terça-feira, 29 de maio de 2018
Está tudo a acontecer no Cabedelo!..
A veia febril da imaginação está a jorrar abundantemente.
Espero que ninguém venha a morrer de hemorragia...
Espero que ninguém venha a morrer de hemorragia...
Está a acontecer algo que não terá retorno: a transformação do Cabedelo está em movimento por acção das obras humanas...
«A cerimónia de apresentação pública do projecto de iluminação do Cabedelo terá lugar no próximo dia 1 de junho, sexta feira, pelas 15h00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Figueira da Foz.
O presidente da autarquia, João Ataíde, destaca a importância deste projecto “no quadro de uma estratégia de capitalização das potencialidades naturais do concelho e de diferenciação positiva nas estruturas de lazer, entre outras”.
A obra em questão está incluída na intervenção global prevista para o Cabedelo (freguesia de S. Pedro), terá início em setembro próximo e durará 12 meses, tendo o custo de 2.640.000€.
Sete torres de iluminação e 21 projectores estão contemplados “num ambicioso mas rigoroso projecto de electrificação que atendeu às condições de humidade e outras próprias do contexto de praia marítima, salvaguardando a segurança de pessoas e animais e preconizando uma iluminação nocturna confortável e apelativa, numa extensão de 50m a contar da linha do molhe”, adianta a autarquia figueirense para quem a iluminação da Praia do Cabedelo “irá permitir a prática nocturna de surf e bodyboard, capitalizando a belíssima paisagem e condições naturais favoráveis a estas modalidades”.»
Via Figueira na Hora
O presidente da autarquia, João Ataíde, destaca a importância deste projecto “no quadro de uma estratégia de capitalização das potencialidades naturais do concelho e de diferenciação positiva nas estruturas de lazer, entre outras”.
A obra em questão está incluída na intervenção global prevista para o Cabedelo (freguesia de S. Pedro), terá início em setembro próximo e durará 12 meses, tendo o custo de 2.640.000€.
Sete torres de iluminação e 21 projectores estão contemplados “num ambicioso mas rigoroso projecto de electrificação que atendeu às condições de humidade e outras próprias do contexto de praia marítima, salvaguardando a segurança de pessoas e animais e preconizando uma iluminação nocturna confortável e apelativa, numa extensão de 50m a contar da linha do molhe”, adianta a autarquia figueirense para quem a iluminação da Praia do Cabedelo “irá permitir a prática nocturna de surf e bodyboard, capitalizando a belíssima paisagem e condições naturais favoráveis a estas modalidades”.»
Via Figueira na Hora
segunda-feira, 28 de maio de 2018
Os poetas
Os portugueses, todos o sabemos, deixaram morrer de fome o seu maior poeta.
Os portugueses continuam assim: deixam morrer todos...
E sem fazer distinção entre os grandes e os pequenos...
Os portugueses continuam assim: deixam morrer todos...
E sem fazer distinção entre os grandes e os pequenos...
domingo, 27 de maio de 2018
sábado, 26 de maio de 2018
Obras na baixa alvo de criticas do PSD/FIGUEIRA
A Câmara Municipal da Figueira da Foz vai iniciar a obra relativa à 1.ª Fase do que chamou “Requalificação do Núcleo Antigo da Figueira da Foz”, com o objectivo principal, de acordo com o que publicitou, de “proteger o ambiente e promover a eficiência dos recursos”.
Esta fase do projeto, orçada em €3.721.966,58, tem um apoio financeiro da União Europeia (PEDU) de € 2.615.000,00, sendo a contrapartida municipal de €1.106.966,58, durando no mínimo, até maio de 2019 (dois anos de obras).
Ontem de manhã, a Concelhia da Figueira da Foz do PSD, realizou uma conferência de imprensa na praça general Freire de Andrade.
O evento serviu para criticar o projecto de requalificação daquela zona do casco velho da baixa da cidade.
Na opinião dos socialdemocratas, a intervenção urbanística que o executivo camarário socialista se prepara para iniciar naquele local, vai prejudicar o comércio tradicional e criar constrangimentos no trânsito.
