Em Portugal, nos últimos tempos, muitos independentes andam por aí.
Primeiro, temos os juízes - são sempre independentes.
Depois, nas televisões, os comentadores são sempre independentes – mesmo Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Santos Silva, Manuela Ferreira Leite...
Os jornais são todos independentes – menos o Avante, claro!..
Vivemos num País de independentes, eu incluído, onde ninguém tem uma ligação óbvia ao poder político, por motivos ideológicos ou simplesmente clubísticos, de amizades chegadas e objectivamente promiscuas...
Somos todos uns santinhos independentes!
Hoje na sua crónica no jornal AS BEIRAS, o eng. Daniel Santos escreve algo com o qual concordo, “importa assim reconhecer
que não há propriamente
independentes. O que
há, isso sim, são cidadãos
intelectualmente honestos
que colocam à frente de tudo
o interesse da comunidade
onde se inserem. Defendendo-
se e defendendo os seus
congéneres.
Como disse Agostinho da Silva,
«eu não voto por rótulos.
(...) Eu não quero saber das
campanhas eleitorais para
nada. Eu quero saber das
ideias que as pessoas têm e
da maneira como depois as
vão defender e praticar.»”
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
Ser independente é ter pensamento próprio respeitando quem pensa diferente...
Ser independente é não ser "invertebrado" e servil de uns quantos interesses...
Ser independente é difícil nos dias que correm...
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