segunda-feira, 5 de abril de 2021

O vazio ganha terreno na Figueira?..

A MURALHA DO ZAGALO
«...uma boa governança permitirá sempre preservar paisagens, lugares, monumentos e outras representações do passado, que são expressões da memória colectiva e de um tempo que se prolonga pela matriz identitária da população e com o qual se conhecerá melhor o mundo em que vivemos.
Vem isto a propósito de uma obra licenciada para um bar, tapando parte significativa da muralha de continuidade do forte de Santa Catarina, imóvel classificado de interesse público. Não se percebendo, por não se conhecer, a fundamentação legal que deu respaldo ao parecer da Direcção Regional de Cultural do Centro e consequentemente à autorização da construção pela Câmara Municipal, estamos em crer que tal decisão se mostra ofensiva da paisagem cultural, em nada valorizando o espaço, em que o executivo camarário corrobora ao permitir o apagamento visual da memória colectiva na continuidade da leitura da muralha, agora escondida como algo a esconjurar, sem maior importância do que um estabelecimento de bebidas.
É pena que assim seja, tanto desconhecimento do valor património cultural para as sociedades, dos direitos e responsabilidades que lhe são relativos e que todos, individual ou colectivamente, temos direito de beneficiar e a responsabilidade de respeitar numa sociedade democrática, protegendo e preservando o interesse público.»


Como definir isto?
Indeferença? Uma sensação? Um sentimento?
Será possível que a ausência de sentimento seja um sentimento em si? 
Seja como for, é um estado de ânimo que atordoa. 
A sua equação pressupõe a falta de tudo. 
É um vazio?
Estranho pelo seu significado.  
Estranho pela sua natureza destrutiva.
Que sensação esta!..

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