro de 2020, há mais de 3 anos, o vereador na oposição Ricardo Silva do PSD, neste momento vereador executivo com o pelouro do Ambiente, solicitou um relatório sobre o estado em que se encontrava a praia e se está de acordo com o projeto elaborado. 
Alguém sabe se essa iniciativa, na altura muito badalada na comunicação social, teve alguma consequência?
Pode ser que agora com Ricardo Silva vereador executivo com o pelouro do Ambiente, dado que o problema se mantem, apareça o relatório.

A Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade. 
O extenso areal da Praia da Figueira continua a ser um problema.
Os ambientalistas estão aí prontos para o combate e para o que der e vier.
Importante é salvar uma camarinha, também designada por camarinheira, uma espécie que existe a rodos no pinhal a sul do quinto molhe até à Nazaré.
A erosão a sul pode esperar.

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Porque é que (para já) ao abrigo do acordo assinado entre a administração portuária e o município da Figueira da Foz, o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, onde também funcionou um restaurante e café, ficou de fora da mudança de titulares dos imóveis?

Via Diário as Beiras
"Os concessionários que aguardavam luz verde para instalarem os seus equipamentos na zona requalificada do Cabedelo já podem levantar as licenças de construção, uma vez que a passagem dos terrenos e de três edifícios, da administração portuária para o Município da Figueira da Foz, já foi formalizada. 
São quatro os espaços concessionados: um destinado a restauração e os outros a escolas de surf. 
Àqueles quatro, em breve poderão juntar-se outros três. 
“Possivelmente, vamos avançar com a concessão dos balneários do antigo parque de campismo, que também deverão ser utilizados para apoios de praia [restauração], negócios relacionados com a atividade do surf ou outros” - vereador Manuel Domingues, em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS. 
Ao abrigo do acordo assinado entre a administração portuária e o município da Figueira da Foz, o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, onde também funcionou um restaurante e café, ficou de fora da mudança de titulares dos imóveis
Este imóvel instalado na nova praça do Cabedelo é o mais cobiçado.  
O edifício-sede do antigo parque de campismo integra o estudo de viabilidade económica para a concessão da futura marina do Cabedelo, daí ter sido excluído do pacote de transferência de património da administração portuária para o município. 
Todavia, se o estudo concluir que o imóvel não constitui uma mais valia para a concessão do futuro equipamento, poderá também vir a ser concessionado em hasta pública."
Nota de rodapé.
O edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, que eu conheço como as palmas das minhas mãos, que condicionou todo o projecto de requalificação do Cabedelo, que deu, por responsabilidade da gestão socialista à frente da Câmara Municipal da Figueira da Foz,  naquilo que já todos sabemencontra-se num estado de degradação em marcha acelerada para vir a tonar-se numa BELA e TURÍSTICA ruína, a acompanhar, num futuro não muito longínquo, a ruína geral que vai ser o resultado do plano de requlificação  do Cabedelo levado a cabo pelo município da Figueira da Foz entre 2017 e 2022.
Porquê o interesse da administração portuária - recorde-se que um dos membros é o anterior presidente de câmara Carlos Monteiro - em ficar, para já, na posse administrativa de um edifício em tais condições?
Face ao estado do edifício, não seria mais precavido, sensato e lógico, tentar avançar já para a sua concessão e recuperação, em vez de se estar à espera de uma putativa concessão inserida no processo da futura marina do Cabedelo, que ninguém, neste momento, sabe quando vai acontecer, ou se vai mesmo acontecer?
Por outro lado, os três antigos balneários tinham ligações de água, luz e esgotos. Com as obras, ficaram sem essas mais valias. 
Como é? 
Quem ficar com os equipamentos vai ter de refazer essas infraestruturas básicas para uma actividade comercial, ou será o erário público que vai ter de repor o que já existia e foi destruído pelas obras feitas a todo o vapor no Cabedelo, só porque havia fundos europeus disponíveis para gastar ao desbarato, à grande e em força?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Resolução do contrato de concessão da obra pública de reabilitação, reconversão e exploração do complexo Piscina de Mar foi aprovada por maioria