Ricardo Silva, presidente daquela estrutura partidária, Teotónio Cavaco, Rascão Marques e Antonino Oliveira, destacaram, por outro lado, que os lugares de estacionamento naquela zona da Baixa da cidade vão ser drasticamente reduzidos e que o parque de estacionamento que está a ser construído pela autarquia fica distante da praça e vai beneficiar, apenas, os moradores.
Alertaram, também, que a alteração do sentido de trânsito na rua da República, até à rua 10 de Agosto, vai gerar “situações de conflitos”. “Algumas das alterações de trânsito, em vez de facilitarem o escoamento dos veículos, trarão mais zonas de conflito, nomeadamente com a criação de mais entroncamentos na avenida marginal”, pode ler-se num documento a que tivemos acesso.
Os membros da oposição ontem presentes no encontro com os jornalistas, teceram também criticas por não ter havido consulta pública do projecto de requalificação das praças da Baixa figueirense e lembraram o facto da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz também não ter sido ouvida pela autarquia.
De harmonia com o que se pode ler na edição de hoje do jornal AS BEIRAS, o vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, que detém o pelouro das Obras Municipais, ouvido por este órgão de comunicação, disse que “os sentidos de trânsito nunca são definitivos”. Acerca da falta de consulta pública, o autarca do PS sustentou: “Cumpriu-se a norma legal, porque os projetos foram debatidos e aprovados pela câmara e pela assembleia municipal”.
Na opinião do o PSD da Figueira da Foz, esta obra é exemplificativa da forma como é dirigido o concelho: "sem estratégia, sem auscultação das populações, sem a preocupação de melhorar o nível de vida das populações, sem criar atrativos para os empresários instalados ou que se queiram instalar com vista à criação de emprego, o qual tanta falta faz aos nossos jovens, não promovendo também a consequente fixação de mais população no nosso concelho."
Esta fase do projeto, orçada em €3.721.966,58, tem um apoio financeiro da União Europeia (PEDU) de € 2.615.000,00, sendo a contrapartida municipal de €1.106.966,58, durando no mínimo, até maio de 2019 (dois anos de obras).
Ontem de manhã, a Concelhia da Figueira da Foz do PSD, realizou uma conferência de imprensa na praça general Freire de Andrade.
O evento serviu para criticar o projecto de requalificação daquela zona do casco velho da baixa da cidade.
Na opinião dos socialdemocratas, a intervenção urbanística que o executivo camarário socialista se prepara para iniciar naquele local, vai prejudicar o comércio tradicional e criar constrangimentos no trânsito.
Ricardo Silva, presidente daquela estrutura partidária, Teotónio Cavaco, Rascão Marques e Antonino Oliveira, destacaram, por outro lado, que os lugares de estacionamento naquela zona da Baixa da cidade vão ser drasticamente reduzidos e que o parque de estacionamento que está a ser construído pela autarquia fica distante da praça e vai beneficiar, apenas, os moradores.
Alertaram, também, que a alteração do sentido de trânsito na rua da República, até à rua 10 de Agosto, vai gerar “situações de conflitos”. “Algumas das alterações de trânsito, em vez de facilitarem o escoamento dos veículos, trarão mais zonas de conflito, nomeadamente com a criação de mais entroncamentos na avenida marginal”, pode ler-se num documento a que tivemos acesso.
Os membros da oposição ontem presentes no encontro com os jornalistas, teceram também criticas por não ter havido consulta pública do projecto de requalificação das praças da Baixa figueirense e lembraram o facto da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz também não ter sido ouvida pela autarquia.
De harmonia com o que se pode ler na edição de hoje do jornal AS BEIRAS, o vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, que detém o pelouro das Obras Municipais, ouvido por este órgão de comunicação, disse que “os sentidos de trânsito nunca são definitivos”. Acerca da falta de consulta pública, o autarca do PS sustentou: “Cumpriu-se a norma legal, porque os projetos foram debatidos e aprovados pela câmara e pela assembleia municipal”.
