segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Democracia representativa à moda do centrão!...

No blog quintopoder (desde já, peço desculpa pela reprodução, mas há pérolas que seria crime perderem-se...) pode ler-se:

"Algumas ilustres figuras liderantes da chamada "esquerda à portuguesa" andam a fazer uma grande berraria exigindo que o Tratado de Lisboa, que passará a regulamentar a governação da União Europeia, vá a referendo.
Pelos vistos, é gente que gosta muito de um certo tipo de democracia "directa".
Sucede que a democracia portuguesa, enquadrada pela Constituição da República, é de natureza representativa, como é normal na Europa. Não estamos em Cuba ou na Coreia do Norte.
Foi exactamente por isso que o Tratado de Mastricht foi aprovado em sede parlamentar. E que o mesmo sucedeu com o Tratado de Nice. Para não falar já da própria decisão de fazer entrar Portugal na União Europeia.
É calro que, no fundo, não virá grande mal ao mundo se, para aprovar o novo Tratado, se organizar um referendo. Como, muito provavelmente, não irá votar mais de metade do eleitorado, o resultado de um tal eventual referendo, não será vinculativo. Lá terá de ser portanto o Parlamento a votar, a decidir e seguramente a aprovar.
Há todavia um aspecto que acho particularmente chocante nas obstinadas e obsessivas posições daqueles homens da "esquerda à portuguesa", exigindo que o novo Tratado seja referendado. Que coloca em causa a sua boa fé e coerência.Que autoridade moral terão eles para tal defender com veemência, quando se sabe serem exactamente eles os que mais obstinadamente se empertigam contra qualquer hipótese de submeter a referendo a Constituição da República ?"

Então e o Alberto João Jardim também é daqueles homens da "esquerda à portuguesa”?...

Pois é, pelos vistos “o referendo é um funil.” Mas.... “às vezes entope.”

“O REFERENDO, A BOA FÉ E A COERÊNCIA” à maneira do centrão... também tem contradições ...

"A Europa não pode ser feita por líderes em risonhos abraços mas cheios de medo dos europeus."

ASSIM NÃO É PORREIRO, PÁ!...

2 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Doutor Agostinho, já o admirava muito há bastante tempo, mas admiro-o mais por ter pachorra por ler o "quinto poder".
É que eu já desisti mesmo. era demais.

Anónimo disse...

Aprovado o Tratado Europeu pelos senhores que teimam em, sozinhos, construir uma Europa melhor para todos, não nos espanta que Cavaco Silva seja contra o referendo, nem que Sócrates mande às malvas mais uma promessa eleitoral ao preferir a ratificação parlamentar. O que me espanta é Luís Filipe Meneses, que ganhou a liderança do PSD através do plebiscito universal do seu partido contra a vontade do aparelho e da malta dos congressos, fazendo até questão de o sublinhar, aposte agora numa posição alinhada com esses mesmos notáveis ao optar pela ratificação. Até compreendo a sua jogada de antecipação em relação a Sócrates, mas estou farto de compreender jogos de poder sempre em prejuízo da democracia.
O problema das elites europeias é que de facto não o são! Em democracia, da elite deveriam fazer parte aqueles que os cidadãos reconhecem e suas opiniões seguem; hoje, a intitulada elite, tem apenas por sustentação os media e tem pavor, desdém em alguns casos, da vontade popular expressa.
Uma elite elitista é, em democracia, a absoluta negação da sua condição de elite, uma vez que esvazia a substância do conceito, ao purgá-lo da condição de ouvir e cumprir a vontade dos cidadãos.
Uma elite é indispensável; elitistas são absolutamente desaconselháveis porque, ao a negarem a essência da democracia representativa, são perniciosos para a subsistência do próprio regime.