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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Estacionamento pago no HDFF: quase 9 anos depois como está o ordenamento do trânsito no parque de estacionamento que tem um Hospital dentro?

No decorrer da reunião camarária realizada no dia 18 de Novembro de 2013, compreendi melhor a trama em torno do caso do estacionamento pago no parque do Hospital da Figueira.
Pelo que tive oportunidade de ouvir, na altura, até o então presidente da autarquia  já estava farto deste caso. E a procissão ainda ia no adro. Recordo palavras do falecido Dr. João Ataíde: "Não me agrada nada taxar ali o estacionamento". Mas taxou.
Recorde-se: o projecto resultou da "pressão" da administração do Hospital para a regulação do estacionamento, num investimento que rondou os 50 a 70 mil euros, custeados pela Figueira Parques.
“O meu acordo visa satisfazer uma situação de ordenamento do estacionamento na área envolvente do HDFF e agilizar uma necessidade do hospital, e não tem fins lucrativos, pelo contrário”, sublinhou.
O intrincado processo teve vários problemas (“Relatório da Proteção Civil municipal deteta falhas no parque de estacionamento do hospital”). Contudo,  o estacionamento no Hospital Distrital da Figueira da Foz, passou a ser pago a 4 de Novembro de 2013!.. O grande argumento, "foi de que os banhistas ocupavam os lugares dos utentes do hospital."
Nesta ordem de ideias, o argumento também poderia também ter sido "o de que no verão os utentes do hospital ocupavam os lugares dos banhistas, indispensáveis à economia da Figueira. Assim, naturalmente, passaram a pagar todos: os utentes do hospital e os banhistas."
Portanto: no verão e no inverno sempre dinheiro em caixa.
Finalmente (depois de ter estado previsto para entrar em vigor em 1 de Setembro de 2013, quiçá por motivos eleitorais, foi adiado), a Figueira tinha algo de inédito a nível mundial: meteram um Hospital dentro de um parque de estacionamento!
Como, na altura escreveu o Eng. Daniel Santos, na  crónica semanal que então publicava no jornal AS BEIRAS
“A garantia de estacionar num parque de um estabelecimento de saúde por razões que tenham a ver exclusivamente com ela é um dever do Estado, assente na receita proveniente do bolo geral dos impostos que os cidadãos já pagam. Acresce que os utentes do SNS pagam taxas moderadoras recentemente agravadas.
Pode então inferir-se que o estacionamento pago no parque do Hospital Distrital da Figueira da Foz, para além dos problemas operacionais já tornados públicos, constitui uma dupla (ou tripla?) tributação.
Não é despiciendo que subsista à solução uma intenção de cariz neoliberal que é a de dissuadir os cidadãos de acederem aos serviços de saúde a que têm constitucionalmente direito. Porque, para tal, já pagam impostos e outras taxas.”
Fomos andando e a colocação de uma unidade hospitalar dentro de um parque de estacionamento, nunca deixou de ser polémica.
A exploração do estacionamento foi entregue à empresa municipal Figueira Parques
Em Dezembro de 2018, foi vendida a posição da autarquia (70 por cento) na empresa Figueira Parques ao parceiro privado. A alienação, "sem concurso público", na opinião do PSD, "iria condicionar as opções estratégicas urbanísticas e os interesses dos habitantes, comércio e indústria nos próximos tempos", pelo que "a opção de privatizar a gestão do estacionamento afigura-se totalmente despropositada na actualidade", na opinião dos  socialdemocratas figueirenses. 
Mais: na altura disseram que "a única intenção foi arrecadar os 840 mil euros para fazer face a despesas em obras discutíveis, mesmo que, com isso, se hipoteque o futuro da soberania do município nesta matéria".
Recorde-se: a venda foi aprovada pelo PS, com os votos contra dos social-democratas.
E estamos chegados a Agosto de 2022.
Recorde-se: o projecto resultou da "pressão" da administração do Hospital para a regulação do estacionamento.

Vejamos a realidade em fotos de ontem, cerca das 13 horas. Carros estacionados por todo o lado e sinalização  a precisar de tinta:

sábado, 23 de dezembro de 2023

Estacionamento pago na Figueira sempre foi um assunto "duvidoso", "polémico" e "irritante"

O estacionamento pago no concelho da Figueira da Foz, foi sempre um assunto que "levantou muitas dúvidas". A polémica esteve sempre presente ao longo dos anos e em todos os mandatos autárquicos, desde que esta medida foi implementada no nosso concelho. E sempre irritou muita gente.
Ao longo do tempo de existência deste espaço, os leitores deste  blogue foram sendo informados.
Imagem daqui.

Quando foi da enorme polémica que colocou um Hospital Distrital dentro de um parque de estacionamento, o então presidente de câmara afirmou que só assinou o contrato “porque pensava que não ia prejudicar os utentes”. “Só quero fazer bem às pessoas. E vão ver como vou fazer bem às pessoas”, sublnhou na altura - estávamos em 2014 - o edil.
Em 2023 a polémica em torno do estacionamento pago na Figueira da Foz continua. E vai transitar para 2024. 

Segundo o que pode ler-se na edição de hoje do Diário as Beiras, «Santana Lopes retirou ontem, irritado, da ordem de trabalhos da Assembleia Municipal a proposta de alteração ao regulamento geral das zonas de estacionamento taxado de duração limitada, após a intervenção do deputado do PSD Manuel Rascão Marques.
O social-democrata indagou em que condições o concessionário teria acesso à base de dados do sistema que permite aplicar coimas de estacionamento.
A deputada da CDU, Adelaide Gonçalves, por sua vez, anunciou que ia votar contra, em coerência com anteriores votações sobre a concessão do estacionamento à superfície pago.
“Se todos quiserem deitar o sistema abaixo, por mim, é já!”, interveio Santana Lopes, frisando que a concessão foi feita em 2006, quando o PSD era poder no município.
“Os senhores viveram onde, estes anos todos?”, indagou o presidente da câmara. “Brincar comigo, não!”. “Tudo tem limites”, acrescentou. 
E retirou o ponto da agenda.
Desde o início da concessão que a concessionária não pode ativar a cobrança coerciva das coimas de estacionamento.
A proposta do executivo camarário visava inverter este impedimento legal.»

A Figueira, tal como todas as cidades portuguesas, é uma urbe onde a utilização do transporte individual domina.
Quem vive na cidade ou em qualquer ponto do concelho, praticamente o único meio de deslocação é o transporte próprio
Só não sabe quem não faz compras nos espaços comerciais figueirenses. O comércio tradicional, incluindo os comerciantes e os utentes do Mercado Municipal, na baixa da nossa cidade vive, há décadas,  numa situação de desvantagem em relação "à mercearia", que teve um crescimento exponencial na última década no concelho da Figueira da Foz.
Ou já esqueceram, que o modelo de crescimento implementado pelos 12 anos de governação socialista do concelho, entre 2009 e 2021, assentou na criação de empregos com muito baixos níveis salariais e, em muitos casos, sem qualquer progressão ao longo da carreira? Para não falar na precariedade do emprego criado e o que foi extinto...

