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quinta-feira, 23 de maio de 2019

Presidente da câmara, há um mês no cargo, no Dez & 10 "falou sobre as obras, projectos e estratégia da autarquia"...

Foto sacada daqui
«Carlos Monteiro garantiu que a primeira fase da requalificação da frente marítima de Buarcos ficará concluída até 15 de junho. “Há um pequeno melhoramento que vai ser feito entre as rotundas do Continente e do Farol, que é necessário para facilitar os acessos ao Centro de Saúde, e esperamos que também fique concluído até 15 de junho”, acrescentou. Acerca das críticas à empreitada de Buarcos, o autarca defendeu que “é um incómodo” sempre que há obras”. Mas, acrescentou: “No caso concreto, tenho a firme convicção que vai ficar muito melhor e que vamos todos desfrutar daquele espaço”

Asfalto na “Enforca cães” 

Mantendo a conversa nas obras de requalificação que estão a decorrer na cidade, mas atravessando a foz do Mondego, o autarca disse que não acredita que o movimento cívico SOS Cabedelo consiga parar as obras. E explicou porquê: “Nunca avançamos na ilegalidade, conscientemente. E temos a firme convicção que não há qualquer ilegalidade”
De obra em obra, o presidente da câmara afiançou que “em breve” será colocado asfalto na estrada “Enforca cães”, provisoriamente interditada por razões de segurança. Em paralelo, mas mais perto do mar, será aberta uma via pedonal e ciclável, para ligar o concelho, pelo norte e pelo sul, ao resto do país, através de uma via europeia para peões e ciclistas. Incluída naquele via pedonal e ciclável, a autarquia pretende que na ponte que vai ser construída entre Vila Verde e Alqueidão possam também circular viaturas ligeiras. “Com esta ponte e a ligação da “Enforna cães”, estamos a unir mais o concelho”, defendeu Carlos Monteiro. 

Coreto no jardim municipal 

Entretanto, o jardim municipal vai entrar em obras. Além do prometido coreto, terá um espaço de bebidas e biblioteca, na zona do parque infantil. Por outro lado, anunciou ainda o edil, o jardim da Quinta das Olaias será aberto ao público e haverá um corredor verde entre aquele espaço municipal e as Abadias. Por outro lado, Carlos Monteiro revelou que a autarquia poderá analisar uma solução que permita criar uma parceria com o Coliseu Figueirense, tendo em vista a cobertura e a remodelação da praça de touros. No entanto, defendeu, isso não implicará a desistência do Anel das Artes, que, afinal, também poderá levar cobertura. Entretanto, contudo, a construção do espaço multiusos foi adiada, sem data definida para ser iniciada. 

Três milhões para o Paço de Maiorca 

“Em breve”, também deverá ser resolvido o dossiê do Paço de Maiorca. As obras de reconversão do imóvel histórico em unidade hoteleira de charme, ao abrigo de uma falhada parceria público-privada, encontram-se paradas há vários anos. A solução passa por a autarquia pagar três milhões de euros à banca, podendo ter de concluir o projecto, se não houver um privado interessado em fazer as obras e explorar o negócio. Sendo certo, contudo, que a atividade será concessionada a privados.»

Nota de rodapé.
Carlos Monteiro, basta ler o que está acima, que foi retirado da edição de hoje do Diário as Beiras, assumiu-se definitivamente como um político profissional e ambicioso. Só que Carlos Monteiro, presidente de Câmara, para já, é um produto do acaso. Claro que é apenas um começo. Uma coisa é certa, porém: em 2021, se a ambição ganhar eleições, Monteiro arrasa os outros candidatos.
Vejamos: 

Promessas

Promessa, é uma palavra afirmativa, dirigida a outros, no sentido de se cumprir algo. O verbo prometer, significa, por outro lado, obrigar-se verbalmente ou por escrito, a fazer ou dar alguma coisa. Por exemplo, neste caso concreto, Carlos Monteiro prometeu, esta terça-feira, concretizar "em breve" o que João Ataíde não conseguiu realizar em 10 anos. "Sem dar por ela", Monteiro passou um atestado de incompetência política ao seu antecessor.

Propaganda.

Propaganda, é o acto ou efeito de propagar. Pode ser uma doutrina ou uma ideia qualquer. Uma mentira também. Um desejo inalcançável. Uma aldrabice, por suposto. Por exemplo, fazer passar a ideia de que um partido político, em véspera de eleições, tem como objectivo concreto e realizável, concretizar tudo isto. Mensagem subliminar: isto "em breve" está no papo. Se votarem em nós...

Aldrabice política.

Aldrabice, em bom português, é uma patranha. Uma trapaça. Política, se referida a um objectivo político. Na propaganda política,  o dirigente  partidário apresenta publicamente tudo isto como uma promessa. Se não conseguir o objectivo, uma vez tomado o poder de o poder fazer, e se tal for por incompetência política, a aldrabice ressalta à vista de todos, como uma promessa incumprida. E nem é preciso ter feito a quarta classe antiga. Basta ter frequentado qualquer curso das Novas Oportunidades... Carlos Monteiro vai ter dois anos duros pela frente. A fasquia está elevada. E o estado de graça não dura para sempre.

sábado, 11 de junho de 2016

"A HIPOCRISIA PORTUGUESA E AS LIÇÕES DO 'PROFESSOR' JOSÉ HERMANO SARAIVA", VAI SER PUBLICADO EM BREVE

O Centro de Estudos do Mar (CEMAR) vai, muito em breve, publicar o livro editado por esta associação científica privada sem fins lucrativos (e com estatuto de utilidade pública), intitulado "A HIPOCRISIA PORTUGUESA E AS LIÇÕES DO 'PROFESSOR' JOSÉ HERMANO SARAIVA", da autoria do fundador e director do CEMAR (desde 1995), o historiador dos Descobrimentos Geográficos e da Cartografia Portuguesa, Alfredo Pinheiro Marques (autor do próprio "Guia de História dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa" da Biblioteca Nacional de Portugal, das Adendas de Actualização dos "Portugaliae Monumenta Cartographica" [Imprensa Nacional-Casa da Moeda], de "A Maldição da Memória do Infante Dom Pedro e as Origens dos Descobrimentos Portugueses" [CEMAR], do estudo do "Atlas Miller" [M.Moleiro Editor], etc.).
Segundo Alfredo Pinheiro Marques, neste livro são reunidos e antologiados (1994-2016), de maneira cronológica e sucessiva, todos os textos em que - desde o ano de 1994 (num artigo destinado à revista da Comissão dos Descobrimentos, e que nela foi censurado...), e desde o ano de 1995 (no livro "A Maldição da Memória…") -, o historiador da Cartografia e dos Descobrimentos Geográficos Portugueses se referiu, rebatendo-os e denunciando-os, aos insidiosos facciosismos e aos anedóticos erros científicos (as deliberadas manipulações historiográficas, e os erros de ignorância e de atrevimento), que esse autor chamado José Hermano Saraiva foi sempre prodigalizando ao longo de toda a sua "vida e obra". Os facciosismos e os erros do autor que, em Portugal, foi promovido, política e mediaticamente, como sendo um "historiador" [sic], e como sendo um "Professor" (estando toda a gente a fazer de conta que não sabe que o cidadão em causa, na juventude, quando foi aluno universitário em Lisboa, agrediu o próprio Professor que lhe fez o exame, e lhe deu a sua nota, de 12 valores).
Esta publicação "A Hipocrisia Portuguesa e as Lições do 'Professor' José Hermano Saraiva" — tal como todas as outras mais de Alfredo Pinheiro Marques e editadas pelo Centro de Estudos do Mar (CEMAR) —, no momento em que for lançada ao público, muito em breve, irá ser distribuída gratuitamente, fora do mercado livreiro, em versão electrónica (PDF), como forma de divulgação cultural.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A homenagem do vereador Tavares ao Dr. Joaquim Namorado, na Figueira...

