António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 22 de dezembro de 2007
Faltam três dias
Por mais três dias ainda é Natal.
Estamos a três dias de acabar com o suplício das doses, imensas, de publicidade. Das campanhas e programas especiais sobre o Natal (por acaso, iguais todos os anos).
O Porto, este ano, tem a maior árvore de Natal da Europa que, certamente também por mero acaso, é patrocinada por um Banco. Com espírito de Natal?...
Por mais três dias ainda é Natal.
Vamos lembrarmo-nos dos sem-abrigo, dos toxicodependentes, das crianças abandonadas, dos bairros de lata.
Porque é Natal!..
E, no entanto, daqui a três dias, no resto do ano, estas pessoas vão continuar a existir.
Por mais três dias, até ao dia 25, ainda é Natal.
Daqui a três dias vamos verificar que o Natal dura pouco.
Afinal o que é o Natal?
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2 comentários:
outra mensagem de natal
"Desejo um Feliz Natal às bordadeiras de sonhos, aos homens que prenham a terra com sementes de vida, às crianças de todas as idades desditosas de maldades, e a todos que decifram nos sons da madrugada o augúrio de promissoras auroras."
Frei Betto - mensagem publicada no jornal «Estado de Minas», de 14/12/2006
Já agora, também um Feliz Natal para quem ao longo dos anos nos foi impedindo de continuar a bordar os sonhos e nos ajudou a ficar surdos!... Em Portugal e no Mundo.
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