Via Diário as Beiras

«A Câmara da Figueira da Foz aprovou hoje, por maioria, a resolução do contrato de concessão da obra pública de reabilitação, reconversão e exploração do complexo Piscina de Mar, que contemplava um hotel e um novo edifício.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara, Pedro Santana Lopes, disse que, dentro de um mês, deverá ter uma proposta para aquele espaço, depois de, em junho de 2022, ter assumido um corte com o projeto que estava aprovado pelo anterior executivo.

Na altura, o autarca justificou a decisão com o facto de o promotor não ter levantado alvará de construção dentro dos 90 dias legalmente previstos, após a assinatura do contrato.

Na reunião de hoje, a resolução do contrato foi votada com cinco votos a favor dos eleitos do movimento Figueira a Primeira (quatro) e do PSD (um) e contra dos vereadores do PS (quatro).

Entre as várias hipóteses em cima da mesa, Santana Lopes admite que a piscina possa voltar à dimensão original e também a venda de todo o espaço, embora com a condicionante de que a piscina será sempre de acesso público.

O autarca também não coloca fora de hipótese o município transformar a parte envolvente à piscina em apartamentos para vender, porque se “fazemos concessão a privados vêm sempre com a conversa da rentabilidade da exploração”.

“Acho que [a venda] é um bom caminho porque a Câmara ainda vai buscar alguma receita, que precisa, e acabam as polémicas, porque com todos os privados que lá estiveram aquilo não correu bem”, sublinhou.

O Complexo Piscina de Mar, situado na marginal fronteira à praia, é um dos conjuntos arquitetónicos emblemáticos da Figueira da Foz, classificado como Imóvel de Interesse Público, estando fechado há vários anos.

O projeto de requalificação aprovado pelo anterior executivo municipal previa um hotel de 49 quartos e um novo edifício.»

terça-feira, 17 de maio de 2022

O areal da praia da Figueira e solução que tarda em chegar...

Confesso-me muito preocupado com o assunto. Certamente que o actual presidente da câmara também está muito preocupado. Tal como o presidente da Assembleia Municipal. E o anterior presidente da câmara, agora primeira figura da oposição. E o único vereador PSD da oposição. Tal como os presidentes de junta de Buarcos e São Julião, São Pedro, Lavos e Marinha das Ondas. Tal como as populações, sobretudo, as do sul do concelho. 
Todos andamos preocupados há muitos anos. 
Mais tarde ou mais cedo, espero mais cedo que tarde, o problema terá de ser resolvido. 
Por este andar, porém, ainda teremos que pôr o concelho e o país a funcionar como deve ser para ultrapassar esta situação.