A verdade é esta: o estacionamento no casco velho da cidade é mesmo um problema sério. 
Portanto, o caminho terá de ser mesmo este: olhar para essa dificuldade e resolvê-la.
Creio que ninguém coloca em causa a necessidade de dotar, por exemplo, o Mercado Municipal Engenheiro Silva de estacionamento para facilitar a vida aos vendedores e aos utentes...
As circulares externas, em qualquer cidade, servem para proporcionar maior fluidez ao trânsito. Na Figueira, serviram para instalar superfícies comerciais.
Uns mais, outros menos, no fundo todos dependemos do carro para gerir o nosso quotidiano. 
Estivemos cerca de 50 anos a viver num Portugal da penúria. De repente, o 25 de Abril de 1974 abriu portas. O poder, sempre populista, escolheu que a cidade teria de ser construída tendo em conta o carro, e deixou de apostar no transporte público.
Veja-se o que aconteceu em termos nacionais e locais à ferrovia. 
O cescimento das cidades não teria de ser assim. As ruas, na melhor das hipóteses, passaram a ser 95% para o carro.
Portanto, neste contexto, é normal os presidentes de câmara gastarem milhões em recursos públicos a promover o uso do automóvel, através de mais estacionamento, sem que isso traga sequer benefícios para os peões... 

Na Figueira, o que mais existe é estacionamento concessionado, não pela Câmara Municipal, mas por um privado.
No fundo, o que aconteceu foi a  legalização e a ocupação do espaço citadino em benefício de um privado em detrimento dos interesses do colectivo dos figueirenses.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Estacionamento pago no Hospital da Figueira da Foz: a procissão ainda vai no adro...

No decorrer da reunião camarária realizada  hoje, compreendi melhor a trama em torno do caso do estacionamento pago no parque do Hospital da Figueira.
Pelo que tive oportunidade de ouvir até o  presidente já está farto deste caso. E a procissão ainda vai no adro.
"Não me agrada nada taxar ali o estacionamento", admitiu o presidente da autarquia. O projecto resultou da "pressão" da administração do Hospital para a regulação do estacionamento, num investimento que rondou os 50 a 70 mil euros,  custeados pela Figueira Parques.
Logo a seguir, porém, Hugo Rocha, da empresa municipal Figueira Parques, convocado pelo  presidente para prestar explicações, informa que os custos já vão em 80 mil euros, havendo um acordo com a administração do Hospital com a duração de cinco anos, para a Câmara tentar ser ressarcida do investimento (o que neste momento é uma completa incógnita...)  prazo findo o qual o equipamento reverte para o HDFF. A ideia é a de, no final do ano, em função da receita que entretanto conseguir arrecadar, ver se os cinco anos são suficientes para garantir o retorno.
Tudo isto, ao que tive oportunidade de ver em directo na internet, me pareceu infeliz e confrangedor, por diversos motivos.

1. Uma Câmara que não tem dinheiro para nada, investe 80 mil euros numa obra que deveria ser realizada pela Administração do Hospital da Figueira da Foz.
2. Ainda por cima, cria polémica - o que era de todo dispensável. 
Ao situar, com as obras realizadas, um hospital dentro de um parque de estacionamento, colocou na ordem do dia pertinentes questões de operacionalidade da unidade hospitalar, pois, como as coisas ficaram, não está "salvaguardada  a entrada de quem se dirige ao hospital em emergência, mesmo que não numa ambulância", como muito bem referiu Miguel Almeida.
3. Também, desde o início, tal como Miguel Almeida hoje acentuou  “tenho dificuldade em perceber qual é o argumento para ter o parque a pagar todo o ano", uma vez que a praia adjacente, de setembro a junho, está praticamente deserta.
O parque exterior, frente ao mar, e as ruas em torno do hospital têm agora muitas viaturas,  porque os utentes do hospital passaram a estacionar por lá para fugir ao pagamento no interior do parque do hospital.
4. Será que nos meses de praia, a Câmara vai colocar estacionamento pago nestas zonas, pois vai haver outro problema: onde vão os veraneantes (e sabemos como o turismo é importante para o pequeno comércio da Cova-Gala...) colocar os veículos, se os lugares que existem para o efeito estão ocupados pelos utentes do hospital?..

Ataíde e esta maioria absoluta do PS recentemente eleita,  têm um lindo problema para resolver com esta história do estacionamento pago no Hospital Distrital da Figueira da Foz.
Como é que uma Câmara, que não tem dinheiro para fazer cantar um cego, avança com 80 mil euros para resolver um problema que não é seu, que na melhor das hipóteses prevê recuperar em cinco anos, metendo-se num enorme imbróglio, isso, confesso, faz-me  uma enorme confusão!..
Vamos esperar pelos próximos capítulos, pois pelo que presumo a procissão, neste caso, ainda vai no adro.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Estacionamento pago no hospital foi assunto polémico na reunião de ontem

Foi o vereador e líder da coligação Somos Figueira quem tomou a iniciativa de abordar o assunto, ontem, na reunião de câmara. Miguel Almeida começou por solicitar uma reunião com a administração da Figueira Parques, a empresa municipal que requalificou o parque de estacionamento pago do Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF), que está aliás a explorar.
O autarca da oposição ressalvou que só não aprofundava a polémica questão por lhe restarem “algumas dúvidas”, depois de ter lido o contrato. No entanto, acrescentou: “ficou claro que o presidente da câmara é a favor, porque assinou o contrato”. Miguel Almeida constatou, por outro lado, que o documento fora assinado três meses antes das eleições autárquicas.
Porém, atirou, ficou na gaveta e só viu a luz do dia depois do ato eleitoral, dando a entender que o executivo socialista não o tornou público antes devido à impopularidade da decisão que permitiu taxar o estacionamento no hospital. Por outro lado, frisou ainda: “tendo em conta a dimensão daquilo que estava a ser tratado, não acho correto que a assembleia geral – a reunião de câmara - não se tivesse pronunciado”.

“Só quero fazer bem às pessoas”

João Ataíde, por seu turno, afirmou que só assinou o contrato “porque pensava que não ia prejudicar os utentes”. Para tentar remediar os prejuízos, o presidente da câmara adiantou que tem uma proposta que visa aplicar “um tarifário quase simbólico”, mostrando-se aberto a sugestões.
“Só quero fazer bem às pessoas. E vai ver como vou fazer bem às pessoas”, frisou o edil.
O presidente reiterou as razões que o levaram a rubricar o polémico contrato.
“O meu acordo visa satisfazer uma situação de ordenamento do estacionamento na área envolvente do HDFF e agilizar uma necessidade do hospital, e não tem fins lucrativos, pelo contrário”, sublinhou.

