Estou a publicar esta postagem no momento em que terminou o discurso de Jerónimo de Sousa. Durou 44 minutos. A festa do Avante! 2020 está a chegar ao fim. Não estive lá. Mas, pelo que tenho acompanhado, pareceu-me ser o que sempre foi. Com algumas novidades, é certo, motivadas pela covid-19. Nomeadamente, teve menos gente.
Estive na primeira Festa do Avante!, que se realizou a 24, 25 e 26 de Setembro de 1976, na FIL, em Lisboa. Na primeira Festa do Avante, o grande must foi o "boné à Lenine". "Olha a Festa do boné à Lenine", "camaradas comprai o boné à Lenine".
Durante dezenas de anos fui á Festa do Avante!. Por isso, por conhecimento, afirmo que a Festa do Avante! é um caso único em Portugal. Tem muito a ver com a idiossincrasia social e cultural dum partido com 100 anos como o PCP.
A Festa do Avante! continua a viver de uma micro-cultura criada pela longa participação do PCP na vida política portuguesa, que marcou sucessivas gerações de portugueses. Como afirmam os comunistas, a Festa é “única”. E tanto mais “única”, quanto numa altura de despolitização e de pandemia, em 2020 foi um dos raros momentos em que milhares de pessoas se juntam, tendo como pretexto a política.
Toda a gente sabe que a Festa do Avante! não nos dá música de forma inocente. A Festa tem um papel essencial na identidade comunista, no financiamento do PCP, na política do partido e mesmo na sua propaganda para fora. Na sua “marca”, como agora se diz. A Festa do Avante!, também em 2020, foi uma das raras iniciativas partidárias que, concorde-se ou não com o PCP, dignificaram a vida política nacional.
"Foi uma Festa marcada pela capacidade e pela responsabilidade".
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