António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Na Figueira, não há lugar para amanhãs que cantam...
Presumo, que ninguém minimamente informado, desconhece que a crise que se vive na Câmara Municipal se reflecte na vida dos cidadãos. Isto é, na minha, na sua e de todos nós.
Apesar de estarmos em Junho, mês por excelência virado para o aparato folclórico, nota-se que a Figueira está parada...
É certo que vem aí o verão, com o tal mês e meio de “época alta”, mas isso não vai branquear o essencial: a crise é profunda e já não é só financeira.
Todavia, também é financeira: não há dinheiro e sobram as dívidas.
O problema é pertinente. Como resolvê-lo?
Aumentando os impostos municipais? Vendendo património? Reestruturando ou extinguindo empresas municipais? Reduzindo o quadro de pessoal?
Se calhar, vai ser preciso isto e muito mais... Mas, neste momento, a crise na Câmara da Figueira já não é só financeira. Também já é de outros valores.
É sabido, que quem ganhou as últimas eleições autárquicas na Figueira não foi o PSD. Muito menos, a lista de vereadores deste partido. Quem foi decisivo para a conquista da Câmara foi o eng. Duarte Silva.
Mas voltemos à crise de outros valores...
É claro, que a questão deve ter contornos ainda desconhecidos do vulgar cidadão, mas, o que veio a público sobre o que se passou na reunião camarária da semana passada, deu para perceber que o eng. Duarte Silva, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, viu a sua dignidade como político posta em causa pelos “seus” vereadores Paulo Pereira Coelho e José Elísio Oliveira.
O primeiro, votou com a oposição, logo contra o Presidente; o segundo, de forma estratégica, faltou è sessão camarária...
Logo a seguir, Jaime Soares, o Presidente da Distrital, nas páginas do Diário as Beiras ajudou à festa...
Marques Mendes se a Figueira fosse Lisboa, certamente que já tinha posto um ponto de ordem... Mas, a Figueira é província!...
Contudo, venha a ter este estranho caso político o desfecho que tiver, serviu para colocar duas questões pertinentes e fundamentais aos cidadãos:
1 – A possibilidade, que neste caso seria um abuso, de uma estrutura partidária sob controle de determinada facção, poder fazer cair um autarca eleito pela população da Figueira.
2 – Que certas personagens foram eleitas, apenas porque fizeram parte de uma lista partidária.
Entretanto, vamos ver o efeito que virão a ter no futuro do poder local em Portugal, as eleições intercalares em Lisboa. Vamos observar o que se vai passar com as listas independentes...
Numa altura, em que, na Figueira, parecem esgotadas as últimas utopias a nível do poder local, vamos tentar continuar a sobreviver à ressaca!...
Não é necessário que todos nos convertamos (vendamos), apesar de sabermos que na Figueira não há lugar para amanhãs que cantam...
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