"Em 2020, num concelho como o da Figueira (não tão rico assim no que à quantidade de património histórico edificado diz respeito), sermos convidados a opinar, num intervalo de quinze dias, em relação a soluções para duas das principais jóias patrimoniais, demonstra, logo à partida, o muito pouco ou nada que o respectivo proprietário tem feito nesse sentido.
Neste caso, basta uma rápida pesquisa online para constatar a real mas muito triste associação entre “Santa Maria de Seiça” e “abandonado”, “esquecido”, “à espera”… – outra atenção e outros adjetivos merece sem dúvida um edifício mandado construir por D. Afonso Henriques antes até ( 1162?) da confirmação e do reconhecimento da nossa própria nacionalidade ( 1179 ).
Dos Crúzios para a Ordem de Cister (mas sempre muito importante para a fixação e defesa das populações numa época de definição de territórios, de fronteiras e de poderes), este edifício conventual foi totalmente reedificado entre os últimos anos do século XVI e o início do século XVII, passando a funcionar como centro de estudos filosóficos da Ordem de Cister, devido à sua proximidade do Colégio de Santa Cruz de Coimbra.
No século XIX o interior foi muito alterado com a instalação de uma fábrica de descasque de arroz (!), sendo vendido em 1834 e acabando por parcialmente ruir – há já tempo demais!
No final de 2018, a confirmação de que o mosteiro de Santa Maria de Seiça tinha passado de Imóvel de Interesse Público a Monumento Nacional pressupôs que a mudança de estatuto facilitaria a sua recuperação e conservação, ainda abrindo a porta à possibilidade de co-financiamento público, mas o tempo vai passando e do projeto que a Câmara da Figueira anunciou (reabilitação das ruínas e criação de um espaço interpretativo com interesse cultural e turístico) nada se sabe.
Assim, ao contrário do Paço de Maiorca, neste caso a solução “apenas” tem de contemplar a salvaguarda da melhor solução dos pontos de vista patrimonial, económico e político, e tal só pode acontecer através da candidatura a um Programa de Financiamento Comunitário – cada dia é um dia a menos."
Via Diário as Beiras
Neste caso, basta uma rápida pesquisa online para constatar a real mas muito triste associação entre “Santa Maria de Seiça” e “abandonado”, “esquecido”, “à espera”… – outra atenção e outros adjetivos merece sem dúvida um edifício mandado construir por D. Afonso Henriques antes até ( 1162?) da confirmação e do reconhecimento da nossa própria nacionalidade ( 1179 ).
Dos Crúzios para a Ordem de Cister (mas sempre muito importante para a fixação e defesa das populações numa época de definição de territórios, de fronteiras e de poderes), este edifício conventual foi totalmente reedificado entre os últimos anos do século XVI e o início do século XVII, passando a funcionar como centro de estudos filosóficos da Ordem de Cister, devido à sua proximidade do Colégio de Santa Cruz de Coimbra.
No século XIX o interior foi muito alterado com a instalação de uma fábrica de descasque de arroz (!), sendo vendido em 1834 e acabando por parcialmente ruir – há já tempo demais!
No final de 2018, a confirmação de que o mosteiro de Santa Maria de Seiça tinha passado de Imóvel de Interesse Público a Monumento Nacional pressupôs que a mudança de estatuto facilitaria a sua recuperação e conservação, ainda abrindo a porta à possibilidade de co-financiamento público, mas o tempo vai passando e do projeto que a Câmara da Figueira anunciou (reabilitação das ruínas e criação de um espaço interpretativo com interesse cultural e turístico) nada se sabe.
Assim, ao contrário do Paço de Maiorca, neste caso a solução “apenas” tem de contemplar a salvaguarda da melhor solução dos pontos de vista patrimonial, económico e político, e tal só pode acontecer através da candidatura a um Programa de Financiamento Comunitário – cada dia é um dia a menos."
Via Diário as Beiras
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