Na opinião do o PSD da Figueira da Foz, esta obra é exemplificativa da forma como é dirigido o concelho: "sem estratégia, sem auscultação das populações, sem a preocupação de melhorar o nível de vida das populações, sem criar atrativos para os empresários instalados ou que se queiram instalar com vista à criação de emprego, o qual tanta falta faz aos nossos jovens, não promovendo também a consequente fixação de mais população no nosso concelho."
sexta-feira, 25 de maio de 2018
A crise do Sporting...
No fundo, a resolução, é tão simples como isto...
"Bruno de Carvalho deixa de presidir ao Sporting se o deixarem continuar a receber como presidente do Sporting"...
"Bruno de Carvalho deixa de presidir ao Sporting se o deixarem continuar a receber como presidente do Sporting"...
Ser católica e de esquerda
"Aquilo que move tanta gente de esquerda é o anseio por um modelo social justo, em que o Bem Comum seja preocupação de todos. Pode parecer uma utopia, mas não é mais utópico do que o sonho do Reino de Deus que mobiliza tantos cristãos."
Joana Rigato
Joana Rigato
E conseguiríamos viver sem o cheiro do petróleo?
Um dia vamos conseguir...
Ele vai acabar.
Mas, entretanto, esgotaremos, até à última, a oportunidade de poluir...
Ao que parece, temos energia mais barata.
Somos absolutamente incorrigíveis.
Ele vai acabar.
Mas, entretanto, esgotaremos, até à última, a oportunidade de poluir...
Ao que parece, temos energia mais barata.
Somos absolutamente incorrigíveis.
Arquitectos portugueses em Veneza contra a descrença no edifício público
"Mesmo ao pé da Galeria da Academia, um dos mais importantes museus de Veneza, o Palácio Giustinian Lolin recebe este ano o Pavilhão de Portugal na Bienal de Arquitectura de Veneza, com uma exposição dedicada à encomenda pública completada nos anos da crise económica e financeira. Mostram-se 12 intervenções muito diferentes, desde o Metro de Nápoles, de Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura e Tiago Figueiredo, até aos pavilhões efémeros feitos para o Parque Serralves, no Porto, por uma brigada de jovens arquitectos (aquela geração nascida nos anos 80 que a crise quase apagou do mapa ou que teve de emigrar), a um hangar para canoas em Montemor-o-Velho, de Miguel Figueira, construído com muito poucos meios."
Via jornal Público
Via jornal Público
A minha "sorte"...
Afirmo, desde já, que não acredito muito na "sorte" e no "azar"...
Afinal, o que é a "sorte" ou o "azar"?
Normalmente, é uma justificação que encontramos à posteriori para justificar as coisas que fazemos, ou deixamos de fazer.
A minha "sorte", ao longo da vida, não foi não ter tido "azares"...
A minha "sorte", foi, até hoje, ter conseguido esquecer todos os "azares"...
A minha "sorte" foi ter conseguido agarrar a vida.
E sorrir!..
Sorrir muito.
Gosto de ser assim: agarrado à vida! Não conheço outra coisa. E a morte dura que se farta...
quinta-feira, 24 de maio de 2018
O problema será a minha incompressão?..
"... talvez o aspecto mais nefasto do desaparecimento de António Arnaut, é aquela sensação de que, na política, as gerações não se estão a substituir. Ou estão a substituir-se, mas os protagonistas vão perdendo “densidade”. Vão-se perdendo figuras desta envergadura e ganham-se, na melhor das hipóteses, bonitos narizes de cera que debitam umas frases previamente estudadas na televisão e, na pior, uns tipos para quem a política só parece servir (ou ter servido) para alimentar a vaidade e a conta bancária."
José Fernando Correia, hoje no jornal AS BEIRAS.
Nota de rodapé.
António Arnaut, foi um homem bom, generoso, justo, combativo e sempre solidário.
Com a sua morte, Portugal perdeu uma das mais estimadas e admiradas figuras de referência da democracia pós 25 de Abril de 1974 e, também, da resistência à ditadura.
