Ficaremos mais seguros?
"Saúdo calorosamente todos os leitores, nestes primeiros dias de um novo ano que todos ansiamos feliz. Confesso que quando recebi o tema para a coluna da semana senti um misto de perplexidade e alguma incompreensão: “A autarquia vai instalar videovigilância em ruas com maior fluxo de pessoas. Concorda com a medida?” É óbvio que nada tenho contra as tecnologias, muito especialmente quando elas se destinam a facilitar a vida dos cidadãos e dar-lhes maior “conforto”. Mas, curiosamente, veio-me à ideia o mundo algo “às avessas” da Alice de Lewis Carroll. Os responsáveis políticos do município, em termos de Câmara Municipal, muito têm insistido na tecla de que a cidade é um sítio seguro e confiável. Nesta assertividade, têm frequentemente sido corroborados pelas forças de segurança, facto que a todos deixa sossegados. Mas, voltando à medida, que será sempre bem-vinda e um acréscimo valioso na valoriza-da segurança de pessoas e bens. Pergunto-me se não seria melhor começar esta implantação nas zonas exactamente “inversas” ao proposto: nos sítios mais isolados, nomeadamente à noite, naturalmente mais vulneráveis a assaltos e outras malfeitorias. Quem não sente um friozinho na barriga se tiver de fazer, a pé, toda a Rua da República, depois da meia-noite?! Perfeitamente desconfortável e um tanto assustador! O mesmo diria das zonas mais antigas da cidade, S. João do Vale e arredores. Por aqui já vive muito menos gente do que em tempos passados, mas tal acrescenta preocupação, porquanto mais sozinhos, mais expostos a episódios indesejáveis! No Bairro Novo central, chamemos-lhe assim, há maior afluxo de pessoas, por norma, especialmente porque aí se concentram os espaços de entretenimento. Sei que a “noite” é um factor de intranquilidade em zonas assim, especialmente a entrar na madrugada. Mas não se me afigura, para já, razão suficiente para a instalação de vigilância, isto se é por aqui que se vai começar. Bom mesmo seria, seria mesmo óptimo, que houvesse um reforço de efectivos policiais circulando. Ficaríamos todos muito mais reconfortados!"
Via Diário as Beiras
"Saúdo calorosamente todos os leitores, nestes primeiros dias de um novo ano que todos ansiamos feliz. Confesso que quando recebi o tema para a coluna da semana senti um misto de perplexidade e alguma incompreensão: “A autarquia vai instalar videovigilância em ruas com maior fluxo de pessoas. Concorda com a medida?” É óbvio que nada tenho contra as tecnologias, muito especialmente quando elas se destinam a facilitar a vida dos cidadãos e dar-lhes maior “conforto”. Mas, curiosamente, veio-me à ideia o mundo algo “às avessas” da Alice de Lewis Carroll. Os responsáveis políticos do município, em termos de Câmara Municipal, muito têm insistido na tecla de que a cidade é um sítio seguro e confiável. Nesta assertividade, têm frequentemente sido corroborados pelas forças de segurança, facto que a todos deixa sossegados. Mas, voltando à medida, que será sempre bem-vinda e um acréscimo valioso na valoriza-da segurança de pessoas e bens. Pergunto-me se não seria melhor começar esta implantação nas zonas exactamente “inversas” ao proposto: nos sítios mais isolados, nomeadamente à noite, naturalmente mais vulneráveis a assaltos e outras malfeitorias. Quem não sente um friozinho na barriga se tiver de fazer, a pé, toda a Rua da República, depois da meia-noite?! Perfeitamente desconfortável e um tanto assustador! O mesmo diria das zonas mais antigas da cidade, S. João do Vale e arredores. Por aqui já vive muito menos gente do que em tempos passados, mas tal acrescenta preocupação, porquanto mais sozinhos, mais expostos a episódios indesejáveis! No Bairro Novo central, chamemos-lhe assim, há maior afluxo de pessoas, por norma, especialmente porque aí se concentram os espaços de entretenimento. Sei que a “noite” é um factor de intranquilidade em zonas assim, especialmente a entrar na madrugada. Mas não se me afigura, para já, razão suficiente para a instalação de vigilância, isto se é por aqui que se vai começar. Bom mesmo seria, seria mesmo óptimo, que houvesse um reforço de efectivos policiais circulando. Ficaríamos todos muito mais reconfortados!"
Via Diário as Beiras
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