António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
domingo, 4 de maio de 2008
Fome
“Fome é fome e também a há em Portugal, a maior parte escondida na vergonha de quem não pretende assumi-la às claras”.
Mas, a fome que grassa no mundo tem responsáveis. Grosso modo, quem provoca esta “esta crise que vai avançando, denominada de “Silent Tsunami”, é sempre mais do mesmo ao longo dos séculos: “as negociatas nojentas, os intermediários sem escrúpulos, os especuladores para quem todo o tipo de negócios é admissível, agora o crime da transformação de produtos alimentares em combustíveis, os crimes contra a natureza e as políticas de subsídio ao abandono do sector primário, unem mais uma vez esforços para viabilizar uma catástrofe humanitária sem fronteiras.”
Enquanto não vem a solução final para erradicar a fome da face do mundo (esse, sim, seria um belo amanhã, se cantasse!..), apoiemos os paliativos, que o mesmo é dizer, há que “reinventar a solidariedade e apoiar iniciativas como a que decorre para o Banco Alimentar com contributos em géneros e dinheiro de forma a minimizar o desespero de muitos que, por vezes, até nos estão muito mais perto do que à primeira vista possamos pensar.”
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1 comentário:
Já não há amanhãs que cantam... o capitalismo é eterno.
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