sexta-feira, 22 de março de 2024

Jardim ‘Laudato Si’ para valorizar a natureza em Buarcos

O espaço ‘Laudato Si’ (Louvado Sejas), um jardim que visa sensibilizar para a preservação da natureza e do meio ambiente, foi inaugurado junto à Capela de Nossa Senhora da Encarnação, em Buarcos, Figueira da Foz.
A cerimónia contou com a participação do presidente da Câmara da Figueira da Foz, do bispo de Coimbra e do presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz de Coimbra, Santana Lopes, Virgílio do Nascimento Antunes e José dos Santos Cabral, respetivamente. E ainda de autarcas, alunos e professores.
Naquele espaço ambiental, foram ontem plantadas árvores, coincidindo com o início da primavera, do Dia da Floresta e do Dia da Árvore. O Município da Figueira da Foz assinalou aquelas efemérides com a inauguração do espaço ‘Laudato Si’ e plantação de árvores em diversas zonas da cidade, incluindo aquela. No total, este mês, plantou mais de duas centenas de árvores. 
José dos Santos Cabral agradeceu à Câmara da Figueira da Foz, à Junta de Buarcos e São Julião, à paróquia de Buarcos e à promotora da criação do espaço ‘Laudato Si’, Isabel Maia. “Temos a obrigação de transmitir uma Terra melhor [às novas e futuras gerações]”, defendeu o presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz de Coimbra. “O nosso planeta está doente. Todos os dias temos de continuar a contribuir para a Terra ficar melhor”, sublinhou, por seu lado, Santana Lopes, dirigindo-se, em particular, às crianças que participavam na inauguração do espaço Laudato si. “É do planeta que todos temos de cuidar”, acrescentou. Para D. Virgílio do Nascimento Antunes, a estrutura redonda de betão com uma árvore no meio, ou seja, o espaço Laudato si, parece insignificante. Mas não é, ressalvou, devido ao seu simbolismo. “Tem um significado muito forte, muito grande”, afirmou o bispo de Coimbra. 
Conforme refere o juiz José Santos Cabral, presidente da Comissão Diocesana Justiça e Paz de Coimbra, a iniciativa de criação de um espaço ‘Laudato Si’ nasceu da interpelação feita pelo estado em que se encontra o planeta Terra, que é a nossa Casa Comum. “Face às profundas alterações climáticas, agora evidentes, todos nós somos chamados a tomar consciência da gravidade da crise cultural e ecológica que vivemos e da necessidade de uma nova mentalidade e de novos hábitos. Encontramo-nos, por isso, perante um desafio educativo de gerações e de povos”, refere.
Para José Santos Cabral. “reclama o nosso cuidado o clamor que nasce de uma Terra ferida e de conduzindo-nos para um ponto de não retorno na sobrevivência de grande parte da Humanidade, caso não sejam atendidos. Ao clamor da Terra junta-se o clamor dos Pobres atingidos pela injusta distribuição de recursos”.
“A educação para a responsabilidade ambiental pode incentivar vários comportamentos que têm uma incidência direta e importante sobre o cuidado do ambiente. Tudo faz parte de uma criatividade generosa, que torna patente o melhor do ser humano. Os âmbitos educativos são vários, competindo às instituições politicas às diversas associações bem como à sociedade civil fazer um esforço de formação das consciências”, acrescenta.
É nessa sequência que surgiu a ideia da criação do espaço/jardim ‘Laudato Si’, convocando as entidades mais representativas da comunidade – Câmara Municipal da Figueira da Foz, Junta de Freguesia de Buarcos e Paróquia de Buarcos, mobilizando, também, a Comissão Diocesana Justiça e Paz -, por forma a permitir deixar uma marca perene do cuidado que merece a Terra que habitamos.
“A existência de um espaço vivo que represente o cuidado que nos merece a Natureza assume outro significado quando associado à presença simbólica dos mais frágeis entre nós – as crianças e jovens – que irão sentir o peso do futuro. A criação deste espaço ‘Laudato Si’, para além de simbolicamente representar o agregar de vontades unidas num ideal comum é, também, um tributo ao futuro e à fraternidade. Como refere o Papa Francisco na encíclica que ora nos cede o seu nome ‘uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres’”, conclui José Santos Cabral.

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