Assunto fedorento

João Portugal também se pronunciou sobre “este assunto que já cheira mal”, referiu. Para o vereador do executivo, o que se passou foi que “o HDFF solicitou à câmara a colaboração para melhorar o trânsito e o município disponibilizou-se a ajudar na melhoria dos serviços dos HDFF, apesar disto ser da competência do Governo”.
Antes de lançar um repto ao líder da oposição, Portugal classificou o debate que se arrasta em torno do estacionamento pago do hospital “um número político para fazer manchetes nos jornais”. A seguir, veio o desafio, que consiste em o PSD pedir ao ministro da Saúde que autorize o HDFF a pagar os 80 mil euros aplicados pela Figueira Parques e, assim, “o problema fica resolvido”.
Miguel Almeida, porém, não se deixou impressionar e retorquiu afirmando que “ficou claro que o PS também defende o parque de estacionamento”. O vereador solicitou ainda uma reunião, com carácter de urgência, com a Protecção Civil, para esta se pronunciar sobre a entrada de viaturas de emergência no parque de estacionamento pago. E considerou, por outro lado, “perigoso” que o HDFF tivesse pedido à câmara para requalificar o parque a fim de resolver um assunto num espaço municipal.  (AS Beiras)

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

A «estória» do hospital metido dentro de um parque de estacionamento tem 10 anos...

"...aquilo que, há 10 anos, era um "acordo que visava satisfazer uma situação de ordenamento do estacionamento na área envolvente do HDFF e agilizar uma necessidade do hospital, e não tinha fins lucrativos, pelo contrário”, tornou-se num chorudo negócio. Segundo o  Diário as Beiras: "anúncio de procedimento n.º 17099/2023, do passado dia 13 de outubro, a concessão terá um prazo contratual de 10 anos, estando também prevista no contrato a renovação por mais cinco anos. No mesmo anúncio está esclarecido que nesta concessão do serviço público o contrato terá um preço base de um milhão e 765 mil euros, não havendo fase de negociação."

Já lá vão quase 10 anos. No dia 18 de Novembro de 2013, compreendi melhor a trama em torno do caso do estacionamento pago no parque do Hospital da Figueira. Pelo que tive oportunidade de ouvir, na altura, até o então presidente da autarquia  já estava farto deste caso. E a procissão ainda ia no adro. Recordo palavras do falecido Dr. João Ataíde: "Não me agrada nada taxar ali o estacionamento". Mas taxou. E, assim, concretizou uma proeza, penso que única: COLOCAR UM HOSPITAL DENTRO DE UM PARQUE DE ESTACIONAMENTO

Recorde-se: o projecto resultou da "pressão" da administração do Hospital para a regulação do estacionamento, num investimento que rondou os 50 a 70 mil euros, custeados pela Figueira Parques.“O meu acordo visa satisfazer uma situação de ordenamento do estacionamento na área envolvente do HDFF e agilizar uma necessidade do hospital, e não tem fins lucrativos, pelo contrário”, sublinhou.

Pelo caminho o intrincado processo teve vários problemas (“Relatório da Proteção Civil municipal deteta falhas no parque de estacionamento do hospital”). Contudo,  o estacionamento no Hospital Distrital da Figueira da Foz, passou a ser pago a partir 4 de Novembro de 2013!.. 
O grande argumento, "foi de que os banhistas ocupavam os lugares dos utentes do hospital."
Nesta ordem de ideias, o argumento poderia também ter sido "o de que no verão os utentes do hospital ocupavam os lugares dos banhistas, indispensáveis à economia da Figueira. 
Assim, naturalmente, passaram a pagar todos: os utentes do hospital e os banhistas."
Resumindo: no verão e no inverno sempre dinheiro em caixa.
Finalmente (depois de ter estado previsto para entrar em vigor em 1 de Setembro de 2013, quiçá por motivos eleitorais, foi adiado), a Figueira tinha algo de inédito a nível mundial: meteram um Hospital dentro de um parque de estacionamento!

Como, na altura escreveu o Eng. Daniel Santos, na  crónica semanal que então publicava no jornal AS BEIRAS
“A garantia de estacionar num parque de um estabelecimento de saúde por razões que tenham a ver exclusivamente com ela é um dever do Estado, assente na receita proveniente do bolo geral dos impostos que os cidadãos já pagam. Acresce que os utentes do SNS pagam taxas moderadoras recentemente agravadas.
Pode então inferir-se que o estacionamento pago no parque do Hospital Distrital da Figueira da Foz, para além dos problemas operacionais já tornados públicos, constitui uma dupla (ou tripla?) tributação.
Não é despiciendo que subsista à solução uma intenção de cariz neoliberal que é a de dissuadir os cidadãos de acederem aos serviços de saúde a que têm constitucionalmente direito. Porque, para tal, já pagam impostos e outras taxas.”

Chegámos a 2023. A colocação de uma unidade hospitalar dentro de um parque de estacionamento, para muitos figueirenses, não deixou de ser polémica.
A exploração do estacionamento foi entregue à empresa municipal Figueira Parques em 4 de Novembro de 2013
Em Dezembro de 2018, foi vendida a posição da autarquia (70 por cento) na empresa Figueira Parques ao parceiro privado. A alienação, "sem concurso público", na opinião do PSD, "iria condicionar as opções estratégicas urbanísticas e os interesses dos habitantes, comércio e indústria nos próximos tempos", pelo que "a opção de privatizar a gestão do estacionamento afigura-se totalmente despropositada na actualidade", na opinião dos  socialdemocratas figueirenses. 
Mais: na altura disseram que "a única intenção foi arrecadar os 840 mil euros para fazer face a despesas em obras discutíveis, mesmo que, com isso, se hipoteque o futuro da soberania do município nesta matéria".
Recorde-se: a venda foi aprovada pelo PS, com os votos contra dos social-democratas.

Estamos em Outubro de 2023.
Recorde-se: a colocação do Hospital Distrital da Figueira da Foz dentro de um parque de estacionamento resultou da "pressão" da administração do Hospital para a regulação do estacionamento.
Entretanto, a Figueira Parques tornou-se numa empresa privada.
A PARTIR DE 4 DE NOVEMBRO DE 2013, OS UTENTES PASSARAM A PAGAR ESTACIONAMENTO NO HOSPITAL DA FIGUEIRA DA FOZ...
Consequentemente, o acesso à saúde, na nossa cidade, com a colaboração do executivo camarário de maioria absoluta do Partido Socialista, ficou com mais difícil acesso e mais caro.
Aquilo que era um bem para todos - o espaço público - ficou ao serviço de privados. E, pelos vistos, é para continuar.
Só que, agora, aquilo que, há 10 anos, era um "acordo que visava satisfazer uma situação de ordenamento do estacionamento na área envolvente do HDFF e agilizar uma necessidade do hospital, e não tinha fins lucrativos, pelo contrário”, tornou-se num chorudo negócio.
Segundo o  Diário as Beiras: "anúncio de procedimento n.º 17099/2023, do passado dia 13 de outubro, a concessão terá um prazo contratual de 10 anos, estando também prevista no contrato a renovação por mais cinco anos. No mesmo anúncio está esclarecido que nesta concessão do serviço público o contrato terá um preço base de um milhão e 765 mil euros, não havendo fase de negociação
Pelo facto dos valores envolvidos no contrato serem elevados, foi também publicado o anúncio no jornal oficial da União Europeia."  
Nota: imagem via Diário as Beiras.

terça-feira, 27 de junho de 2023

"Parque situado junto às muralhas de Buarcos é pago, todos os dias, de 15 de junho a 15 de setembro. A concessão é de 2020 e a medida começou a ser aplicada este ano"...

