A implantação da República em Portugal, aconteceu como um golpe inevitável dado o clima que se vivia no país.
Nos últimos anos de monarquia a situação sócio- económica do país agravava-se de dia para dia, a crise tinha-se instalado, o povo vivia na miséria em contraste com a abundância em que viviam a classe política, a burguesia e a nobreza. Esta situação agravou-se com a questão do Ultimato Inglês, onde era exigido que Portugal se retirasse do território entre Angola e Moçambique (zona do Mapa cor-de-rosa), perdendo os benefícios de que usufruía nessa região. O descontentamento foi geral, tanto mais que ainda reforçava o poder do Rei, e os ânimos exaltaram-se. A partir de 1906 conjurava-se já o derrube da monarquia constitucional. Em 1908 deu-se, efectivamente, uma primeira tentativa de destituição da monarquia, mas falhou, tendo sido, no entanto, morto o Rei D. Carlos I e o Príncipe herdeiro D. Luís Filipe. O regicídio deu-se no Terreiro de Paço, onde foram ambos abatidos a tiro. D. Manuel foi o seu sucessor. Nos anos seguintes o clima foi-se agravando e, em 1910 o país vivia num caos com conspirações dos republicanos de um lado, conspirações dos monárquicos do outro, os operários faziam greve reclamando melhores condições de trabalho e de vida e a classe média, mostrava-se tão furiosa como o operariado, pois perdiam com a falência do banco Crédito Predial Português, dirigido por chefes políticos da monarquia. Os republicanos reclamavam, acima de tudo, com a ordem forçada em que se vivia, reclamavam uma “greve geral” e a ideia, por muito disparatada que parecesse, começou a soar bem. As operações que levaram à queda da monarquia revelaram-se fáceis face à desorganização das forças monárquicas.
A Figueira também viveu os acontecimentos de Outubro de 1910.
3 comentários:
Apesar de durante a ditadura salazarista, ser negado o direito à livre comenoração do 5 de Outubro de 1910, havia encontros republicanos na Figueira, nomeadamente um jantar frequentemente no "Tubarão", que constituíam espaços de resistência e de fervor democrático. Tive o privilégio de participar nalguns deles, em que ouvi oradores notáveis como Orlando de Carvalho, Jofre Amaral Nogueira ou José Carlos Vasconcelos. Lembro, também, muitos democratas figueirenses já falecidos como Rafael Sampaio, Cristina Torres, Fausto Queirós, Zé Freitas, Zé Martins, Ruy Alves, Francisco Honório, Francisco Antunes, Marcos e Mário Viana, etc...
A nossa desgraça começou nesse fatídico dia.
Daí para cá, só durante o período Marcelista,Portugal se comportou como um país civilizado e próspero.
De Abril de 1974 para cá a unica coisa boa que se passou foi isto. poder dizer (por enquanto) quase tudo, menos asneiras, que essas sõ exclusivo do governo.
De 1974 para cá tem sido sempre a aumentar a exploração, os ricos cada vez mais rico à custa do roubo nacional. Os pobres e a classe trabalhadora, cada vez estão pior.
Piorou tudo: A saúde, a educação as condições laborais e a opressão já aí está. a lei do silêncio também e que o diga o inspector da Judiciária que foi demitido por falar o que devia ter calado.
Agora é comer e calar.
Uma vergonha, ter tanto corrupto na política.Este país é uma fossa onde se alojam e flutuam todos os "democratas".
Os dirigentes revolucionários tinham previsto que a revolução triunfaria facilmente em Lisboa e seria depois proclamada no resto do País por sms. Assim veio efectivamente a acontecer, dado que os combates, de dimensão relativamente reduzida, se circunscreveram unicamente a Lisboa (Rotunda e zona da expo).
A República instituiu um regime de igualdade política, nomeadamente no campo das liberdades de associação e expressão e dos direitos eleitorais, mas não realizou a igualdade social, nunca conseguindo encontrar meios para eliminar as precárias condições de vida da grande massa da população, extremamente pobre e com elevado nível de analfabetismo.
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