Via Diário as Beiras
sexta-feira, 9 de agosto de 2024
SNS o calcanhar de Aquiles deste governo?
Uma das grandes conquistas do 25 de Abril de 1974, o acesso à saúde, devemo-la ao socialista António Arnaut, contra os votos e a politica vontade do PSD e do CDS.
Como sabemos, o PSD, juntamente com o CDS, votou contra a chamada “lei Arnaut”, quando ela foi levada ao Parlamento, onde foi aprovada com os votos favoráveis do PS, do PCP, da UDP e do deputado independente Brás Pinto. Na base da recusa da direita esteve o facto de o texto consagrar um SNS “universal e gratuito”.
O PSD viria, em 1990, embalado pela maioria absoluta cavaquista, a fazer aprovar uma nova Lei de Bases da Saúde em que introduzia a palavra “maldita” para a esquerda: “privado”. Cavaco fez questão de deixar expresso que os cuidados de saúde seriam prestados em articulação com o sector privado – o então primeiro-ministro colocava no terreno a pretensão de abrir vários sectores da economia à iniciativa privada e a saúde não foi exceção. A seu lado esteve o CDS. Do outro lado da barricada estavam os “vencedores” de 1979.
Os "clientes" passaram a utentes, ou doentes, para o SNS. Evidentemente que um serviço de saúde capaz só se pode desenvolver com meios. Para atrair médicos e enfermeiros é preciso que estes tenham ordenados compatíveis com o investimento feito nos cursos e com a responsabilidade que têm em mãos: as nossas vidas. Sobretudo, é preciso evitar que eles se mudem para outros países, como alguém de má memória sugeriu.
Promessas leva-as o vento, e de há alguns anos a esta parte instalou-se a estagnação nos vencimentos reais. Agora, Montenegro, como primeiro-ministro de um Governo entalado entre uma esquerda social e uma extrema-direita populista e demagógica, que não olha a meios para atingir os fins, não sabe para onde se virar.
"O rio está dentro de nós, o mar é tudo à nossa volta"…
quinta-feira, 8 de agosto de 2024
Desviem mas é as areias para sul...
Continuamos a aguardar pelo tempo certo para o transformar em projecto... E, depois, em realidade. Recorde-se que o estudo do bypass, que custou 264 mil euros, foi adiado durante anos. Contudo, mais vale tarde do que nunca. Em 12 de Agosto, a pouco mais de um mês da realização das eleições de 26 de Setembro de 2021, o ministro do Ambiente assumiu que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz com recurso a um sistema fixo (bypass) é a mais indicada.
“Avaliada esta solução (da transferência de areias) não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, disse à agência Lusa João Pedro Matos Fernandes.
O Dr. Santana Lopes é agora o novo presidente de câmara. É ele que tem que perceber e saber lidar com as as consequências das diferentes dinâmicas que construíram e desconstruíram a orla costeira no concelho da Figueira da Foz. "Um sistema complexo com uma instabilidade natural (decorrente de marés, das correntes, dos fenómenos meteorológicos, das derivas de sedimentos) mas também decorrente da acção humana, salientando-se aqui a interferência da barra do porto marítimo da Figueira da Foz e do seu prolongamento".
O impacto ambiental causado pelo crescimento dos molhes - uma infraestrutura que inibe a deriva de sedimentos acumulados na praia da Figueira da Foz (seguramente a maior praia da Europa) acelerou a erosão da costa a sul, colocou ao território do nosso concelho desafios que têm de ser defrontados com responsabilidade e ousadia.
As soluções, ao que parece existem. A proposta do bypass - um sistema mecânico de bombagem permanente de areias que permitam restabelecer em grande parte a dinâmica dos sedimentos que alimentam a costa, já foi assumida pelo ainda ministro do Ambiente como a mais indicada.
Se a situação foi estudada e a solução encontrada, continuamos à espera de quê? "O mar é a nossa terra". Temos de saber entende-lo e saber lidar com ele. E, sobretudo, nunca tentar contrariar a sua força, pois isso é impossível...
E nunca esqueçam: a barra da Figueira está assim por vontade dos homens.
Como o natural é bom...
Já vai longe o tempo em que havia um presidente da concelhia, no PSD/FIGUEIRA, com “tiques de tiranete”, para quem os “os vereadores não eram seres pensantes”.
Talvez ainda não: a falta de sintonia na vereação podia pôr em causa a estratégia política para 2025.