"Várias centenas de automobilistas que, no fim de semana, utilizaram o parque de estacionamento junto às muralhas de Buarcos, na zona da rua 5 de Outubro, foram “surpreendidos” com multas. 
A exploração foi concessionada, no anterior mandato autárquico, pela Câmara da Figueira da Foz a uma empresa, que não é a mesma que explora o restante estacionamento pago à superfície na cidade. 
Os automobilistas, afirmou um dos autuados ao DIÁRIO AS BEIRAS, quando tomaram contacto visual com o aviso da coima, pensaram tratar-se de publicidade. Mas tratava-se de uma multa de 16,80 euros, que, se não for paga dentro do prazo, ficará bastante mais cara. 
Naquela zona, saliente-se, o estacionamento é pago todos os dias, de 15 de junho a 15 de setembro, das 09H00 às 21H00. Esta medida começou a ser aplicada este ano, embora a concessão date de 2020.
No parque vizinho, situado no outro lado da marginal, explorado pela Junta de Buarcos e São Julião, apesar da placa que informa tratar-se de uma zona paga, todos os dias, de 15 de junho a 15 de setembro, das 08H00 às 20H00, o estacionamento não está a ser cobrado. A gratuitidade deve-se aos custos que a instalação de parquímetros e a fiscalização implicam.
O executivo da Junta de Freguesia de Buarcos decide esta semana o destino a dar ao seu parque de estacionamento, adiantou a presidente, Rosa Batista ao DIÁRIO AS BEIRAS. 
Acerca do parque junto às muralhas, a autarca adiantou que tem sido abordada por residentes e empresários de restauração, que, a partir de julho, terão também de pagar o estacionamento, já que a concessão prevê o fim da isenção nas dezenas de lugares reservados para eles. “Lamento que não tenha havido, por parte da empresa, uma maior divulgação sobre o início da cobrança no parque de estacionamento situado junto às muralhas”, afirmou Rosa Batista. “Lamentamos que, dentro da freguesia, haja dois critérios relativamente ao pagamento de estacionamento”, acrescentou a responsável."

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

"O parque de estacionamento pode desenvolver o Mercado Municipal?", é a pergunta. Porém, a questão não será muito mais complexa?..

Notícia Diário as Beiras: «Concessionários do mercado municipal da cidade anseiam por parque de estacionamento coberto.»

"O comércio tradicional, incluindo, ou sobretudo, os mercados municipais das cidades, estão em desvantagem em relação aos centros comerciais e à maioria das grandes cadeias de distribuição. É uma luta desigual que o mercado livre impõe aos mais pequenos.

Além de não conseguirem obter economia de escala, para poderem praticar preços mais competitivos, os pequenos comerciantes também sentem os efeitos do estacionamento que as grandes superfícies garantem gratuitamente. O executivo camarário está a trabalhar no sentido de dotar o Mercado Municipal Engenheiro Silva com um parque subterrâneo.

Os concessionários daquele mercado anseiam por ter estacionamento coberto próprio, para os clientes e para eles. 

Para atenuar as diferenças e estabelecer o equilíbrio possível, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, anunciou a construção de um parque subterrâneo com ligação direta ao mercado."

A Figueira, tal como todas as cidades portuguesas, é uma urbe onde a utilização do transporte individual domina.

No passado dia 8, data em que saiu esta notícia escrevi no meu blogue.

«Só não sabe quem não faz compras nesses espaços comerciais figueirenses: que o comércio tradicional, incluindo os comerciantes e os utentes do Mercado Municipal, na baixa da nossa cidade vive, há décadas,  numa situação de desvantagem em relação "à mercearia", que teve um crescimento exponencial na última década no concelho da Figueira da Foz.

Ou já esqueceram, que o modelo de crescimento implementado pelos 12 anos de governação socialista do concelho, entre 2009 e 2021, assentou na criação de empregos com muito baixos níveis salariais e, em muitos casos, sem qualquer progressão ao longo da carreira? Para não falar na precariedade do emprego criado e o que foi extinto...

A verdade é esta: o estacionamento no casco velho da cidade é mesmo um problema sério. 

Portanto, o caminho terá de ser mesmo este: olhar para essa dificuldade e resolvê-la.

Creio que ninguém coloca em causa a necessidade de dotar o Mercado Municipal Engenheiro Silva de estacionamento para facilitar a vida aos vendedores e aos utentes...

As circulares externas, em qualquer cidade, servem para proporcionar maior fluidez ao trânsito. Na Figueira, serviram para instalar superfícies comerciais.»


Uns mais, outros menos, no fundo todos dependemos do carro para gerir o nosso quotidiano. Estivemos cerca de 50 a viver na penúria. De repente, o 25 de Abril de 1974 abriu portas. O poder, sempre populista, escolheu que a cidade teria de ser construída tendo em conta o carro, e deixou de apostar no transporte público.

Veja-se o que aconteceu em termos nacionais e locais à ferrovia.

Contudo, as cidades não teriam de ser assim. 

As ruas, na melhor das hipóteses, passaram a ser 95% para o carro.

Portanto, neste contexto, é normal os presidentes de câmara gastarem milhões em recursos públicos a promover o uso do automóvel, através de mais estacionamento, sem que isso traga sequer benefícios para os peões... 

Na Figueira, o que mais existe é estacionamento concessionado, não pela Câmara Municipal, mas por um privado.

No fundo, o que aconteceu foi a  legalização e a ocupação do espaço citadino em benefício de um privado em detrimento dos interesses do colectivo dos figueirenses.

Ainda hoje, seriam 9 e 40, na marginal, frente ao Grande Hotel, vi um funcionário da empresa exploradora do estacionamento pago, sem mão a medir para passar multas aos carros estacionados ao longo da Avenida 25 de Abril.


Por hábito, comodismo e, também, por escassez de oferta do transporte público, quem vem da periferia à cidade, desloca-se sobretudo de automóvel. Quem mora na cidade, desloca-se na cidade, igualmente, sobretudo de automóvel.

As políticas e as mentalidades têm que mudar. Alguém alguma vez pensou que na Figueira seria colocado um Hospital dentro de um parque de estacionamento?

Pois, como sabem, isso aconteceu! Portanto, não me admira que para os figueirenses passarem a ir com mais frequência fazer compras ao Mercado, isso passe por colocar (praticamente lá dentro...) um parque de estacionamento!


E chegamos à chamada "pescadinha-de-rabo-na-boca": por as pessoas "terem" de usar o carro na cidade, deve ser a câmara a dar-lhes estacionamento?