Foi um dos fundadores do PS, na Alemanha. Actualmente, era o seu presidente honorário, após a morte de António Almeida Santos.
É pacífico e consensual o reconhecimento pela sua profunda convicção democrática, pelo seu apego à cultura e a solidariedade que a sua intensa experiência maçónica acentuava e fortalecia. Foi grão-mestre do Grande Oriente Lusitano entre 2002 e 2005.
Sabe-se que deixou a vida partidária activa em 1983 e regressou à advocacia. Sabe-se, também, porque o fez...
António Arnaut, um dos fundadores do PS e seu militante de referência, fez tudo isto e muito mais.
Numa altura em que "muitos socialistas se esquecem do que é ser socialista", fica uma pergunta: o que é que os socialistas figueirenses, em geral, ressalvando as devidas excepções, fizeram do 25 de Abril para cá, para homenagear e honrar a memória de António Arnaut?
José Fernando Correia, hoje no jornal AS BEIRAS.
Nota de rodapé.
António Arnaut, foi um homem bom, generoso, justo, combativo e sempre solidário.
Com a sua morte, Portugal perdeu uma das mais estimadas e admiradas figuras de referência da democracia pós 25 de Abril de 1974 e, também, da resistência à ditadura.
Foi um dos fundadores do PS, na Alemanha. Actualmente, era o seu presidente honorário, após a morte de António Almeida Santos.
É pacífico e consensual o reconhecimento pela sua profunda convicção democrática, pelo seu apego à cultura e a solidariedade que a sua intensa experiência maçónica acentuava e fortalecia. Foi grão-mestre do Grande Oriente Lusitano entre 2002 e 2005.
Sabe-se que deixou a vida partidária activa em 1983 e regressou à advocacia. Sabe-se, também, porque o fez...
António Arnaut, um dos fundadores do PS e seu militante de referência, fez tudo isto e muito mais.
Numa altura em que "muitos socialistas se esquecem do que é ser socialista", fica uma pergunta: o que é que os socialistas figueirenses, em geral, ressalvando as devidas excepções, fizeram do 25 de Abril para cá, para homenagear e honrar a memória de António Arnaut?
Publicidade, jornais e blogues...
Na Figueira, os blogues continuam a ser uma vergonha.
Porém, nem todos.
Suspeito, no entanto, que os mais vergonhosos possam também ser os mais lidos por quem sente a vergonha na pele.
Quais serão os blogues vergonhosos?
Presumo que sejam aqueles que incomodam os sem-vergonha...
Os que escrevem sobre os poderes de facto e de direito sobre a gestão da coisa pública e política.
Este espaço, não passa de um contributo, que apenas poderá acrescentar algo à noção de vergonha pública...
A Figueira, em 1997, não era a mesma cidade que é em 2018.
Quando se diz mesma cidade, quer dizer-se com o mesmo grau de evolução cívica e democrática, o mesmo desenvolvimento económico e a mesma perspectiva geral quanto ao futuro.
Nessa altura, não havia Internet como agora, nem telemóveis ou outros modos generalizados, de simplificar a circulação da informação. O que se podia saber publicamente sobre acontecimentos ligados às coisas públicas da governação e administração geral da pólis, restringia-se à informação provinda de media tradicionais, com destaque para os jornais locais.
Havia 2 rádios - Foz do Mondego e Maiorca - mas completamente controladas: na Figueira, os que detinham o poder de mandar nos outros, definiam as regras do jogo democrático, executando-as e controlando a sua execução.
As únicas vergonhas públicas expostas, nesse tempo, apareciam nos jornais.
Melhor, num deles: no Linha do Oeste.
Esta publicação, que teve como director o dr. António Tavares, destacou-se pela quantidade de histórias de imoralidades e escândalos que logrou apresentar à consideração pública figueirense.
Na Figueira, o Linha do Oeste, foi, durante anos, antes do aparecimento da Internet, o veículo de denúncia de desmandos de governação pública e ainda o meio de ajustar contas, preferido, pelas oposições ao poder do momento.
