Fez, ontem, 87 anos. Continua uma máquina. Parabéns.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
2 comentários:
Discordo do Saramago em muitas coisas mas, depois de ter visto o DVD, não posso deixar de dar-lhe razão nas afirmações que faz!
Inflizmente a "irreverência" das nossas verdades só se fazem notar "normalmente" quando somos mais jovens,(...) e depois mais tarde(...) quando nos estamos a marimbar para o "mêdo"(...), e então voltamos a dizer aquilo que bem entedemos e bem nos apetece...
Quem ao longo da vida faz ao contrário,è perseguido,ostracizado e amaldiçoado...
Saramago está lùcido e consistente nas "suas convicções",e tenho a mais firme das certezas de que o mêdo não lhe tolhe a alma.
Atingiu o "estádio" de uma mente solta,livre e audaz,e agora já tanto lhe faz morrer de "atentado",como de "doença súbita"(...) por suas verdades invocar.
Também não concordo com tudo o que Saramago nos vai "infantizando" como forma de potenciar o futuro da humanidade,pois ainda assim "peca" num "idealismo" que pode ser traído por "obsessões perigosas" de origem política e pessoal,que quase alicerça há
letra e num perfeito rigor teórico,sem o desejável equilíbrio da cedência reflectiva...
Enfim...e talvez numa atitude de vedeta similar a um futebolista,que fica "doutor" por tantos golos marcar...
Mas de qualquer maneira,tiro-lhe o meu chápéu,pelo exemplo de "verdadeira cidadania" que executa para bem da reflexão conjunta e capaz de influenciar positivamente os espíritos mais inibidos e medrosos...
Custódio Cruz
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