segunda-feira, 23 de outubro de 2023

O poder de Israel

Via Jornal Público

«"Os crimes de guerra são crimes de guerra mesmo quando cometidos por aliados." Esta foi a frase que Paddy Cosgrave escreveu na rede social X e da qual muito se arrependeu. Ainda pediu desculpa, mas de pouco serviu. O mal estava feito.

Deve preocupar-nos a facilidade com que pessoas e organizações que se afirmam defensoras dos valores, princípios e liberdades da democracia os derrubam mal intuem que é preciso. Afirmam-se defensores da liberdade de expressão, mas, ai, Jesus, se o exercício dessa liberdade de expressão por parte de alguém os afecta. Aí, partem para o silenciamento e prepotência. Por outro lado, dizem detestar cancelamentos, mas estão prontos a fazê-los. Claro que podemos ir mais fundo e falar da defesa dos direitos humanos, que posicionam acima de tudo. Mas se forem os direitos humanos de uns desgraçados que vivem na Palestina, já não têm importância nenhuma.
(...)
Digo que foi ouvido porque as declarações do CEO da Web Summit, só por si, não tinham potencial para gerar esta reação junto das empresas e instituições. Foi a diplomacia israelita que o conseguiu. Apontou o dedo a declarações que não tinham nada de extraordinário e partiu para o apelo ao boicote. O que se passou a seguir foi uma verdadeira demonstração de poder e uma verdadeira demonstração da sintonia entre o grande capital das tecnologias e o Estado de Israel.»

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