quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Estacionamento pago no HDFF: quase 9 anos depois como está o ordenamento do trânsito no parque de estacionamento que tem um Hospital dentro?

No decorrer da reunião camarária realizada no dia 18 de Novembro de 2013, compreendi melhor a trama em torno do caso do estacionamento pago no parque do Hospital da Figueira.
Pelo que tive oportunidade de ouvir, na altura, até o então presidente da autarquia  já estava farto deste caso. E a procissão ainda ia no adro. Recordo palavras do falecido Dr. João Ataíde: "Não me agrada nada taxar ali o estacionamento". Mas taxou.
Recorde-se: o projecto resultou da "pressão" da administração do Hospital para a regulação do estacionamento, num investimento que rondou os 50 a 70 mil euros, custeados pela Figueira Parques.
“O meu acordo visa satisfazer uma situação de ordenamento do estacionamento na área envolvente do HDFF e agilizar uma necessidade do hospital, e não tem fins lucrativos, pelo contrário”, sublinhou.
O intrincado processo teve vários problemas (“Relatório da Proteção Civil municipal deteta falhas no parque de estacionamento do hospital”). Contudo,  o estacionamento no Hospital Distrital da Figueira da Foz, passou a ser pago a 4 de Novembro de 2013!.. O grande argumento, "foi de que os banhistas ocupavam os lugares dos utentes do hospital."
Nesta ordem de ideias, o argumento também poderia também ter sido "o de que no verão os utentes do hospital ocupavam os lugares dos banhistas, indispensáveis à economia da Figueira. Assim, naturalmente, passaram a pagar todos: os utentes do hospital e os banhistas."
Portanto: no verão e no inverno sempre dinheiro em caixa.
Finalmente (depois de ter estado previsto para entrar em vigor em 1 de Setembro de 2013, quiçá por motivos eleitorais, foi adiado), a Figueira tinha algo de inédito a nível mundial: meteram um Hospital dentro de um parque de estacionamento!
Como, na altura escreveu o Eng. Daniel Santos, na  crónica semanal que então publicava no jornal AS BEIRAS
“A garantia de estacionar num parque de um estabelecimento de saúde por razões que tenham a ver exclusivamente com ela é um dever do Estado, assente na receita proveniente do bolo geral dos impostos que os cidadãos já pagam. Acresce que os utentes do SNS pagam taxas moderadoras recentemente agravadas.
Pode então inferir-se que o estacionamento pago no parque do Hospital Distrital da Figueira da Foz, para além dos problemas operacionais já tornados públicos, constitui uma dupla (ou tripla?) tributação.
Não é despiciendo que subsista à solução uma intenção de cariz neoliberal que é a de dissuadir os cidadãos de acederem aos serviços de saúde a que têm constitucionalmente direito. Porque, para tal, já pagam impostos e outras taxas.”
Fomos andando e a colocação de uma unidade hospitalar dentro de um parque de estacionamento, nunca deixou de ser polémica.
A exploração do estacionamento foi entregue à empresa municipal Figueira Parques
Em Dezembro de 2018, foi vendida a posição da autarquia (70 por cento) na empresa Figueira Parques ao parceiro privado. A alienação, "sem concurso público", na opinião do PSD, "iria condicionar as opções estratégicas urbanísticas e os interesses dos habitantes, comércio e indústria nos próximos tempos", pelo que "a opção de privatizar a gestão do estacionamento afigura-se totalmente despropositada na actualidade", na opinião dos  socialdemocratas figueirenses. 
Mais: na altura disseram que "a única intenção foi arrecadar os 840 mil euros para fazer face a despesas em obras discutíveis, mesmo que, com isso, se hipoteque o futuro da soberania do município nesta matéria".
Recorde-se: a venda foi aprovada pelo PS, com os votos contra dos social-democratas.
E estamos chegados a Agosto de 2022.
Recorde-se: o projecto resultou da "pressão" da administração do Hospital para a regulação do estacionamento.

Vejamos a realidade em fotos de ontem, cerca das 13 horas. Carros estacionados por todo o lado e sinalização  a precisar de tinta:

"A Figueira da Foz é um dos poucos municípios da Região Centro que não dispõe de Cuidados Continuados"...

 Via Diário as Beiras

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Terá apresentado sinceras desculpas pelo incómodo?

"Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro estranha que em Agosto uma directora de Hotel na Figueira da Foz esteja de férias"!..

 

Alguém está a perceber a estratégia?

Nancy Pelosi aterra em Taiwan apesar das ameaças chinesas

«A líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi aterrou, esta terça-feira, em Taipé, capital de Taiwan, apesar das ameaças chinesas. Vários caças chineses já atravessaram o estreito de Taiwan, anunciou a televisão da China.

A líder do Congresso, segunda na linha da presidência, é a primeira visita de um alto funcionário norte-americano ao país asiático em 25 anos. Pequim deixou claro que considera esta viagem uma grande provocação, aumentando as tensões entre as duas grandes superpotências mundiais. Nancy Pelosi defendeu esta visita como uma forma de honrar o compromisso com a democracia. "Reafirmamos que a liberdade de Taiwan, e de todas as democracias, devem ser respeitadas", escreveu numa publicação no Twitter.

A imprensa norte-americana avançou, na semana passada, a possibilidade de a viagem à Ásia de Pelosi passar por Taiwan, sendo que tanto representantes militares como civis chineses têm alertado para as possíveis consequências da visita da responsável norte-americana.

