terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

A direita burra figueirinhas que anda a pavonear-se pelo facebook com os desaires eleitorais da CDU e do BE...

A maioria absoluta inesperada do PS é fácil de explicar: a direita mudou e Costa venceu a sua esquerda com um "abraço de urso".

O voto útil da esquerda foi a chave para a vitória de António Costa. Depois da vitória inesperada de Carlos Moedas em Lisboa em 26 de setembro passado, “a esquerda mobilizou-se com receio de a direita ganhar”.
A ideia que se foi formando nos últimos dias de campanha de existir uma “corrida taco-a-taco entre o PS e PSD” ajudou ainda mais o eleitorado de esquerda a querer dar a vitória a Costa.
Funcionou o voto útil à esquerda. António Costa “agregou os votos” dos outros partidos, em especial dos antigos aliados de geringonça, Bloco de Esquerda e PCP. "A maioria do PS  resultado do medo da direita pelos eleitores do Bloco e do PCP. 
António Costa viu este acto eleitoral como um referendo ao seu Orçamento e apostou nessa estratégia e no mesmo Orçamento.
Ele não precisou de prometer muita coisa, apenas de falar na continuidade. Os 700 mil funcionários públicos que viram o governo de António Costa dar-lhes o descongelamento das carreiras com aumentos salariais mantiveram o voto que baloiça entre o "bloco central" nas várias eleições.
António Costa disse que caso fosse derrotado se ia embora. Bipolarizou a campanha e as pessoas assumiram que “mais importante do que ganhar era a questão da esquerda e direita”.
Esta questão de esquerda e direita tornou-se visível também em relação ao partido de André Ventura. “A ideia de que, caso o PSD ganhasse, para ter estabilidade precisava do Chega, também contribuiu” para reforçar a ideia de que a esquerda tinha de unir-se à volta de Costa. Foi o que aconteceu.
Tudo se conjugou para ter corrido bem: as sondagens e a bipolarização foram decisivas para o voto útil no PS. Costa conseguiu ganhar votos aos partidos da esquerda.  Rui Rio não o conseguiu à direita. 
A direita está fragmentada. Embora o CDS tenha desaparecido do Parlamento, o Chega tornou-se a terceira força política do país e o IL a quarta. 
O apoio em 2015 ao PS foi bom para o PS, mas nunca seria bom para BE e PCP, que tinham ganho dimensão como oposição e partidos de protesto.
Por isso,  a geringonça acabou por ser um “abraço de urso” – uma expressão usada para referir um afecto que acaba por ser um dano.
Definitivo para o PCP e o BE?
Essa é uma incógnita que só o futuro esclarecerá.

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