«Tendo visto todos os debates televisivos por premissa profissional, fiquei ontem com a impressão de que o embate radiofónico
entre todos – ou quase todos – os líderes
com assento parlamentar foi um dos
melhores momentos da campanha eleitoral.
Teve significado político, qualidade
nos argumentos, questões por fim clarificadas e alguns sinais para futuro. Soberbamente moderado, foi um debate equilibrado nos tempos e nos tons. O vencedor, para mim, foi o improvável João
Oliveira. Os derrotados, improvavelmente para mim, foram os pequenos partidos
da direita democrática ali presentes.
Os ausentes da arena foram, apesar de
tudo isso, os mais presentes. Jerónimo esteve presente, sem dúvida, na mensagem
que João Oliveira procurou transmitir.
O PCP já não veste a pele do partido do
protesto e contra a governação – seja ela
qual for –, mas antes uma lustrosa capa
de “força de convergência”. Tendo Jerónimo de Sousa sido um dos grandes defensores da solução política conhecida por
geringonça, a vénia ficou feita – e com eficácia. Oliveira trouxe propostas do seu
partido sobre a habitação e a demografia
e esteve mais à vontade do que nas aparições no pequeno ecrã. Disparava pequenos apartes bem-dispostos (sobre a energia nuclear assinalou “a bomba atómica
na ecogeringonça” que ocorreu, de facto,
no debate) e conciliou conhecimento da
realidade dos portugueses, dimensão
política e empatia humana. Foi, palavra,
uma belíssima performance do líder parlamentar comunista.»
Nota de rodapé.
Como escrevi ontem, «Sebastião Bugalho tem 25 anos.» Na minha opinião, «não passa de um puto palerma e deslumbrado levado ao colo para a mesa dos adultos...
Vá lá saber-se por quem. E porquê.»
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