O Orçamento da Câmara Municipal da Figueira da Foz para 2021 (o maior de sempre), de 75,4 milhões de euros, foi ontem aprovado por maioria com o voto contra de Ricardo Silva, do PSD, e a abstenção dos eleitos pelo mesmo partido Carlos Tenreiro e Miguel Babo (mas aos quais foi retirada a confiança política).
Políticas sérias de defesa da qualidade de vida dos cidadãos deste concelho, é o meu desejo de sempre. Vale também para 2021.
Há muitíssimo a concretizar. Desde logo, definir o que é “qualidade de vida”, para nós e para as gerações futuras. Esse, mais do que um desafio, é nossa responsabilidade geracional - passa por balizar o que estamos dispostos a fazer para melhorar a qualidade do ar que respiramos, a água que bebemos, a comida que ingerimos e a paisagem que queremos preservar.
Um concenlho moderno, democrático e gerido com responsabilidade discute-se, interroga-se, renova-se e define objetivos que visem abranger a população. Só assim seria possível progredir rumo a patamares mais elevados de bem estar, felicidade e justiça social e ambiental. Isso, no fundo, resume-se numa palavra: palavra “desenvolvimento”.
O orçamento municipal para 2021 tem isso em conta?
Não o conheço em profundidade. Mas, pelo que tive oportunidade de assitir no decorrer da sessão camária de ontem, parece-me ser mais do mesmo e desfasado da realidade que é o concelho da Figueira da Foz.
Temos a intenção do aumento do desperdício de milhões de euros, replicando más práticas de um passado recente.
Fica um desejo, fácil de concretizar, para 2021: que haja honestidade intelectual na governança da Figueira.
O pior que nos podia acontecer, face aos desafios fáceis de advinhar que temos pela frente, era termos políticos que dizem uma coisa e depois fazem outra.
Quem é que acredita que isto vai ser realidade, ou, pelo menos, ter avanços significativos em 2021?Passo a citar o Diário as Beiras, edição de hoje. "Carlos Tenreiro
e Miguel Babo aproveitaram a
oportunidade, que o primeiro
saudou, avançando com propostas inspiradas no programa
eleitoral que submeteram ao
eleitorado em 2017, e a maioria
referindo-se à criação de gabinetes de estudo. Das nove “ideias”
apresentadas, o PS concordou com quase todas.
Algumas das propostas já estavam nos planos dos socialistas,
como a cobertura do Coliseu
Figueirense, o teleférico entre
as duas margens da foz ou um
corpo de Polícia Municipal, este
só quando terminar a concessão
da empresa de exploração de
estacionamento Figueira Parques, mas ainda terá de esperar
vários anos.
Contudo, o presidente da autarquia não acolheu com a mesma abertura a proposta para
uma sala de teatro e espectáculos municipal no Bairro Novo.
E também não se mostrou entusiasmado com a criação de
uma companhia profissional
de bailado contemporâneo municipal."
Para que serviu então o espectáculo montado em torno da discussão do orçamento municipal para 2021?
Pelo que pude acompanhar na reunião realizada ontem ontem, para desviar a atenção da realidade.
Sendo frontal: demagogia rasteira e de cordel.
E o que é impressionante, é que ainda existe quem se deixe impressionar!..
Já que não vai haver fogo de artifício na passagem do ano, então continuação de bom carnaval.
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