Rui Beja, no blog Rua da Liberdade:
“Então, onde está o coreto que o Presidente prometeu?!
Na campanha colocou uns cartazes enormes a prometer o nosso querido coreto e até agora, nada...”.
João Ataide respondeu de imediato: “Bem, onde é que o senhor quer que eu meta o coreto, diga-me lá?”.
Nota: a resposta do Presidente da Câmara não é uma piada da minha autoria, João Ataíde respondeu com estas mesmas palavras - em sessão pública realizada recentemente no CAE - a um cidadão que o questionou sobre o coreto.
Ou seja, Ataíde, em vez de dizer o óbvio, que é impossível gastar 200 ou 300 mil euros num coreto quando a Câmara está falida, meteu-se na brincadeira de discutir o local do coreto, esquecendo-se, até, de consultar o vagabundo, a única autoridade credível na matéria.
Tudo somado, este episódio tem muito pouca importância; o que importa verdadeiramente averiguar é se João Ataíde é um génio, um craque ou um vagabundo político, com a loucura saudável de quem se está a borrifar para o politicamente correcto. Bem, “faltam-me certezas”; mas não “parece que o homem não sofre nem deseja, nada viveu nem futuro se avizinha; é feliz?!”
Em tempo.
Passe a falta de modéstia, eu penso poder responder às interrogações de Rui Beja, dizendo o óbvio: João Ataíde não “é um génio, um craque ou um vagabundo político, com a loucura saudável de quem se está a borrifar para o politicamente correcto.”
João Ataíde, é, a meu ver, apenas e obviamente, um ficcionista político.
Mais um…
Será feliz?!
Oxalá...
É que, esperar por que tudo estivesse perfeito na Câmara para se começar a ser feliz, seria um excelente princípio para uma gloriosa depressão...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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