domingo, 18 de outubro de 2020

Um contributo para a homenagem à "figueirense" Teresa Coimbra

«O Município da Figueira da Foz homenageou a figueirense Teresa Coimbra, antiga professora e deputada da Assembleia da República, com a Medalha de Mérito Técnico/Científico em Prata Dourada, numa cerimónia realizada no Auditório Municipal, na noite de sexta-feira.

"A homenagem que hoje tornamos pública é reflexo da consciência de todos de que o seu nome marca de forma indelével a vida do nosso concelho e, particularmente, da nossa cidade", começou por referir o presidente da autarquia, Carlos Monteiro, destacando ainda que as áreas em que se envolveu, desde a "educação, a ciência, à política activa, passando pelo associativismo e pela ação social, atestam a sua versatilidade e a sua disponibilidade para abraçar as mais diversas causas".

O edil reforçou ainda, na sua intervenção, que são exemplos como o de Teresa Coimbra que devem inspirar a fazer "mais e melhor".»

Para quem tem a memória curta, recordo um desses exemplos dados pela Professora Teresa Coimbra, a que na devida altura, Maio de 2009, dei o devido destaque, como se pode comprovar, clicando aqui.

A política é uma actividade nobre. Para isso, porém, tem de ser objectiva. A acção dos partidos políticos, entidades congregadoras de vontades e portadoras de projectos de sociedade, por natureza contraditórios entre si, é fundamental. 

Nos últimos tempos, na Figueira e em Portugal, a actividade partidária tem vindo a ser denegrida. Para além do simplismo de um discurso de matriz populista, no essencial mero exercício de lóbi, como espaço para o carreirismo pessoal, para a concretização de algumas negociatas e para agendas que, muitas vezes, estão longe da prossecução do interesse público, que deveria ser o centro da sua actividade.

Esta forma de estar na política nada tem a ver com a minha antiga Professora Teresa Coimbra. A melhor homenagem que poderia ser feita a antigos políticos e "figueirenses" ilustres como Teresa Coimbra, Luís de Melo Biscaia, Mário Neto, Abel Machado, Joaquim Namorado, Gilberto Vasco, entre outros, era começar uma verdadeira regeneração do sistema partidário na Figueira

Como escreveu um dia António Augusto Menano, outro ilustre figueirense e antigo político, "a amizade vive sempre no coração e a eternidade também é termos vivido de acordo com a nossa consciência."

Todavia, uma coisa nunca pode ser esquecida: sem os partidos políticos, estes ou outros, não há democracia.

Por último fica o agradecimento pelo convite para estar presente na cerimónia de homenagem à Professora Teresa Coimbra. Não compareci por razões do meu foro pessoal, que expliquei a quem tinha de explicar.

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