Há mais de 40 anos que o areal da praia da Figueira é um problema.
O que fazer a tanta areia e a tanto espaço?
A meu ver, a solução mais sensata e mais adequada, passa por “aproveitar” a areia, colocando-a no sítio onde deveria estar - margem esquerda do estuário do Mondego.
Essas cenas da “requalificação” ou do “ordenamento”, não passam de modernices inconsequentes e ineficazes, como está mais do que provado com a passagem de todos estes anos em que o problema em vez de ser resolvido se agravou.
Via blogue quinto poder, recordemos.
«Em 1981, a equipa do Arqº Alberto Pessoa, com quem a Câmara Municipal mantinha uma permanente e frutuosa avença de assistência, elaborou um primeiro estudo. Mais não era do que um sintético documento orientador geral de futuras acções, apresentado na forma de duas a três plantas cobrindo todo o espaço, então menos extenso do que o actual. Por isso se designava pelo também singelo nome de “Programa-base”. Chegou a merecer apreciação em Assembleia Municipal, mas depois veio a “morrer na praia”.
Oito anos depois, foi a vez da Sociedade Figueira Praia encomendar um plano à equipa dos arquitectos Pereira da Silva e Alberto Pessoa-filho. Ignoro qual foi o destino da encomenda ou do plano que porventura haja sido elaborado.
Decorreram mais três a quatro anos e, por iniciativa da Câmara Municipal de então, surgiu um “plano geral do areal da praia”, desta feita da autoria do GITAP, que penso que seria um gabinete de consultores e especialistas.
Logo nos primeiros meses do seu primeiro mandato, Santana Lopes decidiu-se pela implantação do conhecido Oásis, junto à Ponte do Galante. Na sua versão inicial, o projecto previa árvores, esplanadas, palcos, campos desportivos, um lago de água doce. Incluía também um mirabolante circuito de um pequeno comboio (imagino que sobre carris…) que ia pela parte poente do areal, desde o “parque das gaivotas” até junto ao prédio J. Pimenta, em Buarcos, voltando para sul junto ao paredão da marginal.
Reconheço ter então achado o Oásis uma boa ideia. Todavia, encarei-o sobretudo como uma espécie de protótipo ou de amostra do que deveria e poderia ser feito, gradualmente e em sistemático esforço, em todo o areal. Não seria bem essa a ideia de Santana Lopes, mais interessado em rapidamente exibir obra, ainda que efémera, que tivesse efeitos mais imediatos na sua imagem de autarca, já com vista a outros mais altos voos.
Por isso, as palmeiras com que decorou o Oásis foram para lá transplantadas muito crescidas.
Há 10 anos, em Abril de 2012, a  CMFF lançou  um concurso de ideias, a que chamou “concurso público de concepção”, destinadas a orientar uma solução urbanística para o vastíssimo areal da Figueira, a que chamou “requalificação”. Veio acompanhado por uma vasta lista de requisitos quanto às “tipologias de intervenção”, sob a forma de belos e sugestivos termos do jargão da arte.»

Em janeiro de 2016, o executivo socialista fez o anúncio de uma obra “milagrosa”.
Na Obra de Requalificação do Areal/Valorização de Frente Mar e Praia - Figueira/Buarcos foram gastos 2 milhões de Euros na empreitada, com a obrigação do empreiteiro fazer a manutenção durante 5 anos.
Quem por lá passa hoje vê uma ciclovia a degradar-se de dia para dia, paliçadas caídas, postes delimitadores em madeira tombados, quase vegetação e árvores mortas.
Em 6 de Janeiro de 2020, há mais de 2 anos, o vereador do PSD solicitou um relatório sobre o estado actual em que se encontra a praia e se está de acordo com o projeto elaborado. Alguém sabe se essa iniciativa, na altura muito badalada na comunicação social, teve alguma consequência?
O problema mantem-se: a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade. O extenso areal da Praia da Figueira continua a ser um problema, quando poderia contribuir para a solução global das praias e da orla marítima do sul do concelho.

Temos de continuar a ser optimistas. Mas, igualmente, realistas.
Alguém sabe alguma coisa do bypass? 
Mesmo que a construção do bypass estivesse concluída amanhã, só dentro de cinco anos São Pedro de Moel poderia recuperar o seu areal, exemplifica Filipe Duarte Santos, investigador e geofísico, a propósito do sistema fixo de transferência de areias a construir na Figueira da Foz, obra que o ministro do Ambiente disse recentemente que é para fazer avançar.
O anterior ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, em Setembro de 2021, em véspera das eleições autárquicas de Outubro passado, assumiu que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz, com recurso a um sistema fixo (bypass) era a mais indicada e que seria concretizada. A decisão aconteceu após a análise do estudo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que apresenta quatro soluções distintas de transposição de areias. Destas, notou o governante, o sistema fixo é aquele “que apresenta melhores resultados num horizonte temporal a 30 anos”.
Recorde-se que, com o prolongamento do molhe na Figueira da Foz, obra inaugurada em 2011, a erosão nas praias a sul acentuou-se, com a destruição da duna de protecção costeira a fazer sentir-se em vários locais. O problema estendeu-se pelo distrito de Leiria, até à Nazaré. Para Filipe Duarte Santos, a construção do bypass “é uma iniciativa positiva”, que está em linha com o que preconizou o Grupo de Trabalho para o Litoral num relatório de 2014, que o próprio investigador coordenou. 
“Estou satisfeito, é a melhor solução, vai beneficiar todas as praias a sul”.
Vamos a ela?...