O Linha do Oeste, na altura, fez oposição política, evidente, através da contestação aos governantes, denunciando os escândalos e os abusos do poder.
Posteriormente, o director do jornal fez parte da classe política - foi vereador da situação e foi mais um, igual aos outros...
Actualmente, na Figueira, que eu saiba, não há, nos jornais, ninguém com interesse político em apear os "reizinhos", para lhes tomar o lugar.
Há, como sempre houve, jornalistas e jornais com interesses em sobreviver, seja com a publicidade, institucional e privada, seja com as vendas, tendencialmente diminutivas.
Nenhum blogue, incluindo este, existente na Figueira, neste momento, cumpre a mesma função que o Linha do Oeste se propôs, desde o primeiro número. Nenhum blogue, neste momento, é a vergonha que foi o Linha do Oeste, para os poderes constituídos. Nesse jornal, notoriamente, juntava-se o útil da denúncia pública dos desmandos políticos, ao agradável de constituir uma reputação susceptível de encorpar um grupo ou partido político, pronto a disputar o poder executivo - como de facto aconteceu.
Na Figueira, as “campanhas” denunciadas pelos poderes políticos, antes da Internet, começavam então, no Linha do Oeste, na sua maior parte e na parte mais dolorosa para os executivos da época.
Numa cidade pobre, em 2018, pobre do jornalista que se meta com os poderosos da política local, de modo a assustá-los de verdade... É frito, num instantinho, se tiver por onde possa ser pegado. E a maior parte tem...
O poder figueirinhas não perdoa afrontas, porque a perda do poder, é a perda da imunidade de facto. Trata-se por isso de luta pela sobrevivência em que só os animais ferozes e sem escrúpulos de maior, se safam impunes. Até ao dia em que são devorados pela imprevidência, porque a selva figueirense guarda segredos e, um deles, é a imprevisibilidade do tempo e do clima político.
Mas, voltando ao que interessa: o que continua a ser, na Figueira, em 2018, afinal, esta essência que faltará aos jornais e se pode ler na net, nos blogues que, na opinião do poder, continuam a ser uma vergonha?
Aquilo que diferencia os blogues, de qualidade e interesse, é a franqueza e a sinceridade, o conteúdo e a utilidade, relevante e interessante para alguma coisa.
Parece-me bem que é isso que falta aos jornais figueirenses. Hoje, como dantes.
Se formos analisar o passado, jornais figueirenses que conheço bem - Barca Nova, na década de 70/80 do século passado, e mais recentemente o Linha do Oeste, tinham disso, um pouco mais do que outros.
Um blogue que se preze, tem de ter disso tudo. O que lhe faltará - e por experiência própria o constato - é uma equipa que pensa profissionalmente, organiza com meios e produz profissionalmente.
Um blogue, como este OUTRA MARGEM, é um exercício de artesanato do interesse pessoal de quem o anima.
Um jornal tem de ser outra coisa: uma obra do colectivo.
Num jornal, o colectivo vive do que produz.
Um blogue, produz aquilo de que vive...
Porém, nem todos.
Suspeito, no entanto, que os mais vergonhosos possam também ser os mais lidos por quem sente a vergonha na pele.
Quais serão os blogues vergonhosos?
Presumo que sejam aqueles que incomodam os sem-vergonha...
Os que escrevem sobre os poderes de facto e de direito sobre a gestão da coisa pública e política.
Este espaço, não passa de um contributo, que apenas poderá acrescentar algo à noção de vergonha pública...
A Figueira, em 1997, não era a mesma cidade que é em 2018.
Quando se diz mesma cidade, quer dizer-se com o mesmo grau de evolução cívica e democrática, o mesmo desenvolvimento económico e a mesma perspectiva geral quanto ao futuro.
Nessa altura, não havia Internet como agora, nem telemóveis ou outros modos generalizados, de simplificar a circulação da informação. O que se podia saber publicamente sobre acontecimentos ligados às coisas públicas da governação e administração geral da pólis, restringia-se à informação provinda de media tradicionais, com destaque para os jornais locais.