Por outro lado, as Câmaras ao proporcionarem estacionamento, não estarão a convidar mais pessoas a ficarem dependentes do carro? 

Até prova em contrário, mais estacionamento leva a mais uso do carro.

Não será uma incoerência ambiental ser a sociedade a disponibilizar  recursos para facilitar e promover o uso do automóvel com a construção de mais parques? 

Esses, recursos, por exemplo, não seriam melhor utilizados para promover a habitação a preços controlados em vez de serem gastos na "promoção" do automóvel?

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Hospital, se nada for feito para o evitar, vai ter estacionamento pago a partir de 1 de Outubro... Dois dias depois da realização das eleições!..

“A Administração do Hospital Distrital da Figueira da Foz vai colocar parqueamento pago no parque do hospital. 
O mesmo estava previsto para 1 de Setembro de 2013, mas quiçá por motivos eleitorais, foi adiado para 1 de Outubro do corrente ano.”
Assim começa o texto de uma Petição  contra o estacionamento pago no Hospital Distrital da Figueira da Foz, que pode assinar clicando aqui.
Recorde-se que no passado dia 16 de Abril de 2013, este blogue publicou uma postagem  a alertar para o problema com o seguinte título: “Estacionamento no Hospital Distrital da Figueira da Foz,sito na Aldeia da Gala, vai passar a ser pago!..”

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Leitura para os dias de chumbo : “Relatório da Proteção Civil municipal deteta falhas no parque de estacionamento do hospital”

Não sei se, apenas, por inabilidade política, incompetência ou azelhice pura, esqueceu, mais uma vez, uma coisa básica...
A política e a culinária devem respeitar o mesmo princípio: precisam de ingredientes certos, mas é na sua correcta aplicação que está a arte. 
Hoje, a comprovar aquilo que, até para um ignorante  era fácil de adivinhar, acabei de ler um curioso e sintomático texto, com assinatura de j´Alves,  publicado no jornal AS BEIRAS. Dado o seu manifesto interesse para os utentes do Hospital Distrital da Figueira, com a devida vénia, passo a citar:

“O relatório que a coligação Somos Figueira pediu aos Serviços Municipais de Protecção Civil, via câmara, a que o DIÁRIO AS BEIRAS teve acesso, aponta falhas no parque de estacionamento do Hospital Distrital da Figueira da Foz.
O documento começa por realçar a redução da largura dos corredores de emergência, que, sobretudo “devido ao sistema de curvas, não cumprem as medidas normalizadas”. Foram “identificadas ainda dificuldades na primeira curva de acesso, com a possibilidade de colisão com o telheiro”, acrescenta o documento.
Por outro lado, recomenda a instalação de um sistema alternativo do levantamento da cancela, para o caso de falhar a eletricidade. A necessidade de serem distribuídos mais cartões de livre acesso ao hospital pelas entidades de transporte de doentes é outras das considerações. Neste ponto, aponta que à delegação de Carvalhais da Cruz Vermelha foram entregues dois cartões para 22 viaturas. E nas suas homólogas da Figueira da Foz e da Borda do Campo existe uma relação de um para oito e de um para sete, respectivamente.
O horário do rececionista, que termina às 20H00, também é questionado pelo relatório, destacando que pode atrasar a saída das viaturas de transporte de doentes. No entanto, salvaguarda que esta pecha está a ser colmatada pela recepção do HDFF, com a qual se comunica através do intercomunicador instalado no acesso ao parque.
Por último, a Proteção Civil regista que a máquina de leitura de cartões não tem altura suficiente, obrigando os tripulantes ou auxiliares das viaturas de transporte de doentes a saírem da viatura para procederem a esta operação. O relatório termina sugerindo a aplicação de oito medidas.
HDFF contra-argumenta
Saliente-se que o relatório, com data de 11 de março, foi enviado para o gabinete do presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde.
Este, por sua vez, reencaminhou-o para as administrações do HDFF e da empresa municipal Figueira Parques, que explora o parque de estacionamento.
O hospital respondeu, por escrito, ao autarca, contra-argumentando a maioria das considerações do relatório.
Não obstante, a administração do HDFF mostra-se disponível para corrigir algumas situações. Nomeadamente, distribuir mais cartões de livre acesso pelas entidades transportadoras de doentes, com a concordância do concessionário do parque. Por outro lado, admite que a máquina de leitura de cartões e senhas não tem altura suficiente, disponibilizando-se para solucionar este problema.
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, a administração do HDFF acrescenta que tem vindo a “acompanhar com cuidado e atenção o processo que resultou da requalificação e ordenamento do estacionamento no espaço do HDFF e está disponível para com, a Figueira Parques, estudar a melhor solução para o parque de estacionamento, tanto nas questões relacionadas com o acesso às instalações como com as questões de tarifação”.
Remata afiançando que “a gestão do parqueamento continuará a merecer a atenção e a avaliação que lhe são devidas, numa óptica de permanente melhoria”.
Chuva de críticas
Teo Cavaco, vice-presidente da Concelhia da Figueira da Foz do PSD e deputado municipal da coligação Somos Figueira, divulgou o relatório na Foz do Mondego Rádio, na noite de segunda-feira, na qualidade de comentador político. Não poupou nas críticas ao executivo camarário socialista, por ter envolvido a Figueira Parques na gestão do parque de estacionamento do HDFF.
O comentador realçou que o relatório da Proteção Civil “é absolutamente arrasador”, defendendo que “não havia razões de fundo para o estacionamento ser pago”.
Este é o pomo da discórdia entre a oposição e o executivo. Os primeiros censuram o segundo por ter arrastado (em 2013) a edilidade para uma decisão que prejudica os utentes. Este, por seu turno, justifica a medida com a necessidade de ordenar o estacionamento na zona de praia adjacente ao hospital. João Carronda e Joaquim Gil, que completam o painel de comentadores políticos da Foz do Mondego Rádio, também não foram parcimoniosos nas críticas à maioria socialista. “O executivo deixou-se ultrapassar pela oposição”, por ter sido esta a pedir o relatório à Proteção Civil, disse Carronda, que é deputado municipal do PS. E acrescentou que “houve alguma teimosia e autismo político”. Já o independente Joaquim Gil realçou que o envolvimento da autarquia no parque de estacionamento é “uma questão ainda por resolver”.
Um mal menor
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, o gabinete de João Ataíde ressalva que “a conceção e a construção do parque de estacionamento é da exclusiva responsabilidade do HDFF”. Ou seja, a empresa municipal limitou-se a instalar os parquímetros e a explorar o espaço. Dito isto, acrescenta que a vantagem de a Figueira Parques ter dito que sim ao convite da administração do hospital é “poder corrigir” situações como aquelas que o relatório da Proteção Civil evidencia. Mas também para aplicar taxas mais amigas do utilizador. Se não fosse uma empresa municipal a gerir o espaço, o tarifário seria ainda mais elevado, defende o gabinete da presidência da Câmara da Figueira da Foz. A propósito de preços, eles já foram reduzidos e, ao que o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, deverão baixar ainda mais.”