domingo, 13 de fevereiro de 2022

O areal urbano da Figueira é um problema. Mas, não teria de ser forçosamente assim...

A Praia da Claridade celebrizou-se no século XIX. Na altura, atraía à Figueira da Foz milhares de banhistas de todo o país. 
A zona onde se localiza ficou conhecida por Costa de Prata, graças ao tom prateado da luz do sol em contacto com a água do mar
Foi talvez a praia que mais sofreu com as intervenções realizadas ao longo dos anos. Hoje, a praia tem cerca de 1 km de largura frente ao Grande Hotel. 
Depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores.
Em 1998, quando Santana Lopes chegou à presidência da Câmara da Figueira da Foz, uma das primeiras medidas que decidiu tomar foi preparar "uma campanha de Verão muito forte", com o objectivo de voltar a dar à cidade um novo fôlego turístico durante os quatros meses de Verão. 
O Oásis viria a surgir um ano depois. Contudo, fazia parte da mesma visão de Santana Lopes para a praia da Claridade: transformá-la num chamariz para atrair milhares de turistas e fazer jus ao slogan que então começava a circular nas televisões - "A Figueira está na moda, venha descobrir porquê".
No livro "Figueira, a Minha História", Santana Lopes recorda o que se passou desde que aceitou candidatar-se à autarquia até ao dia em que rumou até Lisboa, passando em revista toda a "obra" que realizou durante o mandato. 
Na apresentação do livro, em Fevereiro de 2005, Santana Lopes recomendou-o a todos os que pensavam que durante a sua estadia na Figueira da Foz "apenas tinha plantado umas palmeiras"
Todavia, o projecto do Oásis e a intervenção na praia são largamente descritos no livro. "Isto dá para tudo, pensava, diante do imenso areal. A intervenção na praia marcaria todo o mandado, mas o primeiro ano faria a diferença. No resto do país ainda hoje se fala no Oásis como a obra de Santana Lopes na Figueira. Mas dezenas de árvores no areal foram a parte minúscula de um trabalho maior", recorda Santana no livro.
O plano de intervenção na praia começou por introduzir passadeiras, bancos, toldos, campos de ténis, de voleibol e de basquetebol. Com o Oásis, que custou cerca de 500 mil euros, foram colocadas na zona do Galante árvores exóticas provenientes de Espanha, um lago artificial, um bar e um palco para espectáculos. Segundo Miguel Almeida, ex-vereador e braço direito de Santana Lopes, a iniciativa de criar "algo diferente" no areal da Figueira da Foz partiu de Santana, que tinha o "objectivo claro" de "dinamizar" a Figueira da Foz. "Santana Lopes tinha uma ideia global para animar e dinamizar a Figueira da Foz. O Oásis era uma parte desse projecto como pólo de animação privilegiado".
A intenção era criar um espaço de animação que unisse mais a Figueira da Foz a Buarcos e criasse outras áreas de lazer, além da esplanada Silva Guimarães, fazendo do areal, da marginal, a montra da cidade: "O mar de areia que precede o Atlântico é o postal da Figueira. Era impossível ignorar essa imagem sem dela tirar o melhor partido. A praia da Claridade teria de voltar a ser o íman dourado para milhares de turistas e outros tantos empresários".
Na altura,  modelos e futebolistas participavam em campanhas publicitárias. Santana andava feliz.  "Chegava à janela de minha casa na marginal, numa noite de Verão, e via milhares e milhares de pessoas na rua. Filas de horas nos restaurantes para um jantar. A oferta não estava preparada para este boom de procura. Os comerciantes nunca fizeram tanto dinheiro como nesse ano. Os figueirenses até estavam felizes", relembra.