Diário de Coimbra de 2 de Julho de 2014, quarta-feira, página 12. Para ler melhor clicar em cima da imagem abaixo.
CULTURA Cerca de 600 livros, entre obras de Joaquim Namorado e primeiras edições, devem deixar a Figueira em breve, com o aval do vereador da cultura
O dia, que era de homenagem, acabou por ficar marcado pelo anúncio da intenção da família de Joaquim Namorado em retirar da Biblioteca Municipal da Figueira da Foz o seu espólio, levando-o para o Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, onde Joaquim Namorado é um dos nomes grandes.
As vitrinas com material de e sobre Joaquim Namorado - na mostra bibliográfica com que a Divisão de Cultura assinalou, esta segunda-feira, o centenário do nascimento do poeta e escritor - não chegaram para convencer os seus descendentes do interesse em manter na Figueira o espólio em depósito. O fim aparentemente irreversível do Prémio de Conto Joaquim Namorado, instituído quando o poeta ainda era vivo e dado por findo no mandato de Santana Lopes na autarquia figueirense, está na origem da decisão, difícil, que umas das filhas, Teresa, já trazia na bagagem.
«Também havia homenagens ao meu pai, em Coimbra, a que gostaria de ter ido, mas optei por vir à Figueira, para perceber se havia intenção de reeditar o prémio», explicou ao Diário de Coimbra. «O meu pai era um apaixonado pela Serra da Boa Viagem e pela Figueira da Foz, ficou muito emocionado com a homenagem que a Barca Nova lhe fez em 1983 e com a instituição do prémio com o seu nome. Foi por isso que destinou parte do do seu espólio a depósito na biblioteca municipal», recordou. «Na altura os livros ficaram expostos, numa estante com o nome dele e da minha mãe, como ele tinha pedido. Agora estão guardados, são consultáveis mas estão, literalmente, em depósito», lamentou. «Julgo que o meu pai merecia mais e, sem o prémio e sem as obras expostas, não vejo grande interesse em mantê-las cá», disse, reconhecendo, no entanto, que da parte das  pessoas «há ainda um grande carinho na Figueira pelo poeta. Mas, em termos públicos está esquecido», concluiu.
«Está esquecido e  não devia», disse Pedrosa Russo, amigo do poeta falecido em 1986, na conversa que se seguiu à apresentação de Joaquim Namorado por António Augusto Menano.
«Chegou a ser aprovada a atribuição do seu nome a uma praceta, mas hoje o nome que lá está é outro», lamentaram algumas dos presentes, recordando «a figura» que era Joaquim Namorado, «homem são, frontal e generoso», para além de prolixo autor. A concretizar-se a intenção da família, em breve o espólio de Joaquim Namorado poderá ser visto e consultado, de forma integrada, no Museu Neo-Realista, em Vila Franca de Xira.
«Faz sentido», admitiu no final da homenagem, o vereador da Cultura, António Tavares, reafirmando que a opção da autarquia, no que a prémios literários respeita, se esgota «no figueirense João Gaspar Simões».
 

Em tempo.
Não sei se vocês se lembram, mas nos tempos da minha juventude, havia uma secção nalguns jornais, como por exemplo no «Diário Popular», que despertava particularmente a minha curiosidade.
Intitulava-se «Acredite se quiser...» e era um misto de retratos do insólito e de jornal do incrível, onde se relatavam factos extravagantes e acontecimentos inacreditáveis.
Desde então, tenho visto atitudes de responsáveis políticos que, pela sua inverosimilhança ou hipocrisia, me fazem lembrar, inevitavelmente, essa fantástica secção.
Foi o que senti na passada segunda-feira no Museu da Figueira da Foz no pouco que consegui aguentar: foi duro ver um resistente à ditadura de Salazar, ser assim (mal) tratado por esta profunda tristeza democrática em que a Figueira mergulhou...

terça-feira, 30 de maio de 2023

A PRIMEIRA TRAVESSIA AÉREA DO ATLÂNTICO PASSOU PELA FIGUEIRA DA FOZ A 30 DE MAIO DE 1919 – FOI HÁ 104 ANOS

 


Via Fernando Curado

«Na manhã do dia 30 de maio de 1919 “a população da Figueira da Foz acorreu à praia prestes e ávida de curiosidade. Flutuava no Mondego, perto da sua foz, o histórico hidroavião americano N. C. 4, que, pilotado sob a direção do valoroso comandante Read, conseguiu levar a bom termo o arrojado empreendimento da travessia aérea do Atlântico”.

