"(A inesperada ofensiva, surpreendentemente não antecipada pelos serviços secretos e de segurança israelitas, perpetrada pelo Hamas sobre o território de Israel, com a já recorrente lançamento de rockets e a estranha novidade de infiltração de forças especiais palestinianas em território israelita, pode ter duas interpretações, ambas trágicas para o povo palestiniano. Primeiro, a ofensiva de grande escala do Hamas pode ser entendida como o reflexo da impotência sentida por aquele movimento para estancar e ultrapassar o desumano processo de isolamento e de bloqueio mantido há quinze anos pelo governo de Israel, apostado na sua composição de direita mais radical na destruição do povo palestiniano e na capitulação do desejo de um Estado internacionalmente reconhecido. De facto, depois da vitória do Hamas nas eleições de 2006, nada de positivo ocorreu para a faixa de Gaza e Cijordânia, podendo desse ponto de vista considerar-se o consulado do Hamas como um desastre total. Nessa perspetiva, a violência e envergadura do ataque, que só tem elemento de comparação nos acontecimentos de 1948, pode ser entendido como um sinal de desespero do movimento face à irredutibilidade da violência israelita. Uma outra interpretação pode, entretanto, ser considerada, que não é mais do que um segundo fator a apontar para a impotência do movimento do Hamas. Estou a referir-me ao avanço, com patrocínio dos EUA, da mais que estranha aproximação entre o governo de Israel e a Arábia Saudita.)"
Fim de citação.
Palestinianos celebram o ataque do Hamas contra Israel em cima de um jipe israelita, ontem, nas ruas de Gaza.
EPA/HAITHAM IMADMaior de vários grupos integristas palestinianos, o Hamas - cujo nome é o acrónimo em árabe para "Movimento de Resistência Islâmica" - foi fundado em 1987 como uma ala política da Irmandade Muçulmana egípcia, na sequência da primeira Intifada, a revolta palestiniana contra a ocupação israelita da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. A sua carta fundadora garante que o seu objetivo é destruir Israel.
Ganhou influência tanto pela luta armada contra Israel como pelos programas de apoio social à população. Protagonista de uma campanha de atentados suicidas contra Israel nos anos 90, governa na Faixa de Gaza desde 2007.
Ontem lançou a sua maior operação de sempre contra o Estado hebraico.
"Se o mundo já estava complicado, com o Médio Oriente em alarme total, isto já não está para velhos nem para novos."
Haverá que responsabilizar a ventania que sopra dos lados da política, actividade tão bem caracterizada há quase um século por Groucho Marx: “A política é a arte de procurar problemas, encontrá-los em todo o lado, fazer um mau diagnóstico e receitar os piores remédios” .
Ontem lançou a sua maior operação de sempre contra o Estado hebraico.
"Se o mundo já estava complicado, com o Médio Oriente em alarme total, isto já não está para velhos nem para novos."
Haverá que responsabilizar a ventania que sopra dos lados da política, actividade tão bem caracterizada há quase um século por Groucho Marx: “A política é a arte de procurar problemas, encontrá-los em todo o lado, fazer um mau diagnóstico e receitar os piores remédios” .
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