Em
janeiro de 2016, o executivo socialista fez o anúncio de uma obra 
“milagrosa”.
Na Obra de Requalificação do Areal/Valorização de Frente Mar e Praia - Figueira/Buarcos foram gastos 2 milhões de Euros na empreitada, com a obrigação do empreiteiro fazer a manutenção durante 5 anos.
Quem por lá passar vê uma ciclovia a degradar-se de dia para dia, paliçadas caídas, postes delimitadores em madeira tombados, quase vegetação e árvores mortas.
O problema mantem-se: a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade. O extenso areal da Praia da Figueira continua a ser um problema, quando poderia contribuir para a solução.
Na edição de 27 de outubro de 2020 do Diário as Beiras, Teotónio Cavaco, responde à pergunta «que pode a câmara fazer para “aproximar” a cidade do mar através do areal urbano?», desta forma.
«O prolongamento, em cerca de 400 metros, do molhe norte, em 2011, acrescentou dimensão a um triplo problema, cujas variáveis, ligadas, parecem não possibilitar uma solução que a todas resolva completa e satisfatoriamente: a progressiva falta de areia a sul, a acumulação galopante de areia a norte e a navegabilidade na barra do rio.
Entendendo a necessidade da referida obra, muito cara mas imprescindível sobretudo para a sustentabilidade de um porto comercial tão estratégico quanto merecedor de atenção e investimento internacional, nacional e mesmo regional (é o único entre Aveiro e Lisboa), é inegável que aquela acentuou a erosão nas praias a sul, a destruição da duna de proteção costeira em vários locais (sobretudo na praia da Cova), e a retenção de areia na praia da Figueira em cerca de 230 mil metros cúbicos, como refere Nunes André “23 mil camiões que, se dispostos em fila contínua, ocupariam os mais de 300 quilómetros de ligação por autoestrada entre Lisboa e Porto” – a cada ano.
Ora, esta situação é insustentável para as populações a sul, em constante estado de alerta, e para o turismo, cada vez mais sazonal e dependente de uma praia cada vez mais afastada da cidade-mãe.
Assim, a pergunta desta semana, dramaticamente atrasada 40 anos (o Programa Base de Urbanização da Marginal Oceânica – areal da praia – teve início em junho de 1981) devia ser: o que é que a Câmara já devia ter feito para aproximar a cidade do mar através do areal urbano?
Primeiro, definir claramente se quer tirar areia (aproximar o mar da cidade) ou aproveitá-la (aproximar a cidade do mar); depois, envolver todas as Entidades, nacionais e internacionais, que possam estar relacionadas com a jurisdição e administração dos espaços; finalmente, cativar parceiros que sejam desafiados a interessar-se por uma Figueira do século XXI. Ou seja: durante mais uns meses, isto continuará a ser ficção científica!…»

A questão de fundo continua a ser esta: devemos aproximar a Cidade do Mar, ou o Mar da Cidade?