“O N. C. 4 desceu na Figueira da Foz, às 8 e 20, devido a uma ligeira avaria n'um dos seus motores, que foi em breve reparada, levantando vôo às 14 e 25, com destino ao Cabo Finisterra”.
“Desceu no porto de Ferrol, d'onde seguiu para Plymouth, terminus do raid transatlântico. Este notável e inesperado acontecimento impressionou agradavelmente toda a Figueira da Foz, que assim teve ensejo de admirar e homenagear, quanto o limitadíssimo espaço de tempo permitiu, a interessante aeronave e os seus intrépidos tripulantes”.
“Fora da barra da Figueira, na baía de Buarcos, fundeou um destroyer americano, que ali acudira em auxílio do N. C. 4, e cujos serviços não foram utilizados”.
Assim relatou a notícia a revista “Ilustração Portugueza”, de 16 de junho de 1919, na página 475 do seu número 695.
O NC4 fazia parte de uma esquadrilha de 3 hidroaviões composta pelo NC1 e o NC3, e pertenciam à U.S.Navy que se propunha fazer a travessia do Atlântico Norte, voando de New York para o Canadá, partindo de Trepassey Bay (Terra Nova) diretamente para a Europa, escalando os Açores.
Havia um prémio de 10.000 libras instituído pelo jornal “Daily Mail” para quem conseguisse terminar a viagem.
John Towers, piloto do NC3, um dos principais cérebros do empreendimento, tinha elaborado um plano de voo que incluía 22 navios da Marinha colocados ao longo do percurso da primeira etapa, distanciados 50 milhas entre si, e equipados com holofotes que auxiliariam a navegação dos hidroaviões. Os hidroaviões dispunham de equipamento de rádio para comunicarem com os barcos e entre si.
A rota dos três hidroaviões teve início na base naval de Rockaway Beach (Nova Iorque), de onde descolaram a 8 de maio de 1919 com destino a Halifax (Nova Escócia, Canadá).
Por avaria de 2 motores, o NC4 prosseguiu a viagem à superfície até à Naval Station de Chatham (Massachusetts), onde reparou os motores.
O NC1 e o NC3 chegaram a Halifax no dia 8 de maio. No dia 10 de Maio, os NC1 e NC3 voaram para Trepassey Bay (Canadá).
Entretanto foram colocados 21 navios destroyers entre Cape Race e a ilha do Corvo (Açores), a intervalos de 50 milhas para segurança do voo.
O NC4 só chegou a Halifax a 14 de maio e a Trepassey Bay a 15 de maio.
Após longos preparativos, os 3 hidroaviões partiram de Trepassey Bay pelas 18 horas do dia 16 de Maio de 1919 com destino aos Açores (Horta).
A primeira parte do percurso dos 3 hidroaviões correu normalmente, até a aproximação da Ilha das Flores, já de madrugada, onde o “nevoeiro” ameaçava a sua segurança.
Sem visibilidade e o combustível a chegar ao fim, os pilotos do NC1 e do NC3 optaram por uma amaragem de emergência, em pleno oceano, na esperança de serem localizados pelos ”destroyers”.
O NC1 ao fazer a amaragem foi destruído por vagas alterosas e a sua tripulação recolhida pelo navio grego “IONIA” que os transportou para a cidade da Horta.
O NC3 chegou a Ponta Delgada em circunstâncias dramáticas.
Amarou a cerca de 200 milhas de Ponta Delgada e devido a avaria do emissor de Rádio, a tripulação não conseguiu contactar os “destroyers” de apoio sendo arrastado pela corrente ao sabor da mareta.
Auxiliado por dois motores que ainda funcionavam, ao fim de 53 horas de navegação marítima, o NC3 entra na baía de Ponta Delgada a 19 de maio, com o comandante Jonh Towers e a tripulação exaustos e o hidro danificado incapaz de voar.
O NC4, com o nome de ”Liberty”, comandado por ALbert C. Read, cumprindo o plano de voo, alcançou a baía da Horta, onde amarou às 13H23M do dia 17 de maio.
Jonh Towers, piloto do NC3, é o primeiro piloto mundial a entrar com um hidroavião no porto de Ponta Delgada, uma vez que Albert C. Read e o seu NC4 se encontravam na cidade da Horta.
Concluída esta primeira etapa em 15 horas e 13 minutos, a uma velocidade cruzeiro de 148 Km/hora, o NC4 saiu da Horta 3 dias depois, a 20 de maio, com destino a Ponta Delgada.
Chegou no mesmo dia, 20 de maio, a Ponta Delgada, onde ficou imobilizado durante 7 dias, devido às más condições atmosféricas.
No dia 27 de Maio o NC4 saiu de Ponta Delgada, às 8h18, com destino a Lisboa, onde amarou no rio Tejo às 20h01 do dia 27 de maio de 1919.
Quando o hidroavião amarou no Rio Tejo, os sinos das Igrejas de Lisboa repicaram em comemoração do feito.
O NC4 saiu de Lisboa a 29 de maio, com destino a Plymouth, mas teve de amarar na Figueira da Foz, no dia 30 de maio, às 8H20M, devido a uma ligeira avaria num dos seus motores, que foi em breve reparada, levantando voo às 14H25M com destino ao Cabo Finisterra.
Depois amarou em Ferrol (noroeste da Galiza), concluindo a travessia aérea em Plymouth (Sudoeste de Inglaterra), a 31 de maio de 1919.
A tripulação do NC4 era constituída pelo comandante tenente Albert Cushing Read, pelos pilotos tenentes Elmer Stone e Walter Hinton, pelos engenheiros James Breese e Eugene S. Rhodes e o rádio operador Herbert C. Rodd.
A primeira travessia aérea do Atlântico, de Nova Iorque (Rockaway) a Plymouth (Inglaterra), foi concluída em 23 dias, com 6 amaragens.
Este feito, grandioso para a época, e ao qual Portugal ficou indelevelmente ligado, acicatou a coragem dos pilotos portugueses.
Três anos depois, em 1922, Gago Coutinho e Sacadura Cabral atravessaram também o Atlântico, de Lisboa ao Rio de Janeiro, utilizando 3 hidroaviões, em 62 horas e 26 minutos de voo, durante 79 dias, e com o apoio de 3 navios.
Após o histórico voo de 1919, o piloto Read afirmou: “Em breve será possível voar num avião à volta do Mundo a uma altitude de 60 000 pés a 1 000 milhas por hora”.
No dia seguinte, o The New York Times publicou um editorial em que afirmava:
“Uma coisa é ser um aviador qualificado, outra bem diferente é ser profeta. Nada do que é hoje conhecido suporta a previsão do Comandante. Um avião a 60 000 pés de altitude estaria a girar as suas hélices num vácuo e nenhum aviador poderia viver por muito tempo no frio enregelante do espaço interestelar”.
Mas “o sonho comanda a vida, e sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança” (António Gedeão, Pedra filosofal).
A 3 de Junho de 1919, o piloto Read foi feito Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito de Portugal.»

quarta-feira, 29 de maio de 2019

É tudo tão previsível...

O presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, no programa de entrevistas Dez&10:
Foto sacada daqui
«... “em breve” será colocado asfalto na estrada “Enforca cães”, provisoriamente interditada por razões de segurança. Em paralelo, mas mais perto do mar, será aberta uma via pedonal e ciclável, para ligar o concelho, pelo norte e pelo sul, ao resto do país, através de uma via europeia para peões e ciclistas. Incluída naquele via pedonal e ciclável, a autarquia pretende que na ponte que vai ser construída entre Vila Verde e Alqueidão possam também circular viaturas ligeiras. “Com esta ponte e a ligação da “Enforna cães”, estamos a unir mais o concelho”, defendeu Carlos Monteiro.
... o jardim municipal vai entrar em obras. Além do prometido coreto, terá um espaço de bebidas e biblioteca, na zona do parque infantil. Por outro lado, anunciou ainda o edil, o jardim da Quinta das Olaias será aberto ao público e haverá um corredor verde entre aquele espaço municipal e as Abadias. Por outro lado, Carlos Monteiro revelou que a autarquia poderá analisar uma solução que permita criar uma parceria com o Coliseu Figueirense, tendo em vista a cobertura e a remodelação da praça de touros. No entanto, defendeu, isso não implicará a desistência do Anel das Artes, que, afinal, também poderá levar cobertura. Entretanto, contudo, a construção do espaço multiusos foi adiada, sem data definida para ser iniciada.
“Em breve”, também deverá ser resolvido o dossier do Paço de Maiorca. As obras de reconversão do imóvel histórico em unidade hoteleira de charme, ao abrigo de uma falhada parceria público-privada, encontram-se paradas há vários anos. A solução passa por a autarquia pagar três milhões de euros à banca, podendo ter de concluir o projecto, se não houver um privado interessado em fazer as obras e explorar o negócio. Sendo certo, contudo, que a actividade será concessionada a privados.»

Não sou a única pessoa que lamenta o deserto do pensamento que vigora na nossa Aldeia. Somos poucos, mas na Figueira há ainda quem pense e não desista de pensar. Mas, infelizmente, somos pérolas raras.

Li com curiosidade, no jornal Diários as Beiras, edição da passada quinta-feira, a meia dúzia de promessas que Carlos Monteiro fez no decorrer do programa de entretenimento.
Não se deve confundir com demagogia ou simples e legítima busca de popularidade, este amontoado de promessas para "breve". Monteiro não ilude, não mente, não pretende conquistar o povo com promessas impossíveis. Uma ou outra  pitada de demagogia não basta para fazer de Monteiro, pelo que vi depois de ter assumido o cargo de presidente de câmara, um político populista.
Quase todas estas promessas de Carlos  Monteiro são facilmente exequíveis. O caso do coreto, é exemplar: o seu antecessor, fez a promessa e não cumpriu. Aposto que Monteiro vai cumprir. 
O que é característico e específico do populismo é, simplificando, a legitimação da mentira deliberada como instrumento de captação de votos e adeptos. Legitimação da mentira friamente premeditada, que não é o mesmo que dourar uma pílula ou fazer vagas promessas aliciantes. 


O coreto não vai mudar nada na Figueira, mas vai contribuir para Monteiro ganhar as eleições autárquicas de 2021.
Monteiro fez o quê? Prometeu ao figueirense o óbvio. Não caiu na tentação de prometer o que está farto de saber que não lhe poderia dar: não prometeu virar a página, nem desenvolvimento planeado, nem criação de emprego para fixar população.
Prometeu o coreto.
Porquê?
Porque sabe que não tem condições para mais. Estilo político é uma coisa, populismo é outra. Carlos Monteiro, tem consciência que a sua ascensão ao cargo de presidente, nas condições em que aconteceu, poderia constituir um momento delicado para a sua aspiração de sempre. Mas, reconheça-se, tendo em vista o desafio que sobretudo o preocupa, respondeu  de forma inovadora, simples, directa e, tudo o indica, eficaz. Portanto, para depois de 2021, já temos presidente na Figueira.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Obras na baixa: tudo vai correr. A falta de pedra vai acabar «em breve»...


A requalificação da Baixa figueirense, é público e notório, tem sido um calvário, principalmente para os comerciantes com estabelecimentos na zona. 

Alguns, há muito, que estão desesperados. Já faliu o empreiteiro, já houve mudança de empreiteiro e estamos em pandemia (o covid tem costas larguíssimas).

Tudo aconteceu. Até o inaudito:  intervenção foi condicionada pela alegada descoberta de uma nova galeria subterrânea, identificada por arqueólogos, numa zona da cidade em que proliferam antigos ramais e cisternas de águas, referenciados em estudos desde os finais do século XIX.

Quem não tem culpa, seguramente, é a Câmara Municipal da Figueira da Foz. Nesta, como em todas as obras actualmente em curso (e as que vai concursar...)...

Recuemos a 26 de Maio de 2018. Na opinião do PSD da Figueira da Foz, esta obra é exemplificativo da forma como é dirigido o concelho: "sem estratégia, sem auscultação das populações, sem a preocupação de melhorar o nível de vida das populações, sem criar atractivos para os empresários instalados ou que se queiram instalar com vista à criação de emprego, o qual tanta falta faz aos nossos jovens, não promovendo também a consequente fixação de mais população no nosso concelho."

Mas, esta, já lá vão mais de 2 anos, é a opinião do PSD Figueira. Como sabem, tudo está a decorrer bem na Figueira e no concelho, seja em que sector for. Por vezes, aparecem é imprevistos. Por exemplo, esta obra teve um deles. Vejamos o que está hoje no Diário as Beiras. Segundo o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, o empreiteiro tem tido dificuldade em encontrar pedra, porque as pedreiras reduziram a exploração por causa da crise sanitária e, no verão, devido às férias. “Vamos perceber como é que a situação evolui em setembro”, disse ainda o edil.

Têm sido muitas contrariedades. À margem da falta de material, ainda conforme o que disse o mesmo Carlos Monteiro, as obras “estão a decorrer a bom ritmo”. De acordo com as previsões do presidente da câmara, a empreitada, que incide em duas praças e 14 ruas, deverá ficar concluída no primeiro semestre de 2021.

Mais uma para «breve», portanto. Outubro de 2021 está  porta.

O senhor António Carvalho, um dos mais antigos, entre os cerca de 10 comerciantes  instalados na rua dos Combatentes, e dos mais afectados pelas obras tem de ter mais cuidadinho. Dizer ao jornal que “isto está a ultrapassar os limites da compreensão. Os prejuízos são grandes e o pó e o cheiro a esgotos são incomodativos”, pode desagradar ao executivo. Olhe que quem se mete com o PS leva. Portanto, há que aguentar com o atraso das obras (que já vai longo) e com o pó. Alguém tem culpa de não haver pedra para acabar a obra?

Por outro lado, o senhor Armando Loureiro, com uma pastelaria na rua dos Combatentes, num cruzamento, ou seja, numa zona onde confluem várias frentes de obra, também não tem dada de afirmar que está cada vez mais insatisfeito”Se não tivesse instalado a pastelaria na rua dos Combatentes, num cruzamento, ou seja, numa zona onde confluem várias frentes de obra, não teria sido tão prejudicado.