Na polítiica figueirense, nunca houve lugar para um político fora da caixa (António Tavares - que mesmo assim, ainda teve o "talento literário" e "sagacidade" suficientes para tratar da vidinha... -, que o diga...).
Na Figueira, a prática política passa por contornar os problemas sem os tentar resolver. Ricardo Silva, o derrotado de quase duas dezenas de anos, está a chegar lá. Está à beira de conseguir resolver dois grandes desafios pessoais (a política para ele vem depois, muito depois...)
Primeiro: ... não da forma que queria, mas acabou por arrumar o apartamento do rés-do-chão (PSD/FIGUEIRA).
Segundo: ... para a seguir tentar chegar ao cimo do prédio (a câmara da Figueira).
Ele sabe, nós sabemos, que estamos na Figueira, onde o povo do PSD também é sereno.
O destino, por vezes, está ao virar da esquina. Contudo, o que o destino não faz é visitas ao domicílio. É preciso correr atrás dele...
Portanto, há que ser democrata.
O respeito pela inteligência e o discernimento dos eleitores, acima de tudo.
É da natureza humana ter medo do desconhecido.
Contudo, não há que ter medo do tempo vindouro - o porvir.
A Figueira é assim há muitas décadas: se bem me lembro, vem de trás, do tempo de antes da ditadura do salazarismo, "esse medo pela novidade".
É natural (e o natural é bom...) que a actualidade local, em 2024, cause pânico a muito boa gente da nossa querida Figueira.
Habituem-se...
Desta vez, foi na circular Externa de Coimbra...
Via Diário as Beiras
Em Outubro de 2006, apesar da luta corporizada num abaixo-assinado com mais de 8 mil assinaturas, uma grande manifestação em Maio, e outras iniciativas, não foi possível evitar o que um governo do Partido Socialista já tinha determinado. O bloco de partos do Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) encerrou a partir das 00h00 do dia 4 de Novembro de 2006.
E assim se mantém. Isto é uma vergonha num país europeu. Infelizmente, em 2024 replicada por Portugal inteiro!..
1. os partos em casa e nas ambulâncias têm de ser proibidos;
2. todas as clínicas privadas com menos de 1500 partos/ano também têm de ser encerradas.
A resposta é simples: nós, as próprias vítimas dela.
Os trabalhadores por não produzirem, os desempregados por não trabalharem, os jovens sem colocação no mercado de trabalho por consumirem, os reformados por colocarem em causa a sustentabilidade da segurança social, os doentes crónicos por consumirem muitos medicamentos, internamentos hospitalares e intervenções cirúrgicas, as grávida por terem de dar à luz em maternidades.
quarta-feira, 7 de agosto de 2024
Política monetária amorosa
"Em fevereiro último soubemos que em Portugal, os lucros agregados dos quatro maiores bancos privados a operar no país somaram 3.153 milhões de euros em 2023, num aumento de 81,9% face a 2022.
Há um par de dias, ou assim, foi noticiado que, o “lucro semestral [no ano que corre] dos bancos portugueses supera todo o ano de 2022” e (…) entre janeiro e junho, 31% acima do valor do mesmo período do ano anterior.Lucros da banca privada que são, em grande medida, o resultado de prejuízos no banco central, como se explica, aqui, aqui ou aqui. Só em Portugal, em 2023, estes prejuízos ascenderam a 1504 milhões de euros.
Lucros da banca privada que são também resultado das magras taxas de juro sobre depósitos que a banca oferece aos seus clientes.
A este propósito, no fim de Maio passado, o Governador do Banco (que não é) de Portugal e anterior ministro das finanças, Mário Centeno afirmou publicamente querer explicações da banca.
Os lucros excepcionais do setor financeiro agora tornados públicos mostram quão pífia e para inglês ver foi aquela pretensa demonstração de autoridade.
Amor com amor de paga e as demonstrações de afecto não se fizeram esperar."
Para continuar a ler clicar aqui.
"Estão reunidas todas as condições para a reabertura imediata da unidade de saúde de S. Pedro". A ULS está à espera de quê? Já ontem era tarde...
OUTRA MARGEM, sabe de fonte completamente segura e idónea, "que estão reunidas todas as condições para a reabertura imediata da unidade de saúde de S. Pedro".
Pergunta-se: que espera a Dra. Ana Raquel Santos do conselho de administração da ULS, para reabrir o Posto de Saúde de S. Pedro, encerrado desde 25 de Junho do corrente ano e que tanta falta está a fazer à população da Cova, Gala e não só?..
