Via blogue marcha do vapor, do meu amigo Rogério Neves, fiquei a saber que a Naval reuniu em Assembleia Geral.
Os tempos estão difíceis e Aprígio diz-se cansado face a tanta indiferença: “este barco começa a ser difícil de governar, mas a Naval é da Figueira e apesar de haver muita gente que passa o dia a pensar como nos vai fechar as portas, não lhes daremos esse prazer”. Apesar dos obstáculos, prometeu continuar, pois “os 116 anos da Naval obrigam...” Para a próxima época, a Naval manterá “uma equipa que honre o clube e a cidade mas que nunca seja primeira página dos jornais por não cumprir com as suas obrigações".“A falta de um estádio- considera o presidente Aprígio Santos - é o principal travão ao investimento”.
A surpresa surgiria depois, creio que no fim da reunião, pela boca do próprio Aprígio Santos: "anunciou a perspectiva de Luz Verde para a construção de uma Centro de Estágio /Academia".
O terreno está encontrado, ficará na Freguesia de S. Pedro.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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