Com a excelente prestação do executivo da câmara isto está «para breve». Felizmente, os  empreiteiros “estão a trabalhar muito bem”

Tudo vai correr bem. Também em Outubro de 2021.

terça-feira, 14 de abril de 2020

Política figueirense em tempo de COVID-19

É tudo tão previsível...
Há um ano foi assim: «... “em breve” será colocado asfalto na estrada “Enforca cães”, provisoriamente interditada por razões de segurança. Em paralelo, mas mais perto do mar, será aberta uma via pedonal e ciclável, para ligar o concelho, pelo norte e pelo sul, ao resto do país, através de uma via europeia para peões e ciclistas. Incluída naquele via pedonal e ciclável, a autarquia pretende que na ponte que vai ser construída entre Vila Verde e Alqueidão possam também circular viaturas ligeiras. “Com esta ponte e a ligação da “Enforca cães”, estamos a unir mais o concelho”, defendeu Carlos Monteiro.
... o jardim municipal vai entrar em obras. Além do prometido coreto, terá um espaço de bebidas e biblioteca, na zona do parque infantil. Por outro lado, anunciou ainda o edil, o jardim da Quinta das Olaias será aberto ao público e haverá um corredor verde entre aquele espaço municipal e as Abadias. Por outro lado, Carlos Monteiro revelou que a autarquia poderá analisar uma solução que permita criar uma parceria com o Coliseu Figueirense, tendo em vista a cobertura e a remodelação da praça de touros. No entanto, defendeu, isso não implicará a desistência do Anel das Artes, que, afinal, também poderá levar cobertura. Entretanto, contudo, a construção do espaço multiusos foi adiada, sem data definida para ser iniciada.
“Em breve”, também deverá ser resolvido o dossier do Paço de Maiorca. As obras de reconversão do imóvel histórico em unidade hoteleira de charme, ao abrigo de uma falhada parceria público-privada, encontram-se paradas há vários anos. A solução passa por a autarquia pagar três milhões de euros à banca, podendo ter de concluir o projecto, se não houver um privado interessado em fazer as obras e explorar o negócio. Sendo certo, contudo, que a actividade será concessionada a privados.»
Entretanto, passou um ano. De palpável, "vai-se a ver e nada".

para ler melhor clicar na imagem
O presidente da câmara, em entrevista exclusiva ao DIÁRIO AS BEIRAS, a propósito do seu primeiro ano no cargo, que será publicada amanhã, avança prioridades para os projetos da autarquia. 
"Não desistiu da piscina coberta". Mas esta é a segunda prioridade da lista de investimentos. A primeira, "é a requalificação do Estádio Municipal José Bento Pessoa, actualmente em curso". Depois, "há a piscina e  um pavilhão desportivo. Que poderá ser multiusos".  Todavia, a decisão ainda não foi tomada, podendo vir a ser construído um espaço dedicado a eventos e outro ao desporto. Entretanto, "o Anel das Artes deixou de ser prioridade: foi adiado, sem data definida para a discussão ser retomada."  "A cobertura do Coliseu Figueirense poderá ser uma alternativa."  "Os projectos da autarquia para a requalificação do Cabo Mondego não estão pendentes da candidatura a geoparque da UNESCO, entretanto reformulada, para abranger outros territórios da região." "O «Enforca Cães», entre a Murtinheira e Buarcos, interditada por razões de segurança, aguarda parecer do Laboratório Nacional de Engenharia
Civil". 

Amanhã será publicada a entrevista política do presidente Monteiro em tempo de COVID-19. 
Carlos Monteiro, assume-se definitivamente como um político profissional e ambicioso. Só que Carlos Monteiro, presidente de Câmara há um ano, para já, é um produto do acaso. Claro que é apenas um começo. Uma coisa é certa, porém: em 2021, se a ambição ganhar eleições, Monteiro arrasa os outros candidatos.
Monteiro vai fazer o quê?  O mesmo de há um ano, quando se encontrava na fase de  deslumbramento por, finalmente, ter chegado a presidente.
Vai continuar a prometer aos figueirenses o óbvio. 
Não vai prometer virar a página, nem desenvolvimento planeado, nem criação de emprego para fixar população.
Carlos Monteiro, carreirista político, conhece bem o concelho onde vive...
Não sou a única pessoa que lamenta o deserto do pensamento e de exigência política que vigora na nossa Aldeia. Somos poucos, mas na Figueira há ainda quem pense e não desista de pensar. Mas, infelizmente, somos pérolas raras.

quinta-feira, 26 de março de 2020

A crise económica e social e o papel de uma câmara municipal...



"Iremos isentar integralmente do pagamento de rendas todos os estabelecimentos comerciais em espaços municipais, sejam da Câmara ou de empresas municipais, que se encontrem encerrados. Esta medida vigorará até ao próximo dia 30 de junho e abrange também todos os quiosques e lojas instalados em espaços municipais que permaneçam abertos", adiantou Fernando Medina.
A medida irá abranger também todos os espaços comerciais a operar na área do Porto de Lisboa, "sem prejuízo das particularidades específicas dos contactos geridos por aquela entidade".
As instituições de âmbito social, cultural, desportivo e recreativo que estejam instaladas em espaços municipais também ficarão isentas do pagamento de rendas até 30 de junho.
Além disso, continuou o presidente da Câmara de Lisboa, que falava numa conferência de imprensa transmitida 'online', será suspensa a cobrança de todas as taxas relativas à ocupação do espaço público e publicidade a todos os estabelecimentos comerciais, com exceção de estabelecimentos bancários, instituições de crédito e seguradoras.
Esta medida foi tomada em articulação com as juntas de freguesia e abrange igualmente "todas as taxas de ocupação de espaço público", sejam de âmbito municipal ou de âmbito das juntas, sendo que o período de suspensão da cobrança tem início retroativo em 01 de março de 2020 e terminará em 30 de junho de 2020.
"Os estabelecimentos cuja licença anual caduque durante esse período de suspensão só terão de solicitar essa renovação e efetuar o respetivo pagamento a partir de 30 de junho", explicou Fernando Medina.
A Câmara de Lisboa decidiu também adquirir regulamente os produtos frescos dos produtores que comercializavam nas feiras agora encerradas e entregá-los às associações com trabalho social na área de Lisboa.
Por outro lado, será suspensa até 30 de junho a entrada em vigor da disposição relativa à proibição de uso de plástico não reutilizável, "de forma a não dificultar o fornecimento em regime de 'take-away'".

