sexta-feira, 23 de abril de 2021

O PSD/Figueira, os militantes e os figueirenses em geral (como eu)...

O presidente da Concelhia do PSD/Figueira, Ricardo Silva, reage hoje no Diário as Beiras às declarações de Manuel Domingues publicadas ontem no mesmo jornal, nos seguintes termos: “o PSD não está à venda”
O líder da concelhia local confirma que o dirigente do partido demissionário, de facto, o exortou a falar com Santana Lopes, a fim de aferir se este estaria disponível para ser candidato na Figueira da Foz.
“Confirmo que me fizeram essa proposta, inclusive negociar o lugar de vereador e outros cargos, os quais considerei inqualificáveis. Presumo que tinham o beneplácito dos promotores de uma candidatura independente que o agora demissionário apoia e participa em actividades desse grupo”
, afirmou Ricardo Silva. Que acrescenta: “assim sendo, obviamente nem respondi”. E a seguir, igualmente via Diário as Beiras, Ricardo Silva justifica porque não respondeu à proposta: “porque só poderiam vir de quem está no partido à busca de tachos”, afirmando que não é o seu caso “e nunca foi”. "Estar no partido, é lutar pelos ideais do mesmo, nunca por recompensas pessoais”
A terminar e continuando a citar o Diário as Beiras, o presidente da concelhia afirmou: “O PSD da Figueira da Foz não está à venda, nunca esteve e nunca estará. Repudiamos esse tipo de posicionamentos”.

Para certas pessoas, nomeadamente o actual vereador Carlos Tenreiro, esta questão concreta deveria interessar sobretudo a militantes do PSD. Coisa que que eu não sou. 
Para desgosto e desconforto de quem pensa assim, a meu ver, os problemas que o caso revela dizem respeito aos cidadãos figueirenses em geral, como eu.
O que está em causa é a qualidade da democracia na Figueira, que passa pelo interior dos partidos. O declínio ou a elevação da vida política e da autenticidade cívica no quadro do sistema partidário, é por aí que passa. Como é também por aí que passa o desenvolvimento do nosso concelho e a melhoria da nossa qualidade de vida.
Numa democracia formal, os partidos são essenciais, enquanto instrumentos de preparação e concretização das grandes escolhas pela vontade popular. Por isso, é fundamental estarem à altura da responsabilidade democrática. Isso implica, não degradar a democracia pelas práticas que adoptam. 
Os partidos são essenciais, mas não são os únicos donos da democracia. Os cidadãos que não têm estofo para a militância partidária, também têm direito a ter as suas opiniões e a exprimi-las livremente.
Uma das lacunas dos democratas figueirenses, quando instalados no poder, é passarem a ter apenas capacidade e receptividade para o que gostam de ouvir. Quem ousar questionar e ter opinião fora do "rebanho" à boa maneira socialista, mas não só, "leva"... 

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