A coligação não está em perigo por causa de negociatas mal-amanhadas e mal explicadas à roda de submarinos, carros de combate e espingardas metralhadoras; a coligação não está em risco por causa da credibilidade do primeiro-ministro valer menos que uma ponta de cigarro encharcada na borda do passeio por causa de negociatas mal-amanhadas e mal explicadas à roda de uma Tecnoforma e duma 'ongue' inventada para sacar fundos comunitários para o bolso de meia dúzia de espertalhões; a coligação não está em perigo por o Ministério da Educação estar ao Deus-dará e por a vida de milhares de professores e de alunos e de famílias continuar em suspenso ou em marcha à ré; a coligação não está em perigo por a Justiça ter sido suspensa e sofrido o maior retrocesso desde os tempos de D. Maria; não. A coligação está em perigo por causa da ginástica acrobática do vice-pantomineiro a correr atrás do partido perdido dos contribuintes que as eleições são já em 2015 e 2015 e já para o ano e para 'já para o ano' faltam já menos de seis meses.
daqui
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
Sem comentários:
Enviar um comentário