Cá  pela Figueira também estamos a perder rendimentos. Penso (oxalá esteja enganado), que há o risco de termos casos de fome no concelho muito em breve.
A uma queda brutal do rendimento de muitas famílias, já se começa a verificar o aumento dos preços de produtos essenciais, como as carnes de frango e de porco. Se juntarmos, por exemplo, a isto o  brutal preço da água na nossa terra, bem como o aumento das rendas dos bairros sociais dos últimos anos, o panorama futuro é preocupante. 
Acresce ainda que  muitas das nossas pequenas empresas comerciais, o principal pilar da economia do concelho, estão fechadas e muitas delas correndo um sério risco de falência.
Quem trabalha a recibos verdes (fotógrafos, artistas plásticos, músicos, advogados, etc.) em que a peça principal da máquina são eles próprios, vão enfrentar também grandes dificuldades.
Enfim, o concelho, tal como o País e o Mundo, vai entrar em recessão.
Dentro das possibilidades, o nosso Município poderia fazer alguma coisa de concreto. Por exemplo, a suspensão do pagamento das rendas em todos os fogos municipais até 30 de junho,  isenção de rendas de estabelecimentos comerciais e de instituições em espaços camarários.
Registe-se:
"O Município da Figueira da Foz fornece refeições escolares a crianças/alunos do Escalão A de Ação Social Escolar (ASE) e para as situações excecionais dos filhos dos profissionais de saúde, das forças e serviços de segurança e de socorro e de outros serviços essenciais que estão a frequentar a Escola de referência designada pela DGEstE - Centro Escolar S. Julião Tavarede."
Mas, registe-se também que isso aconteceu "em cumprimento das orientações emanadas pelo Governo - Ministério da Educação" que deu orientações "para aferir da necessidade do fornecimento de refeição escolar no período de 16 de março a 13 de abril."
Sublinhe-se, mas em termos de apoio ao rendimento das pessoas e empresas é pouco... 
Há muito trabalho pela frente senhor presidente e senhores vereadores da câmara municipal da Figueira da Foz.

sábado, 12 de dezembro de 2020

Quiaios: depois de ser um caso de polícia decidido pelos tribunais, continua a ser um teste ao funcionamento da democracia na Figueira...

Tal como, em primeira mão, o OUTRA MARGEM avançou ontem, a edição de hoje do Diário as Beiras confirma: «O eleito da CDU na Assembleia de Freguesia de Quiaios, Agostinho Cruz, deverá demitir-se em breve, e os autarcas do PSD deverão seguir o mesmo caminho.»
A demissão em bloco da oposição, em maioria na Assembleia de Freguesia de Quiaios, conduzirá a Eleições Autárquicas intercalares, reclamadas por social-democratas e comunistas desde setembro.

O que se passou na Junta de Quiaios, foi um caso de polícia que seguiu para julgamento em tribunal. Em 6 de Dezembro de 2019, a presidente da Junta de Freguesia de Quiaios,  Maria Fernanda Lorigo, e o secretário, Carlos Alberto Patrão, foram condenados pela prática de um crime de prevaricação de titular de cargo público a penas de prisão, suspensas, e à perda de mandato. À ex-tesoureira, Ana Raquel Correia, também foi decretada uma pena de prisão suspensa. Os três arguidos foram julgados por terem favorecido o pai da autarca, Manuel Lorigo, para que este fizesse os serviços de manutenção das Piscinas da Praia de Quiaios. O tribunal considerou que Fernanda Lorigo foi quem teve “o papel mais activo” e aplicou-lhe uma pena de três anos e nove meses de prisão. Já Carlos Patrão foi condenado a dois anos e 10 meses e Ana Correia a dois anos e seis meses de prisão. Todas as penas foram suspensas por igual período. Os três arguidos terão ainda de pagar ao Estado 8.700 euros em partes iguais. Fernanda Lorigo recorreu para o Tribunal da Relação de Coimbra que confirmou a decisão da primeira instância e obrigou a presidente da Junta de Quiaios, Fernanda Lorigo, a perder o mandato, com efeitos a partir do passado 25 de Setembro, dia em que foi notificada sobre a decisão do acórdão.

O Tribunal julgou e aplicou a pena. O PS foi atingido, pois tem responsabilidades. Os partidos políticos individual e colectivamente têm responsabilidade naquilo que de ilegal fazem alguns dos seus altos dirigentes, em particular nos crimes que envolvem o exercício do poder. No actual estado de degradação das estruturas partidárias, em que a militância desinteressada e a adesão político-ideológica é quase irrelevante em relação à carreira no aparelho partidário, os partidos no seu interior são verdadeiras escolas de tráfico de influência, de práticas pouco democráticas como os sindicatos de voto, de caciquismo, de fraudes eleitorais, de corrupção. 

A defesa da democracia e dos seus valores - igualdade, liberdade, exercício democrático do poder - é o que está verdadeiramente em causa neste lamentável episódio, que continua por resolver por culpa da concelhia do PS Figueira.

Num regime democrático, o exercício do poder emana do povo. Quem tem medo da democracia? 

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Testes nas IPSS figueirenses: em "breve"? Mas, quando, como e quem os vai realizar?

Ontem, no OUTRA MARGEM, a propósito do programa piloto de testes de rastreio a lares e outras estruturas equiparadas, que a Figueira da Foz integrou no âmbito da iniciativa da Comunidade Intermunicipal da Região Centro, colocámos a questão: há resultados para apresentar?
A resposta, via presidente da câmara, está hoje no Diário as Beiras.

"Os testes da covid-19 a funcionários das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) começam a realizar-se nos próximos dias."
Portanto: 
Ponto 1: decorrido um mês, a realidade é que ainda não existem resultados.
Ficámos a saber que "esta semana realizou-se uma reunião on-line com a participação da vereadora Diana Rodrigues, responsáveis de instituições e o delegado de saúde."
Ponto 2: porque é que o presidente da câmara não conseguiu esclarecer o que interessa e é, mais do que o importante, o fundamental, pois as visitas aos lares reabriram segunda-feira: quando é que os testes começam, como vão ser realizados e quem os vai realizar?

Assim, não vamos lá: deixar no ar a ideia que é "em breve", é uma técnica que foi gasta por Carlos Monteiro, logo no tiro de partida do mandato, naquela famosa primeira entrevista como presidente de câmara.
Segundo o que foi afirmado há um ano, "em breve" seria colocado asfalto na estrada “Enforca cães”, seria resolvido o dossier do Paço de Maiorca, o jardim da Quinta das Olaias seria aberto ao público e haveria um corredor verde entre aquele espaço municipal e as Abadias, haveria uma solução que permitia criar uma parceria com o Coliseu Figueirense, tendo em vista a cobertura e a remodelação da praça de touros, haveria obras no Jardim Municipal (como a reposiçaõ do coreto), haveria o sintético no Campo do Cabedelo e, até agora, nada.
Talvez seja melhor o senhor presidente apurar, junto da responsável - a vereadora da Acção Social -, o porquê de não ter esclarecido na peça hoje publicada no Diário as Beiras o fundamental: quando é os testes começam, como vão ser realizados e quem os vai realizar?