Município figueirense assinala Dia Internacional da Juventude
O Município da Figueira da Foz assinala no dia 12 deste mês o Dia Internacional da Juventude, este ano dedicado ao tema “Dos cliques ao progresso: Percursos digitais da juventude para o desenvolvimento sustentável”.
O programa das comemorações, destinado a jovens dos 12 aos 25 anos, contempla um conjunto de atividades lúdicas, recreativas e desportivas, que passam pelo bodyboard, o surf, o arborismo, a equitação, a canoagem, passeio de veleiro, Workshop de Ténis de Mesa, Pintura ao vivo. Nesse dia, os participantes podem aceder gratuitamente às piscinas municipais descobertas do concelho e, mediante marcação, ao Museu Municipal Santos Rocha e aos núcleos museológicos municipais.
A participação é gratuita e está sujeita a inscrição, on-line ou no Ponto Já (Paço de Tavarede).
Para assinalar a enfeméride, o Município da Figueira da Foz conta com a colaboração de diversas entidades locais.
terça-feira, 6 de agosto de 2024
Sete urgências de obstetrícia fecharam no fim-de-semana
«Entre Junho e os primeiros dias de
Agosto, os hospitais públicos da Área
Metropolitana de Lisboa encaminharam 42 grávidas para os hospitais
privados com que o SNS tem protocolo — CUF Descobertas, Luz Saúde
Lisboa e Lusíadas Lisboa —, segundo
um balanço feito pelo INEM ao
PÚBLICO. No último fim-de-semana,
segundo dados da Direcção Executiva do SNS (DE-SNS), “nasceram nas
maternidades de Lisboa e Vale do
Tejo um total de 146 bebés, com uma
média de 73 nascimento em cada
dia”.»Foto António Agostinho
Nota de rodapé. Pronto, a crise existe mesmo. Resta saber quem são, afinal, os verdadeiros culpados das dificuldades que o País atravessa.
A resposta é simples: nós, as próprias vítimas dela.Os trabalhadores por não produzirem, os desempregados por não trabalharem, os jovens sem colocação no mercado de trabalho por consumirem, os reformados por colocarem em causa a sustentabilidade da segurança social, os doentes crónicos por consumirem muitos medicamentos, internamentos hospitalares e intervenções cirúrgicas, as grávida por terem de dar à luz em maternidades...
Não querem mesmo sair da crise, está visto...
Senhores governantes: liberalizem a eutanásia.
Que povo tão foleiro em que nos tornámos!..
A margem esquerda do estuário do Mondego vive um “processo de erosão extrema”...
Em declarações aos jornalistas, à margem da assinatura de dois protocolos na Câmara da Figueira da Foz, a ministra do Ambiente, por seu lado, afirmou que estão reunidas as condições para a empreitada ser lançada. “Tem todas as condições para avançar. Tem o Estudo de Impacte Ambiental positivo e tem o financiamento garantido [27,7 milhões de euros, 85% do Programa Operacional e 15% a dividir pelo município figueirense, pelo Porto da Figueira da Foz e pela APA”. Assim sendo, frisou Maria da Graça Carvalho, “é só trabalhar”.
segunda-feira, 5 de agosto de 2024
A direita radical a caminho de Coimbra. E Coimbra aqui tão perto....
"Em Coimbra, a soma de ambição pessoal com as divisões internas do PSD e o enorme desgaste do PS levou à constituição da coligação de oportunidade que governa a cidade e a conduziu ao caos que está a viver. Quando os partidos começam a reflectir sobre as próximas autárquicas, gostava de alertar para uma situação profundamente preocupante. É óbvio que os eleitores ainda não fizeram as pazes com o PS local. Em Coimbra, do PS, não se conhecem ideias nem protagonistas capazes de uma vitória eleitoral nas próximas autárquicas. À esquerda, o PCP-CDU vive o drama da sobrevivência, e é bem possível que desta vez não resista. Por seu lado, o BE é apenas política pura, a nível autárquico não existe. À direita, a coligação Juntos Somos Coimbra, pela incapacidade, incompetência e arrogância que tem demonstrado, já provou que não é solução. Assim, a direita radical vai-se apresentar, na cidade do Mondego, como a força agregadora da contestação e a solução alternativa a todas as soluções políticas até hoje conhecidas, e pode ter sucesso. Parece impensável mas, face ao quadro existente, não é impossível."
João Silva, Coimbra, in jornal Público