A meu ver,  devemos procurar a todo o custo aproximar o Mar da Cidade, como no tempo em que a Figueira era a Rainha das praias.
Alguém desconhece que foi a “Praia da Claridade” que deu a grandeza e beleza à Figueira?
Em 2008 o extenso areal já era uma preocupação e todos sabíamos qual a razão. Mesmo sabendo, foi decidido acrescentar o molhe norte! O resultado está bem visível e é lamentável! 
Julgo que todos sabemos - ou o que nos leva a crer, nem todos - esta areia não pertence à Figueira e não deveria ali estar. 
Enquanto não devolvermos ao mar as areias que lhe roubaram (e que lhe fazem falta) continuamos à sua mercê. O mar faz parte da natureza e o ser humano não tem poder para a dominar! Tem sim que a respeitar e, com inteligência, saber colaborar com ela e defender-se das fases nocivas.
O mar deu brilho e riqueza à Figueira, à praia, à faina da pesca – com destaque para a do bacalhau -, grades secas, fábricas de conservas e indústria naval e a Figueira há muito lhe virou as costas.
Manuel Luís Pata, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Figueira em finais de 2021: um caso sério de destruição gratuita de uma cidade

A Figueira, no final do ano de 2021, depois da passagem durante 12 anos do PS pelo poder autárquico, é um caso sério de destruição gratuita de uma cidade. Ao mesmo tempo, é um caso extremo de incompetência recheado de mentiras. Depois de Buarcos, da "baixa da cidade", temos também o Cabedelo. Sem esquecer o Jardim Municipal.

Em linguagem popular da Aldeia, todas as obras em curso no concelho da Figueira da Foz estão empachadas. Será por mero acaso ou obra do destino?
A toda a incompetência juntou-se a mentira sistemática. Lembram-se do folhetim protagonizado pelo dr. Carlos Monteiro sobre os prazos das obras de Buarcos?
Mas, o mais grave foi construir, como é o caso do Cabedelo, onde existem dúvidas se se podia construir, pois tal pode colocar em causa a segurança das pessoas. 

A verdade é que surgiram suspeitas sobre o projecto do Cabedelo. Os vereadores da oposição Carlos Tenreiro e Miguel Babo, bem como o SOS Cabedelo, sustentaram que existem ilegalidades na requalificação do Cabedelo, ainda em curso. Os autarcas e o movimento cívico em Abril de 2019 defendiam a suspensão da empreitada, enquanto decorresse a discussão pública da alteração ao Plano de Praia (PP).
Também aqui, a autarquia figueirense não foi sensível, e a obra em pleno verão continuou com todos os prejuízos e transtornos que causou a quem está habituado a frequentar o Cabedelo para fazer praia.
É cada vez mais óbvio que aparentemente estamos perante um grave caso de incompetência e irresponsabilidade. Incompetência, pela maneira como foi conduzido o processo e irresponsabilidade por se construir sem se dar ao trabalho de respeitar as leis. Dizemos aparentemente, porque a autarquia nunca prestou os esclarecimentos que foram sendo solicitados pela oposição, pelo SOS e porque quem se interessa pelo Cabedelo.

Para quem gosta da freguesia de S. Pedro, os últimos anos foram difíceis e dolorosos por constatar que a barbárie e a selvajaria paisagística atingiriam a dimensão actual.
O Cabedelo não escapou - foi também devastado pelo “progresso”. A acção destrutiva que, nestes últimos vinte e tal anos, desabou na Cova e Gala - e que se materializou na forma como se betonizou, se descaracterizou a paisagem e se desfigurou a Aldeia -, empenhou-se, também, em aniquilar o impensável: o Cabedelo. 
Onde estiveram os covagalenses? 
A VOTAR, APLAUDIR E A LEVAR EM OMBROS OS RESPONSÁVEIS.

As piores oportunidades perdidas são aquelas em que nos dizem depois, sempre depois, que se tivéssemos insistido seriam ganhas. A ignorância é uma bênção, logo, todos os ignorantes podem ser felizes. A ignorância consciente, como opção, é também uma forma de auto-protecção: a informação acelera o medo.  Na tarde de hoje, podia ter acontecido uma desgraça: bastava ter ido a passar um veículo na estrada que foi varrida pelo mar... Não aconteceu, felizmente, mas poderia ter acontecido. E nada garante que não aconteça...

