"Não há volta a dar: quando se aperta o cerco deixam-se de fora pessoas que precisam de ajuda.
Acontece que, em Portugal, o
problema mais premente é o de haver
pessoas que precisam e não têm ajuda. O RSI
só chega a 37% das pessoas em pobreza
extrema (com rendimento inferior a dois
terços do limiar de pobreza oficial).
O Programa Político 2021 do Chega afirma que a “subsidiodependência” (e
outros males) conduzem “à destruição das
economias”.
Vamos aos factos. O RSI
transfere dinheiro para cerca de 3% da
população portuguesa. Em 2017, eram
menos de 290 mil pessoas, das quais cerca
de 100 mil eram menores de 18 anos. De
entre os adultos, três quartos não tinham o
ensino secundário. O programa custa por
ano 350 milhões de euros.
Os verdadeiros subsidiodependentes são
os políticos que precisam das mentiras sobre
o RSI para sacarem soundbytes preguiçosos.
André Ventura quer melhorar a economia
retirando apoios a 200 mil adultos pouco
qualificados, que dificilmente encontram
empregos espetacularmente produtivos,
lançando 100 mil crianças na pobreza e
hipotecando a sua contribuição para a nossa
economia daqui a uns anos. Isto, para
poupar menos de 0,4% da despesa pública.
Se fosse assim tão fácil, teríamos o PIB da
Suécia."
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