Havia 2 rádios - Foz do Mondego e Maiorca - mas completamente controladas: na Figueira, os que detinham o poder de mandar nos outros, definiam as regras do jogo democrático, executando-as e controlando a sua execução.
As únicas vergonhas públicas expostas, nesse tempo, apareciam nos jornais.
Melhor, num deles: no Linha do Oeste.
Esta publicação, que teve como director o dr. António Tavares, destacou-se pela quantidade de histórias de imoralidades e escândalos que logrou apresentar à consideração pública figueirense.
Na Figueira, o Linha do Oeste, foi, durante anos, antes do aparecimento da Internet, o veículo de denúncia de desmandos de governação pública e ainda o meio de ajustar contas, preferido, pelas oposições ao poder do momento.
O Linha do Oeste, na altura, fez oposição política, evidente, através da contestação aos governantes, denunciando os escândalos e os abusos do poder.
Posteriormente, o director do jornal fez parte da classe política - foi vereador da situação e foi mais um, igual aos outros...
Actualmente, na Figueira, que eu saiba, não há, nos jornais, ninguém com interesse político em apear os "reizinhos", para lhes tomar o lugar.
Há, como sempre houve, jornalistas e jornais com interesses em sobreviver, seja com a publicidade, institucional e privada, seja com as vendas, tendencialmente diminutivas.
Nenhum blogue, incluindo este, existente na Figueira, neste momento, cumpre a mesma função que o Linha do Oeste se propôs, desde o primeiro número. Nenhum blogue, neste momento, é a vergonha que foi o Linha do Oeste, para os poderes constituídos. Nesse jornal, notoriamente, juntava-se o útil da denúncia pública dos desmandos políticos, ao agradável de constituir uma reputação susceptível de encorpar um grupo ou partido político, pronto a disputar o poder executivo - como de facto aconteceu.
Na Figueira, as “campanhas” denunciadas pelos poderes políticos, antes da Internet, começavam então, no Linha do Oeste, na sua maior parte e na parte mais dolorosa para os executivos da época.
Numa cidade pobre, em 2018, pobre do jornalista que se meta com os poderosos da política local, de modo a assustá-los de verdade... É frito, num instantinho, se tiver por onde possa ser pegado. E a maior parte tem...
O poder figueirinhas não perdoa afrontas, porque a perda do poder, é a perda da imunidade de facto. Trata-se por isso de luta pela sobrevivência em que só os animais ferozes e sem escrúpulos de maior, se safam impunes. Até ao dia em que são devorados pela imprevidência, porque a selva figueirense guarda segredos e, um deles, é a imprevisibilidade do tempo e do clima político.
Mas, voltando ao que interessa: o que continua a ser, na Figueira, em 2018, afinal, esta essência que faltará aos jornais e se pode ler na net, nos blogues que, na opinião do poder, continuam a ser uma vergonha?
Aquilo que diferencia os blogues, de qualidade e interesse, é a franqueza e a sinceridade, o conteúdo e a utilidade, relevante e interessante para alguma coisa.
Parece-me bem que é isso que falta aos jornais figueirenses. Hoje, como dantes.
Se formos analisar o passado, jornais figueirenses que conheço bem - Barca Nova, na década de 70/80 do século passado, e mais recentemente o Linha do Oeste, tinham disso, um pouco mais do que outros.
Um blogue que se preze, tem de ter disso tudo. O que lhe faltará - e por experiência própria o constato - é uma equipa que pensa profissionalmente, organiza com meios e produz profissionalmente.
Um blogue, como este OUTRA MARGEM, é um exercício de artesanato do interesse pessoal de quem o anima.
Um jornal tem de ser outra coisa: uma obra do colectivo.
Num jornal, o colectivo vive do que produz.
Um blogue, produz aquilo de que vive...
Parques Tejo multaram irregularmente em Oeiras durante 10 anos
Uma investigação da TVI apurou que só em 2014 é que os fiscais tiveram formação e certificação para autuar condutores ou bloquear viaturas. Os funcionários garantem também que para angariar dinheiro são pressionados a ignorar sinais para passar multas mais elevadas.
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