"Em inícios da década de 60 foi o primeiro a levar às suas canções palavras incómodas para o regime, falando abertamente da Guerra Colonial. Foi voz para poemas, cantados, de Manuel Alegre e Manuel da Fonseca (e, pontualmente, de Fiama, Matilde Rosa Araújo ou António Gedeão). Com obra gravada entre 1960 e 1980, construiu uma das mais representativas carreiras "de intervenção" na história recente da música portuguesa. Morreu cedo, aos 40 anos, faz hoje um quarto de século. E só talvez essa morte precoce explique porque, 25 anos depois, é voz quase esquecida, raras vezes passada na rádio, praticamente ignorada junto das mais novas gerações."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Hoje é dia de recordar Adriano
"Em inícios da década de 60 foi o primeiro a levar às suas canções palavras incómodas para o regime, falando abertamente da Guerra Colonial. Foi voz para poemas, cantados, de Manuel Alegre e Manuel da Fonseca (e, pontualmente, de Fiama, Matilde Rosa Araújo ou António Gedeão). Com obra gravada entre 1960 e 1980, construiu uma das mais representativas carreiras "de intervenção" na história recente da música portuguesa. Morreu cedo, aos 40 anos, faz hoje um quarto de século. E só talvez essa morte precoce explique porque, 25 anos depois, é voz quase esquecida, raras vezes passada na rádio, praticamente ignorada junto das mais novas gerações."
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