É bom ter boa memória.
A nostalgia não é boa se não for acompanhada de lucidez. Sem lucidez a nostalgia é perigosa. A lucidez é que permite que a memória esteja no sítio que deve ocupar.
A memória nostálgica é perigosa, é mesmo muito perigosa, porque significa imobilismo, significa amargura, significa sempre dor. Enquanto que a lucidez permite-nos assumir a memória voltando a dar-lhe vida como período do nosso passado que é útil e bom recordar.
Vamos então olhar para este quadro com lucidez.
Esta imagem já desapareceu há anos. Apenas sobrevive na memória de alguns.
A variante levou este postal magnifico da nossa Terra.
O artista, em boa hora, pintou este quadro...
A partir de uma fotografia sua; e, também, certamente, servindo-se da sua memória lúcida.
Do lado direito, lá estão as ruínas de uma antiga fábrica de “escasso” e a seguir o esteiro. Depois, o barracão, atrás do qual, a malta jogava à lerpa. Em primeiro plano uma bateira e ao fundo o rio.
Era tão bonita a antiga borda do rio.
Obrigado Carlos Lima pela lúcida recordação que nos proporcionaste.
8 comentários:
Bela recordação.
Parabéns Lima pelo quadro realizado.
Esta Terra afinal até tem pessoas com veia artistica.
Só que não há divulgação...
Não competiria aos poderes publicos promover a divulgação dos artistas locais?
Belo quadro com base numa foto ou descrição de tomada de vista a partir da Tasca que ali havia.
Quais artistas?
Não competiria aos poderes publicos promover a divulgação dos artistas locais?
Aqui há muitos artistas mas é de outras coisas.
Pintores há poucos.
Aos poderes publicos compete é promover as comezainas...
Zé, eu essa Percebo !
Sabendo-se que a arte por vezes tanto convive com a fome como com a fartura, porque será que se proíbe uma tomada de vistas da Tasca? Se fosse de resturante de luxo seria mais viável? O anónimozinho deve ser daqueles que pensa que um rico com os copos é um tipo divertido e um pobre com uns copos é um bebâdo? Pois então olhe atire-se ao rio, porque um parvo no rio parece um peixe miope!
ou então pegue num pincel e faça-se à vida seja na tasca seja onde for.
Quem não for de cá ainda perde 5 segundos a olhar para o quadro, agora para os de cá é logo caso para pensar porque se poria o pintor logo ali à porta. Busca de inspiração não era porque a tasca já lá não estava quando ele pintou isso.
E o pintor que não se ofenda porque o Berardo compra coisas ainda piores. (não me refiro ao benfica)
Com base ou não no quadro da tasca,o certo é que a obra está feita e é dar os parabéns ao artista,quem critica por vezes com intenção de desvalorizar,são aqueles que nada mais sabem fazer,só com o intuito de desanimar aqueles que fazem algo que nos venham recordar os nossos tempos de meninos e as brincadeiras na borda do rio.Parabéns ao ARTISTA.
Independentemente da qualidade técnica da obra, que diga-se não é nada má,a nós, antigos e actuais habitantes da Cova e da Gala, é-nos particularmente agradável poder reviver a cena pintada por Carlos Lima.
A saudade é tudo o que nos resta, quando nos é recordado, o que de bom já esquecemos da vida.
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