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Este executivo camarário é um deserto de ideias...

Proposta para o prémio inovação concelhio 

Para o presidente do executivo camarário que teve esta ideia genial do aproveitamento funcional do espaço concelhio.

Recuemos a Maio de 2018 e ao programa de entretenimento Dez & 10.
De obra em obra, o presidente da câmara afiançou que “em breve” será colocado asfalto na estrada “Enforca cães”, provisoriamente interditada por razões de segurança. 
Em paralelo, mas mais perto do mar, será aberta uma via pedonal e ciclável, para ligar o concelho, pelo norte e pelo sul, ao resto do país, através de uma via europeia para peões e ciclistas. 
Incluída naquele via pedonal e ciclável, a autarquia pretende que na ponte que vai ser construída entre Vila Verde e Alqueidão possam também circular viaturas ligeiras. “Com esta ponte e a ligação da “Enforca cães”, estamos a unir mais o concelho”, defendeu Carlos Monteiro. 

Nota Marginal.
Sublinhe-se: esta ideia do actual executivo camarário, apesar de ser um plágio descarado (só por distracção deve ter passado na malha do atento jornalismo de investigação figueirense), conforme esta primeira página do jornal "A Voz da Figueira", datada de 1 de Dezembro de 1983, comprova (já lá vão quase 36 anos...), deve estar para "breve".
Como escrevi em 23 de Maio de 2018, "promessa, é uma palavra afirmativa, dirigida a outros, no sentido de se cumprir algo. O verbo prometer, significa, por outro lado, obrigar-se verbalmente ou por escrito, a fazer ou dar alguma coisa. Por exemplo, neste caso concreto, Carlos Monteiro prometeu, esta terça-feira, concretizar "em breve" o que João Ataíde não conseguiu realizar em 10 anos. "Sem dar por ela", Monteiro passou um atestado de incompetência política ao seu antecessor."
Vamos aguardar se "a construção da estrada turística Murtinheira-Farol", não passa apenas de uma promessa mais uma vez adiada. 
O que acontece, pelo menos, desde 1983...

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Três dias loucos que abalaram S. Pedro...

No meio do silêncio geral, no passado dia 18, segunda-feira, há três dias apenas, este blogue deu a notícia: "Posto de Saúde da Cova Gala vai encerrar em breve... Tudo aponta, para o final deste mês".
No dia seguinte, 19, terça-feira, a notícia já era oficial e confirmava-se infelizmente o pior: "Posto de Saúde da Cova e Gala encerra no fim do mês...Presidente da junta de freguesia de S. Pedro pondera demitir-se..."
O presidente da junta sentindo-se atraiçoado pelo PS, enviou uma mensagem, a vários autarcas e outros do seu do seu actual partido, a manifestar desgosto e desencanto, e ameaçando com a sua demissão e demissão da sua equipa.

No dia seguinte, 20, quarta-feira, o Diário de Coimbra, confirmava aquilo que este blogue andava a denunciar há dois dias: "o presidente da junta de freguesia, que ainda no passado dia 15 garantiu na Assembleia de Freguesia, realizada nessa data, que o Posto Médico se iria manter aberto, não descarta a hipótese de se demitir..."
Segue-se a convocação de uma Sessão Extraordinária da Assembleia de Freguesia de S. Pedro - sessão essa que se vai realizar hoje, pelas 21 horas.

Hoje, 21, três dias depois do nosso alerta, aparece um título no jornal AS BEIRAS que diz: "Posto de S. Pedro não fecha".
O teor da notícia, porém, é muito diferente. Passo a citar.
"Em S. Pedro, freguesia urbana da margem sul da Figueira  da Foz, teme-se pelo encerramento do posto de saúde local. Contudo, fonte do Agrupamento do Centro de Saúde Baixo Mondego (ACES) garantiu que o equipamento vai manter-se aberto. Ressalva, porém, que, na sequência da nova Extensão de Saúde de Lavos, deverá proceder à reorganização dos recursos humanos, o que pode implicar uma redução de dias de funcionamento, se a autarquia garantir o transporte dos utentes."
Para ler melhor clicar na imagem

Em tempo: depois de lerem o que está publicado hoje nas Beiras, leiam o comunicado que, pelas 6 horas e trinta minutos da manhã de hoje, continuava afixado na porta principal do Posto Médico da Cova e Gala e tirem as vossas próprias conclusões.


Entretanto, segundo o mesmo jornal, "no próximo dia 25, vai realizar-se uma reunião entre João Ataíde, António Morais (director do ACES) e António Salgueiro."
Ainda de harmonia com o mesmo jornal, "nenhuma decisão será tomada antes da referida reunião". 
Meus caros leitores: como é que o jornal pode colocar na primeira página que o Posto de saúde  da Cova e Gala não vai fechar, se o encerramento foi comunicado, à população e até ao dia 25 "nenhuma decisão (presume-se que em contrário, pois o encerramento já tinha sido decidido e comunicado) será tomada antes da referida reunião"?
Porque é que o presidente da junta de freguesia de S. Pedro tomou a decisão de ameaçar com a demissão se está tudo bem?
Há  algo, em todo este processo, cujos contornos são muito neblusos.

Não podemos esquecer, que já fomos espoliados do acto mais bonito da vida - nascer em S. Pedro: no dia 1 de Novembro de 2006, fechou-se um ciclo que durava há 59 anos e que foi criado para responder a uma necessidade de um concelho que se acreditava estar em desenvolvimento.
Não podemos esquecer que, além de não podermos nascer em S. Pedro, deixámos também de poder morrer em S. Pedro: a morgue do Hospital da Figueira da Foz onde, de acordo com o ministro Correia de Campos, "o número de mortos era ridículo", fechou em 30 de Junho de 2015... 
Agora, só nos faltava tirarem-nos o resto: deixar de continuar a poder tratar da saúde em S. Pedro, a partir de 2 de Maio de 2016!..
Em geral, costumamos chamar de destino às asneiras que os políticos fazem (ou deixam fazer...) para complicar as nossas vidas...
Triste sina a nossa...

Temos de continuar atentos: aos políticos e, muito em especial, ao Exmº. Senhor António Morais director do ACES
A imagem foi sacada daqui. 
Leiam o que disse, em 2 de Março de 2015, há pouco mais de um ano. Está lá tudo... "O que não encerrava eram os Centros de Saúde"...
A Cova e Gala tem um Posto Médico...
Quem não sabe ler continua a ver os bonecos!.. Ou a acreditar no Pai Natal!..
A sina covagalense não pode ser nascer longe, morrer longe e tratar da saúde longe...
Aqui, neste cantinho, vamos continuar alerta...
Napoleão Bonaparte, que não era tolo, dizia: "Tenho mais medo de três jornais do que de cem baionetas."