Em tempo.
Tal como prevímos há muito, Ataíde e esta maioria absoluta do PS,  têm um lindo problema para resolver com esta história do estacionamento pago no Hospital Distrital da Figueira da Foz.
Como é que uma Câmara, que não tem dinheiro para fazer cantar um cego, avança com 80 mil euros para resolver um problema que não é seu, que na melhor das hipóteses prevê recuperar em cinco anos, metendo-se num enorme imbróglio, isso, confesso, faz-me  uma enorme confusão!..
Vamos esperar pelos próximos capítulos...

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Estacionamento do hospital...

Na reunião de câmara realizada na passada segunda-feira (à porta fechada, por ser a primeira do mês...) a coligação Somos Figueira, através do líder, Miguel Almeida, solicitou cópias do contrato celebrado entre a Figueira Parques e o Hospital Distrital da Figueira da Foz. 
O documento, recorde-se, tem a ver com a construção do parque de estacionamento da unidade hospitalar, pela empresa municipal. A estrutura política liderada por Miguel Almeida discorda do sistema de pagamento. Isto, mesmo depois do HDFF e a empresa municipal terem isentado os utentes de pagamento durante a noite e de terem aumentado, de 15 minutos para uma hora, o período inicial de estacionamento grátis. 
O HDFF justificou a requalificação do parque e o pagamento do estacionamento com a necessidade de ordenar o espaço. Sobretudo no verão, altura do ano em que, segundo os responsáveis pela implantação do estacionamento pago no HDFF, os frequentadores da praia vizinha estacionavam ali as suas viaturas. 
Se esse é o argumento principal, propõe a coligação Somos Figueira, então que o pagamento seja aplicado apenas na época balnear. “Lamento que o presidente da câmara, que também é presidente da Figueira Parques, defenda aquele parque de estacionamento. Assim, é muito mais difícil pedir à tutela que revogue a decisão”, declarou Miguel Almeida ao DIÁRIO AS BEIRAS, que garante "que não vai deixar que este assunto fique estacionado no tempo"
Entretanto, em resposta, o gabinete de João Ataíde limita-se a repetir o que já sabemos: “reitera-se que a decisão de tarifar o estacionamento foi do HDFF”. Independentemente da entidade que iria fazer a intervenção, por decisão do hospital, seria sempre cobrado o estacionamento”.. 
O executivo camarário socialista sublinha, mais uma vez,  que o protocolo com o hospital não tem fins lucrativos. 
Sendo assim, como compreender que um político experiente, como João Ataíde - está a cumprir o segundo mandato - tenha dado tamanho tiro no pé, deixando-se enredar neste caso ?..

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Estacionamento vai continuar a ser pago no Parque do HDFF. A maioria PS assim o votou... (II)

Recorde-se: o sistema pago entrou em vigor no início de Novembro do ano passado e colocou, na prática, o hospital dentro de um  parque de estacionamento.
A angústia do PS figueirense, na sua condição de anjinho culpado e pecador, no envolvimento da Câmara, via Figueira Parques, no processo do estacionamento pago no Parque de Estacionamento do Hospital Distrital da Figueira da Foz, sito na Gala, faz lembrar a limpeza das casas...
Por mais merda que a gente limpe, mais merda aparece...
Na Assembleia Municipal realizada no último dia de Abril de 2014, Luís Ribeiro, deputado municipal do PS, alegou que o Governo não avançou com a obra “por completa falta de capacidade financeira ou de vontade para tal” e que a empresa municipal, ao fazê-lo, defendeu “o bem e o interesse público”!..

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A propósito do “negócio” do estacionamento pago no HDFF e do que ouvi na Foz do Mondego Rádio ao “vereador” do Câmara Oculta João Carronda, a quem aproveito para cumprimentar...

Em poucos estabelecimentos deste nosso Portugal somos tão mal atendidos, em termos de estacionamento pago, como no HDFF. Chego a pensar se não tratarão os clientes como lixo de propósito, uma espécie de política interna própria de uma empresa onde os processos e os métodos de fazer negócio são os que melhor consigam lixar os utilizadores.
Se esta política existe, estão todos de parabéns, a começar pela administração do HDFF, passando pelos directores da Figueira Parques e a acabar na câmara municipal: não é nada fácil criar uma cultura empresarial que consiga lixar o juízo aos clientes com a mestria que todos alcançaram. 
Só tenho dificuldades em compreender porque raio empresários se juntaram para tornar a vida dos clientes num inferno. Mas a estratégia empresarial tem razões que a razão desconhece e nós, os lixados, não nos devemos deitar a adivinhar. Quem sabe, talvez a administração seja influenciada por estrangeiros que pretendem obrigar os clientes a ir estacionar fora dos muros do hospital para treino físico. Ou, então, tudo não passa de uma maquinação das elites figueirenses, para fazer os doentes e restantes utentes do HPDFF sofrer a bom sofrer!..
O que eu sei é que o HDFF, a FP e a Câmara constituíram uma excelente metáfora do monstro capitalista: os utentes da classe média-baixa, que não têm dinheiro para pagar o estacionamento, têm de sofrer um humilhante calvário: depois de deixarem o doente, velho e em cadeira de rodas, têm de vir colocar o carro cá fora, para não pagar estacionamento, e percorrer centenas de metros, ao vento e à chuva, para ir ter com o doente e acompanhá-lo à consulta.
Depois da consulta, há que ir buscar a viatura, ao vento e à chuva...

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O meu balanço de dois anos de mandato autárquico deste executivo da Câmara da Figueira da Foz

Cito o jornal AS BEIRAS
de hoje.
"Em 2009, João Ataíde, que até àquele ano era juiz desembargador, conquistou a Câmara da Figueira da Foz para o PS, depois de 12 anos de gestão do PSD. Obteve, no entanto, maioria relativa, tendo na oposição os social-democratas e a Figueira 100%. Recandidatou-se em 2013, sem o movimento independente na corrida, e conquistou a maioria absoluta. A primeira medida que tomou foi fechar ao público e aos jornalistas a primeira das duas reuniões de câmara mensais ordinárias, pondo fim a uma tradição que se mantinha desde o 25 de Abril.
Foi uma decisão política controversa que mereceu forte contestação, por parte da oposição e da opinião pública. Quando já praticamente ninguém falava no assunto, volta a gerar celeuma, ao debater o plano estratégico do concelho à porta fechada. Desta vez, até autarcas e dirigentes do PS se juntaram às críticas. O autarca independente admitiu rever a decisão.
Porém, volvidos dois anos, tudo continua na mesma."

Esta tomada de posição política tomada por Ataíde no início de um mandato com maioria absoluta, marcou os 2 anos que se seguiram e há-de marcar os 2 anos que faltam por cumprir.
Ninguém que se julga com poder - como é o caso do ex- juiz desembargador e actual presidente da câmara da Figueira da Foz - gosta da democracia, porque sabe que só a democracia me dá a mim, vulgar cidadão, sem poder político ou económico, o direito e a possibilidade de derrubar alguém que se julga com poder...

O resto era o mínimo que tinha de ser feito. 
Volto a citar AS BEIRAS. "Os 40 milhões da dívida da câmara e das empresas municipais que encontrou em 2009, está a ser paga ao abrigo de um plano de saneamento financeiro, com maturidade de 12 anos (termina em 2021), que absorve cerca de seis milhões de euros por ano. 
Das obras realizadas nos dois últimos anos, João Ataíde destaca a construção do novo quartel dos Bombeiros Municipais e da Extensão de Saúde de Lavos; recuperação do Forte de Santa Catarina; instalação do Balcão de Atendimento Único da câmara; requalificação do largo da Feira Velha de Maiorca; beneficiação da rede viária, que continua (mas pouco, digo eu...);  as obras que acabaram com as inundações na rua da República. A segunda fase da reparação das muralhas de Buarcos também foi concluída neste lapso de tempo autárquico, bem como o centro de convívio e cultural do Portinho da Gala (vai servir para quê? - pergunto eu.  Mais de um ano depois do seu acabamento e meses depois depois da sua inauguração continua fechado...).
Estão aprovadas intervenções nas escolas Cristina Torres (secundária) e da Gala (1.º ciclo), relva sintética no campo de futebol da Leirosa e requalificação do areal urbano. 
Aplicou, por propostas da oposição (PSD), o primeiro Orçamento Participativo, processo em fase de votação." 

João Ataíde não gosta daquilo que considera ser um "misto de Conselho de Ministros e Parlamento, onde o órgão executivo se reúne para deliberar com a participação da oposição, que aproveita este figurino de governação para mediatizar as suas posições e propostas, e a presença de público e jornalistas." 
Por isso, depois da maioria absoluta, concluiu: “a oposição tem muito mais informação nas sessões fechadas ao público do que nas abertas. Nas abertas, temos a percepção que estamos escancarados a toda a comunicação. A democracia não é um ato de democracia directa”. 
Entretanto, continuamos com “o mesmo ar bafiento”...
Um dia, porém, os figueirenses, tal como os portugueses, vão acordar. Quando tal acontecer, não vão aceitar mais a multiplicação de discursos e proclamações de belos e grandes princípios democráticos que redundam, sempre, num profundo imobilismo político.
Os figueirenses e os portugueses, um dia, vão perceber que basta fazer o óbvio – pensar antes de votar.
Todo o mundo é composto de mudança.

Em tempo.
O caso do estacionamento pago no Hospital da Figueira da Foz, é talvez a maior obra de que o presidente Atáide se deve orgulhar, pois alcançou algo único e inédito, creio que em todo o mundo: conseguiu meter um Hospital dentro de um parque de estacionamento.
Ataíde e esta maioria absoluta do PS,  têm um lindo problema para resolver com esta história do estacionamento pago no Hospital Distrital da Figueira da Foz.
Como é que uma Câmara, que não tem dinheiro para fazer cantar um cego, avançou com 80 mil euros para resolver um problema que não é seu, que na melhor das hipóteses prevê recuperar em cinco anos, metendo-se num enorme imbróglio, isso, confesso, faz-me  uma enorme confusão!..

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A operacionalidade do acesso ao hospital da Figueira, um tema que diz respeito a todos nós e que ainda vai dar muito que noticiar...

A operacionalidade do aceso ao hospital da Figueira, é um tema que diz respeito a todos nós e que a todos deveria preocupar...
Recorde-se: o sistema pago entrou em vigor no início de Novembro de 2013 e colocou, na prática, o hospital dentro de um  parque de estacionamento.
A angústia do PS figueirense, na sua condição de anjinho culpado e pecador, no envolvimento da Câmara, via Figueira Parques, no processo do estacionamento pago no Parque de Estacionamento do Hospital Distrital da Figueira da Foz, sito na Gala, faz lembrar a limpeza das casas. 
Por mais merda que a gente limpe, mais merda aparece...

A 30 de Abril de 2014, na Assembleia Municipal, a coligação Somos Figueira (PSD/CDS-PP/PPM/MPT) apresentou um voto de protesto e revogação da decisão – chumbado pela maioria socialista – apoiando-se num parecer pedido ao serviço municipal de protecção civil que considerou não estarem reunidas “as mínimas condições de segurança” no acesso a viaturas de emergência.
Na oportunidade, Pereira da Costa, também do movimento Somos Figueira, já depois de João Ataíde ter assumido que a empresa municipal está “a perder dinheiro” com a intervenção, considerou que o Presidente da Câmara “já deve estar 50 vezes arrependido” de ter assinado a parceria com o HDFF.
“Foi um mau negócio, perdeu dinheiro, mas deu a entender que estava de acordo. O que a Câmara devia ter dito era que não queria, a posição da Câmara foi absolutamente desastrosa”, afirmou o presidente da bancada PSD na AM.

Na altura, a bancada do PS também avançou com uma moção – esta aprovada – onde, apesar de se manifestar “contra qualquer agravamento de taxas ou custas” associadas ao Serviço Nacional de Saúde, lembra que o parque de estacionamento hospitalar “carecia absolutamente de uma requalificação profunda” e ordenamento.
Luís Ribeiro, deputado municipal do PS, alegou que o Governo não avançou com a obra “por completa falta de capacidade financeira ou de vontade para tal” e que a empresa municipal, ao fazê-lo, defendeu “o bem e o interesse público”.

Em janeiro deste ano, perante as críticas, o presidente da Câmara já tinha defendido a aplicação de um tarifário “quase simbólico” no HDFF, que não onerasse as idas dos utentes à unidade de saúde, mas que deve ter agravado os prejuízos para a empresa municipal Figueira Parques.
Na mesma altura o tarifário foi alvo de alterações – embora mantendo o valor hora, superior ao praticado nos parques e vias públicas da cidade – passando a primeira hora a ser gratuita, assim como a maior parte do período nocturno.

Neste momento, partindo do pressuposto que o presidente da AM já deu cumprimento ao deliberado na última reunião daquele órgão autárquico, por iniciativa da deputada municipal Ana Oliveira, a operacionalidade no acesso ao parque de estacionamento do Hospital, já deverá estar a  ser avaliada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O estacionamento pago no Hospital da Figueira e os problemas que temos e iremos ter naquela zona da freguesia de S. Pedro. Que serão certamente agravados quando o tempo estiver propício para ir à praia...


Entrada e saída norte. Do lado de fora, são visíveis dezenas de carros estacionados no exterior.


Saída para poente. Dá para uma rua da freguesia de S. Pedro, com piso em estado miserável. No verão, são milhares os visitantes que todos os dias por aqui circulam, pois dá acesso às magníficas praias da Cova-Gala e ao Parque de Estacionamento que serve a praia limítrofe. Ironia das ironias: a Câmara não tem dinheiro para repor o piso de uma via pública, mas a poucos metros, via Figueira Parques, uma empresa municipal, gastaram-se e arranjaram-se 80 mil euros para investir num estacionamento privado!..


