quinta-feira, 6 de junho de 2019

Dia D: 6 de junho de 1944

Hoje, os jornais estão cheios com o 75º aniversário do desembarque aliado na Normandia.
As operações mediáticas são igualmente operações militares. A contra informação não é apenas aquilo que pode ser considerado facknews. Nestes dias, assistimos - sem notar - a mais uma dessas operações, de remontagem dos cenários da forma que mais se ajeita a quem está - hoje! - a fazer a História. Muito à laia da velha máxima de George Orwell: "Quem domina o passado, domina o futuro. E quem domina o presente, domina o passado".
Na verdade, a reviravolta na segunda guerra não se deu na Normandia, mas na União Soviética. E é pena como a história dos vencedores - de alguns vencedores - passa na cabeça dos jornalistas como faca quente por manteiga.
Dois terços dos efectivos alemães deslocados para a frente leste foram lá derrotados. Mesmo no campeonato de mortos na guerra, a Europa ocidental fica muito atrás da URSS, precisamente devido ao atraso na abertura dessa segunda frente na Europa.
A correspondente da Antena 1 lembrou que existe um canto dos Estados Unidos doado pelo Estado francês, para albergar os dez mil mortos caídos em defesa da Europa. Mas se os Estados Unidos perderam cerca de 300 mil homens desde a sua entrada no conflito em 1941, e a Inglaterra cerca de 375 mil, a União Soviética viu desaparecer cerca de um décimo da sua população (uns 27 milhões de habitantes). A guerra arrasou cerca de 70 mil cidades e aldeias, seis milhões de casas, 98 mil quintas, 32 mil fábricas, 82 mil escolas, 43 mil bibliotecas, seis mil hospitais, milhares de quilómetros de estradas e caminhos de ferro. Para os povos que constituíram a URSS, a guerra tornou-se num sentimento politizado de orgulho nacional.
Mas, clicando aqui,  veja como a História se reescreve...

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