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Como estará a Figueira em 2034?

A crónica de António Agostinho publicada na Revista Óbvia em Junho de 2022.

No momento em que estou a escrever esta crónica, não sei se o Dr. Carlos Monteiro, um perdedor nato - nunca ganhou uma eleição autárquica como "cabeça de lista": a breve "liderança acidental" da câmara da Figueira, foi uma oportunidade que lhe caiu no regaço em Abril de 2019 -, vai ou não para o Porto da Figueira como administrador.

Se for, pode agradecer a quem lhe deu a oportunidade: em 2021, quem decidiu o futuro político de Carlos Monteiro foi o patrão - o povo.

Em Junho de 2022, a Figueira é uma cidade que respira política. Para o bem e para o mal. Embora à nossa dimensão, a pose, o estilo e a escala definem um ambiente político urbano - quase de capital. Os figueirenses, em Setembro de 2021, ficaram divididos entre os que preferem Lisboa e a província. A escolha não foi fácil, mas aconteceu. A música pimba ajudou. Lisboa venceu. E algo mudou. O novo Poder já está a fazer-se sentir. 

Em 2034, se for vivo, terei 80 anos de idade. 

Estarei em fim de carreira e de vida. Poderia estar a borrifar-me para a Figueira e para os figueirenses. Contudo, estou preocupado com a Figueira que teremos nessa altura. 

De que forma quem sente a Figueira, quem a vive, quem gosta verdadeiramente  dela, poderá torná-la mais forte, mais atractiva, mais apelativa e, sobretudo, melhor?

A Figueira tem gente muito importante. Não seria este o tempo para o distinto e notável grupo de ilustres pessoas e personalidades figueirenses se preocuparem em tentar perspectivar o seu depois?


Neste momento, temos no poder Pedro Santana Lopes. Que poderá ser o presidente de câmara em 2034. 

Ou não. A Figueira, apesar de ser o concelho perfeito para ele, é demasiado pequeno e limitativo para as ambições políticas que Santana Lopes eventualmente ainda possa ter.

Santana é um político habituado a outros patamares. É um político experiente e emocional, mas frio e calculista e não tem receio dos riscos. Bom jogador, tem excelente visão do tabuleiro político em que se move, notável a avaliar o terreno que pisa e eficaz a seduzir adversários.  

De quando em vez até tem sorte, mas falta-lhe algo essencial - um objectivo maior que o da sua própria glorificação pessoal.

Neste momento, na Figueira, Santana o grande autarca, o visionário "sobrevivente", não tem adversário à altura. E, isso não é bom, nem para a Figueira nem para o próprio Santana Lopes.


Livrem-nos dos políticos que dizem não pertencer à política. Livrem-nos daqueles que desdenham da figura do político e, ao mesmo tempo, desdenham a própria ideia de política. 

Se uma pessoa que até se candidatou a lugares políticos, entende que não é político, não lhe façamos o favor de julgar que fala verdade.

É tão simples como isto:  quem vota é político, quem se candidata é político e até quem não vota é político. No fundo, somos todos políticos - não só políticos, mas também políticos. Haveria, então, que tentar varrer de uma vez - e por todas - de expressões como classe política. Qualquer concepção democrática da política deve pressupor que os representantes somos potencialmente todos nós e qualquer um de nós.

A nossa incompreensão da realidade como ela é, não é a qualidade das nossas elites, como se costuma dizer no comentário político, mas a própria concepção elitista que temos do que devia ser a democracia e do que devia ser a política.


O PSD na Figueira, neste momento, tirando a actuação de Ricardo Silva como vereador, que corre em pista própria, não conta para nada. Simplesmente não existe.

O PS ainda não arrumou a casa. Carlos Monteiro continua líder do PS Figueira. Que o mesmo é dizer: a indecisão, lá pelo PS, continua.

A triste e infeliz entrevista que deu ao Dez & 10 no passado dia 13, é mais um testemunho disso. Mostrou-se tal como é: indeciso, sem ideias com futuro, naif, genuíno e politicamente pouco inteligente e perspicaz. Mostrou ter uma virtude, que nunca poderia deixar de sublinhar: "é incapaz de estragar uma festa para a qual foi convidado".

O único momento verdadeiramente surpreendente da entrevista foi quando esclareceu a sua posição sobre os 9 meses de governação santanista: têm estado a arrumar a casa.


A composição da futura administração do Porto da Figueira da Foz, que poderá ser conhecida ainda este mês, vai clarificar muita coisa. 

Se Carlos Monteiro for um dos escolhidos (segundo os jornais a futura administração vai incluir elementos da Figueira na mesma proporcionalidade de Aveiro), terá condições para continuar como vereador da oposição?

Para Santana Lopes, a decisão do ministro das Infraestruturas e Habitação “é de uma importância política enorme”, já que vai trazer “mais operacionalidade” e permitir “um novo ciclo no Porto da Figueira da Foz”.

Acrescentaria: putativamente também à governança política da cidade e do concelho.

Segundo o presidente da Câmara da Figueira da Foz, por inerência do cargo, também Presidente da Mesa da Assembleia Geral, a inclusão de administradores do concelho, que conhecem bem o dia a dia do porto comercial e as suas carências dão garantias de maior operacionalidade e de um trabalho conjunto com o município.

Como estará a Figueira em 2034?

Depende de muita coisa. Fundamentalmente do bom funcionamento do porto da Figueira da Foz, uma “questão relevantíssima” para o desenvolvimento do concelho. Naturalmente,  a par de outras, como a existência de terrenos para fixar novas empresas e de um espaço para instalar o ensino superior na cidade.

O porto comercial, desde sempre, foi fundamental para o desenvolvimento da Figueira. No futuro, também será assim. 

Já no presente mês, veio a público que o «Porto de Aveiro vai construir um novo terminal intermodal e expandir o feixe de linhas para a recepção e expedição de mercadorias em comboios de 750 metros, um projecto avaliado em 16 milhões de euros. O projecto, que visa permitir a circulação de comboios até 750 metros, tem já garantido financiamento comunitário e a obra deverá iniciar-se em Janeiro de 2023, prevendo-se a sua conclusão até ao final do ano seguinte. 

De acordo com o "site" da Administração do Porto de Aveiro (APA SA), o projecto encontra-se em fase de avaliação ambiental, processo que aquela entidade espera ver concluído até Setembro.

E a Figueira a vê-los passar... Essa é que é essa, como diria o Eça!