A entrada sul, a tal "especialmente concebida para as situações de emergência"!
Entrada lado nascente, a usada normalmente pelos utentes. Mais uma vez atente-se na ocupação dos espaços de estacionamento em redor da unidade hospitalar.
Finalmente, fica a imagem do parque de estacionamento que serve a Praia do Hospital. Esta foto, como todas deste post, foram tiradas por mim esta manhã. Fica o esclarecimento, pois estamos bem fora da época estival, como a temperatura bem demonstra.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

O NEGÓCIO

"Na última reunião de CMFF foi aprovada com os votos favoráveis do PS e votos contrários dos vereadores do PSD a venda da quota detida pela autarquia na empresa Figueira Parques a favor do outro sócio, minoritário.
Muito me surpreendeu que o executivo camarário apenas se tenha preocupado, tão somente, com o aspecto da venda da quota maioritária detida pela Câmara Municipal, superior a 70% do capital social e, não tenha, em circunstancia alguma, ponderado, sequer, a hipótese da compra da outra quota de 30%, analisando, assim, todas as vantagens de ordem financeira, social e patrimonial, como forma de manter essa empresa municipal.
Se dúvidas existiam acerca da rentabilidade do negócio em causa, as mesmas ficaram dissipadas, pois, caso assim não fosse, nunca estaria um particular interessado em adquirir, sem regateios, a quota camarária por 800.000,00€.
Por outro lado, se há actividade que devia e podia continuar a ser exercida pelo Município, esta é uma delas, relacionada com a gestão do parqueamento automóvel, atento a uma maior eficácia de articulação com a regulação do próprio trânsito rodoviário urbano e a sua adequação às necessidades da cidade, onde, não menos importante, seriam as receitas cobradas pelo estacionamento pago que reverteriam a favor do concelho.
Mas, tendo-se optado pela venda, ainda maior perplexidade me causou o facto do executivo municipal ter alienado directamente ao actual sócio privado, sem submeter o referido negócio a uma oferta pública.
Defendeu-se (quanto a mim, muito mal) o presidente da Câmara Municipal dizendo que esta alienação não obriga a hasta pública, não se mostrando tal argumento, de todo, aceitável, tanto no plano ético como naquilo que respeita às boas práticas da gestão publica, designadamente, no que concerne à defesa dos interesses do concelho, pois tratando-se de património municipal, mostrar-se-ia muito mais transparente que a venda fosse aberta a outros potenciais interessados, a fim de maximizar-se a rentabilidade da oferta comercial em causa. 
A efectiva concretização do presente negócio está agora apenas dependente da realização da próxima Assembleia Municipal, a ter lugar já no próximo dia 14, onde, à partida, não vejo como a maioria dos deputados do Partido Socialista possa ir contra aquela deliberação camarária, tudo levando a crer (oxalá me engane) que assistir-se-á à ratificação por parte daquele órgão autárquico dum acto promovido pelo actual executivo camarário que decidiu entregar, do dia para a noite, o negócio do estacionamento pago da cidade às mãos exclusivas dum privado."
Carlos Tenreiro

domingo, 11 de maio de 2014

Pensando na Figueira

Mesmo longe, há qualquer coisa que cheira mal, muito mal mesmo, nesta história do estacionamento pago pelos utentes do Hospital da Figueira.
Já deu para perceber de onde veio a ideia. Só ainda não deu para perceber de onde veio a ideia de a Câmara se meter no assunto, tipo “tudo ao molho e fé em Deus”.
Um partido é (ou devia ser) um agrupamento ideológico, uma congregação de pessoas - os militantes - em torno de um conjunto de ideais fundamentais.
Deveria ser apenas a elas que se respeitaria fidelidade. Nunca a pessoas, direcções ou mesmo programas eleitorais.
Esses vão e vêm numa mudança própria do regime democrático; as ideias base, os princípios fundamentais, esses ficam no longo prazo.
A meu ver, um militante tem o direito - diria até o dever - de criticar uma dada direcção ou programa se achar que ele fere as bases ideológicas do partido. Independentemente de haver ou não eleições à porta.
Isto seria o ideal; a realidade figueirense e portuguesa é outra conversa.
Eu quase que aposto que uma boa parte dos militantes do PS figueirense não sabe quais os pilares ideológicos do seus partido; quase que aposto que a maior parte está no PS por ser soarista ou socratista, aguiarista ou outra coisa qualquer de ocasião - não por ser, ou sequer saber, o que é ser socialista.
É nisto que se transformaram os partidos políticos portugueses: agrupamentos com base em fidelidades pessoais, quase sempre de natureza clientelar, interesseira ou de divinização de um líder que se torna inquestionável.
Agora, temos Ataíde – isto é o poder!
Depois de Aguiar, que teve um longo “reinado”, alguém se lembra dos rostos ou dos nomes dos candidatos do PS que perderam 3 actos eleitorais entre 1998 e 2009 na Figueira?
Neste contexto, é perfeitamente natural que criticar uma direcção partidária local signifique traição ou quebra de fidelidade. Mas isso não é próprio de uma democracia.
A maior prova é, talvez, o clima de silenciamento que acaba por gerar e, em momentos infelizes, institui-lo oficialmente, como foi o caso do bem sucedido caso do estacionamento pago no Hospital da Figueira da Foz, sito na Gala.
Prova evidente e completamente esclarecedora, foi o que se passou na Assembleia Municipal, onde muita gente da bancada do PS local teve dobrar a cerviz para votar o “conforto” expresso ao presidente Ataíde!..
É certo que ninguém é obrigado a estar num partido e que, se não concorda com o seu modo de funcionamento, pode sempre sair. Mas, talvez, seja mesmo isso que explique porque é que os partidos se tornaram tão pouco interessantes (para usar um eufemismo) e porque é que muitas pessoas de valor estão fora deles, enquanto lá dentro acotovelam-se clientes à espera de favores.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Estacionamento pago no HDFF: “Somos Figueira” solicitou o parecer do comandante operacional municipal da Proteção Civil figueirense

foto de António Agostinho sacada daqui
A coligação «Somos Figueira» pretende que o comandante operacional municipal da Proteção Civil figueirense dê o seu parecer em relação ao sistema de estacionamento pago recentemente implementado no Hospital Distrital da Figueira da Foz, nomeadamente sobre a entrada de ambulâncias em situação de emergência que, pode ler-se no requerimento entregue ao presidente da Câmara Municipal, acontece num acesso em «curva e contra curva» e com cancela automática.
Deste modo, “face ao exposto e à gravidade da situação”, os vereadores da oposição pedem o parecer, nomeadamente “em relação aos efeitos ou consequências na entrada de viaturas de emergência, provocados pela colocação de cancela e pelo desenho do acesso às Urgências, e se, e de que forma, está acautelada a entrada destes mesmos utentes em possíveis situações de avaria dos já mencionados equipamentos”.
Assinam o documento os vereadores Miguel Almeida, João Armando Gonçalves, Anabela Tabaço e Catarina Oliveira.