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Foi inaugurado sistema de iluminação nocturna para a prática do surf no Cabedelo

Foi inaugurada, ontem, a iluminação da onda do Cabedelo, com a participação de surfistas. 
O sistema entrará em funcionamento regular nas próximas semanas. Neste momento, segundo o que pode ser lido no Diário as Beiras, "o Município da Figueira da Foz está a elaborar o regulamento, envolvendo escolas de surf e outros equipamentos e operadores ligados à modalidade." 
A iluminação da onda do Cabedelo, com oito pontos de luz, para a prática nocturna de surf, foi proposta pelo movimento cívico SOS Cabedelo e foi integrada nas obras de requalificação do Cabedelo, que se encontram na fase final.
A iluminação da praia situada na margem esquerda do Mondego, junto ao molhe sul, foi ligada, entre as 20h e as 00h, para garantir a prática de "diferentes desportos de deslize" à noite, segundo informação do município da Figueira da Foz.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Surfar à noite no Cabedelo? Há tanto tempo que dizem que vai ser possível...

O projecto para a iluminação que tornaria possível a prática do surf nocturno no Cabedelo, foi entregue à Câmara em 2011, pelo arquitecto Miguel Figueira, na sequência do desafio lançado em 2010.
Entretanto, por exemplo Vagos, em setembro de 2014, Cortegaça Carcavelos, já testaram a ideia de promover a prática do surf à noite.
Mais uma vez, o surf na Figueira foi ultrapassado...
Mas não tem sido por falta de ideias. As ideias existem. Neste caso concreto, o projecto foi entregue pelo arquitecto Miguel Figueira, em 2011...
O Cabedelo é um local mítico, para quem gosta de desportos com ondas.
A Câmara da Figueira da Foz, em janeiro de 2017, afirmava que ia avançar com um projecto de requalificação da praia do Cabedelo, que incluía a iluminação permanente do mar, criando condições para a prática nocturna de surf.
“É nosso objectivo que este local seja uma estância para a prática dos desportos de ondas”, referiu na altura o presidente da Câmara da Figueira da Foz.
A iluminação do mar, nesta praia da margem sul do concelho da Figueira da Foz, é uma aspiração antiga do movimento cívico SOS Cabedelo, que apresentou uma candidatura nesse sentido ao Orçamento Participativo (OP) de 2017.
O projecto acabou por não conseguir os votos suficientes para ser contemplado com uma fatia do OP, apesar de ter recebido o apoio incondicional da comunidade de surfistas do concelho, mas mereceu o reconhecimento do executivo municipal, que decidiu incluí-lo na empreitada mais alargada de requalificação do Cabedelo.
A decisão da autarquia já foi saudada por João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf, que destaca “o carácter pioneiro da iluminação do Cabedelo no contexto nacional”.
Segundo fonte da autarquia figueirense, a empreitada arrancaria “o mais cedo possível”, surgindo como um claro sinal de apoio à comunidade surfista e aos desportos de mar.
“Para o grupo de cidadãos e praticantes que abraçou esta ideia, foi uma enorme alegria e motivo de orgulho saber do compromisso da autarquia em avançar com a iluminação do Cabedelo para a prática do surf durante o período nocturno”, reconheceu o escritor e surfista Gonçalo Cadilhe.
Primeiro subscritor da candidatura do SOS Cabedelo ao Orçamento Participativo de 2017, Gonçalo Cadilhe destaca que “são poucas as praias do planeta onde tal já é possível”, acrescentando que “a Figueira marcará pontos a nível de notoriedade com esta decisão”.
Estamos em 2021. E a situação, segundo o Diário as Beiras, é esta: "foram construídas as bases dos pontos de iluminação da Praia do Cabedelo para a prática noturna de surf, colocando a Figueira da Foz na vanguarda nacional neste tipo de oferta". Quando chegarmos à "conclusão das obras" e for ligado o interruptor, o que pode levar ainda algum tempo, deveremos passar a estar na vanguarda, neste tipo de oferta, a nível plan(f)etário...