João Rodrgues no jornal Público. Para continuar a ler clicar aqui.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
domingo, 3 de março de 2024
Quem vai salvar a democracia?
"Nas próximas eleições legislativas, as mulheres grisalhas vão desempenhar em Portugal o mesmo papel que as mulheres negras do Nordeste desempenharam nas eleições presidenciais brasileiras: votando à esquerda, vão salvar o Estado de Direito Democrático e Social, derrotando as direitas cada vez mais extremadas. Consolidei esta convicção ao ver Luís Montenegro ser interpelado por uma reformada que trabalhou a vida inteira e que não se esqueceu da política de Passos Coelho em relação ao que os seus intelectuais chamavam de “peste grisalha”. O antigo líder parlamentar do PSD, que tinha, no dia anterior, pedido ajuda na campanha ao Primeiro-Ministro do Governo da Troika, embatucou perante a força política da memória."
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