"Tenho para mim que uma das melhores formas de anularmos algo é desvirtuarmos-lhe a sua essência, ou seja, a sua natureza, âmago, núcleo, origem.
No mundo moderno, civilizado, tecnológico e, portanto, tendencialmente materialista que vimos construindo desde há cerca de 250 anos, as áreas política, económica, social e mesmo cultural estão criteriosamente separadas da espiritualidade, pelo que, mesmo em países tradicionalmente cristãos, a essência do Natal é desaromatizada, substituindo-se o nuclear pelo acessório, Jesus Cristo pelo Pai Natal."
Excerto de uma crónica de Teotónio Cavaco, ontem publicada no jornal AS BEIRAS.
Em tempo.
Sabe-se hoje que Jesus existiu. Era um judeu na forma de viver e de rezar, não nasceu a 25 de Dezembro, era visto como profeta, foi condenado à morte pelo procurador romano e morreu, com forte probabilidade, a 7 de Abril do ano 30.
Estes são dados de uma investigação recente.
Sabe-se hoje que a Coca-Cola não inventou o Pai Natal. É verdade que a marca de refrigerantes começou a usar a imagem do Pai Natal nos seus anúncios natalícios a partir de 1931 e que ajudou a mediatizar a sua imagem. Contudo, as imagens do Pai Natal vestido de vermelho começaram a surgir logo no início do século XX.
Estes também são dados de uma investigação recente.
Isto para demonstrar que a ordem dos fatores não é sempre arbitrária e pode alterar o resultado final...
Por exemplo: uma coisa, é dormir com Maria José. Outra coisa, é dormir com José Maria...
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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