terça-feira, 6 de outubro de 2020

A serenidade é nada querer, nada ambicionar...

 À medida que o tempo avançou «pelo tempo fora» - pelo menos comigo assim aconteceu - fui perdendo, aos poucos, o que me motivou quando era mais novo. 

O avanço do tempo «pelo tempo fora», mostrou-me que o que nos fazia andar era, muitas vezes, o menos importante e o ilusório.

Foram essas invenções, na altura úteis, a que entreguei boa parte da vida. 

O trabalho, os jornais, a política, o associativismo - mulheres.

Com o avanço do tempo «pelo tempo fora», veio o desapego e fui largando por aí o que me fazia andar. 

Com o avanço do tempo «pelo tempo fora», sobraram os momentos como este, em que o que nos fazia andar vem à memória.

Por aqui fico, interiorizando as possibilidades que existiram e  foram passando. 

Nesses momentos em que penso naquilo que me motivou e me fez andar, no fundo inúmeras ilusões importantes, mas ingénuas, fico feliz no que actualmente sou.

A serenidade é nada querer, nada ambicionar.

Ainda bem que, em vida, cheguei a tempo de o saber.

Passaram os anos. Ainda bem, pois há coisas que só se conseguem chegar lá com o avanço do tempo «pelo tempo fora».

Contudo, mesmo com o avanço do tempo «pelo tempo fora», «nunca é tarde de mais para pensar, para perceber, para sonhar, para viver, para exigir e para acordar».

Sem comentários: