"A escolha do próximo Governador do Banco de Portugal deveria ser por concurso internacional. Infelizmente, isso não irá acontecer. A escolha que será feita nos próximos dias entre Mário Centeno e alguém como Ricardo Reis pode parecer insignificante para o português comum, mas será simbólica do país que temos. Se a escolha recair sobre Centeno, não sobrará qualquer dúvida de que país António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa querem: um país miserável, pobre, onde oportunistas encontrarão sempre um lugar desde que façam favores ao poder instalado. Seria bom que por uma vez o sinal enviado fosse outro."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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