Sou do tempo em que a Figueira era fortíssima no turismo de cruzeiros: chegámos a ter um navio de passageiros com a lotação de um autocarro!.. Depois, dado o crescimento exponencial do sector a "Administração do Porto da Figueira da Foz abriu a possibilidade de poder vir a instalar um terminal de cruzeiros junto à praça da Europa, na zona portuária, que seria concessionado a privados. A infraestrutura seria complementada por um edifício de apoio, com recepção, forças de segurança, operadores e posto de turismo.
Joaquim Sotto Maior, fez o anúncio aos jornalistas a bordo do “Hebridean Sky”, um navio de cruzeiros que fez escala na Figueira em 26 de Setembro de 2018, com 100 turistas a bordo, maioritariamente ingleses.
Registe-se: a vereadora Mafalda Azenha, que subiu a bordo do “Hebridean Sky” para apresentar cumprimentos à tripulação, frisou que a autarquia quer que a cidade deixe de ser apenas uma escala e passe a ser, também, um destino."
Convém não esquecer os heróicos e sacrificados autarcas que nos trouxeram até aqui, que tanto fizeram pelo bom povo figueirense...
Mas, vamos ao essencial: sabem porque é que não se construiu um terminal de cruzeiros na Figueira?
Para evitar as más notícias: a Figueira, com o incremento que o turismo de cruzeiros estava a ter, neste momento, provavelmente já seria a sétima cidade portuária da Europa!
Lisboa é a sexta cidade portuária da Europa com mais emissões poluentes, a sexta mais poluída por causa dos cruzeiros.
As emissões de óxido de enxofre na costa portuguesa causadas pelos navios de cruzeiros são 86 vezes superiores às dos automóveis.
Ao contrário do que aconteceu em Lisboa, conseguimos evitar os malefícios com a poluição que a construção de um terminal de cruzeiros traria à Figueira!
Note-se, a eficácia de Carlos Monteiro com o combate pelo ambiente, a descarbonização e alterações climáticas. Está aqui a justificação dos milhões que estão a ser investidos no concelho - Buarcos, casco velho da cidade e Cabedelo são exemplos disso.
Percebem agora porque é que não quiseram trazer para o coração da Figueira uma fonte poluente da dimensão de um terminal de cruzeiros.
Por outro lado, mesmo em termos económicos, é previsível que, devido a preocupações ambientais, de governos e cidadãos, os cruzeiros tendam a declinar.
A pandemia que entretanto nos assolou, também veio ainda reforçar mais a opção de esquecer o terminal de cruzeiros na Figueira da Foz.
O que nos vale é termos autarcas de grande visão estratégica. Foi isso, que evitou, não só um enorme prejuízo financeiro, mas também, neste momento, um elefante branco à beira Mondego.
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