A China reivindica soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá, em 1949, depois de perder a guerra civil contra os comunistas.

Taiwan, com quem o país norte-americano não mantém relações oficiais, é uma das principais fontes de conflito entre a China e os EUA, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar em caso de conflito com o gigante asiático.»

A construção de um parque subterrâneo de apoio ao Mercado Municipal depende das condições de segurança do terreno

 Via Diário as Beiras

"Enforca cães"... (2)

 Via Diário as Beiras

"Enforca cães" entupiu no domingo passado

 Via Diário as Beiras

Quem não gosta da Festa, bom sujeito não é

(António Filipe, via Expresso Diário, 01/08/2022)
«Neste ano de 2022, a campanha contra a Festa tem uma nova faceta e, diria eu, que às vezes ainda sou ingénuo, impensável, que é o autêntico bullying, e até ameaças diretas, de que são vítimas os artistas que vão participar, o que obrigou alguns deles, muito justamente, a defender-se publicamente e outros a aceitar submeter-se a entrevistas em modo de interrogatório policial de quem já vai condenado à partida. Claro que não faltaram, para animar a narrativa, artistas que não foram convidados a dizer que não participariam se tivessem sido, ao modo da fábula da raposa que, por não chegar às uvas, dizia, “são verdes e não prestam”.

Tudo visto e ponderado, o que move os detratores da Festa? É haver música sinfónica? É haver centenas de artistas, dos mais aos menos consagrados, a participar em vários palcos? É o teatro, o cinema, os livros e os discos? É o desporto ou a Ciência? É a gastronomia? Nada disso. Ao atacar a Festa atacam quem nela participa e o que nela se faz. Não hesitam em atacar e denegrir grandes músicos e cantores. Não hesitam em atacar a Cultura, a Ciência, o Desporto que tenha presença na Festa. Mas o móbil é o ódio.

O que de mal tem a Festa para os seus detratores é ser a Festa do Avante. É ser uma grande realização construída pelo PCP, não apenas para os seus, mas para todos os que nela queiram participar e a um preço relativamente acessível. Num tempo em que o espaço público e mediático se instala um discurso de ódio e o anticomunismo faz parte do livro de estilo, a Festa do Avante é um inimigo a abater, e tanto mais poderoso que não se deixa abater.

Assim, no primeiro fim de semana de setembro, vão lá e disfrutem. Podem ir ao comício, assistir a debates ou intervir se quiserem, ver espetáculos de música, cinema ou teatro, comprar um livro ou um disco, comer o que mais vos agradar, do leitão ao vegan, num espaço de convívio e tolerância. Ninguém vos pergunta em quem votam ou a que partido pertencem. E se lá forem pela primeira vez, vão perceber o que quem a conhece já percebeu há muito, que quem não gosta da Festa, bom sujeito não é.» 

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Oligarcas lusitanos: os domadores de espíritos

«Na mesma semana em que Mário Ferreira se viu envolvido num escândalo associado à captação de dinheiros públicos e à manifestação porno-riquista da sua ida ao espaço, serviu-se da TVI, canal que detém, para falar numa entrevista conduzida pelo seu funcionário, Manuel Luís Goucha, que lhe deu palco para limpar a sua imagem. 

Também nesta semana, o Tal & Qual, jornal revitalizado por Marco Galinha, dono da Global Media, fez capa com Luís Marques Mendes, com o título "A família é a minha única equipa". Assinale-se a ironia de um jornal conhecido pelas suas palavras violentas dirigidas a alguns políticos escolher fazer uma entrevista suave e emocional, de manifesta promoção de imagem, ao pregador de domingo da direita e provável futuro candidato a Presidente da República dessa área política.

Face a estes dois exemplos, e a tantos outros, só os ingénuos podem fingir que a concentração de capital privado na comunicação social não ameaça de forma crescente a democracia portuguesa. Pensar em novos meios de financiamento para uma comunicação social mais plural é uma urgência democrática.»

Daqui

"Enforca cães"...

 Via Diário as Beiras

A gestão do ambiente e os campos de golfe

Imagem via Diário as Beiras
Os temas ambientais estão na ordem do dia.
Todos conhecemos o problema da seca que tem a ver, não só, mas também, com a realidade que é a escassez de chuva.

Um dia destes, o presidente da câmara da Figueira da Foz deu conta do seu propósito da implantação de um campo de golfe com 24 buracos, que será projetado para uma zona do concelho, que não revelou. O autarca frisou que, no Centro Litoral, não há campos de golfe, equipamentos desportivos que, segundo Santana Lopes, são “uma razão de atratividade [turística] imensa”.

Todos sabemos que a gestão ambiental na industria do golfe, neste momento, é uma prioridade. Na gestão dos campos, a gestão do ambiente é um custo obrigatório por imposição legal. Para um gestor que queira investir na área, a implementação de um sistema de gestão ambiental num campo de golfe, é reconhecido como um investimento que contribui para a melhoria da performance económica e ambiental do equipamento.
A exploração de um campo de golfe, é uma actividade que, como qualquer outra, gera impactes no meio onde se quer implementar. O campo de golfe terá de integrar-se no sistema de gestão ambiental da zona onde se insere e fazer parte do âmbito da gestão geral. 
Um equipamento para a prática do golfe, não pode ser inserido na paisagem sem ter em conta algumas responsabilidades ambientais, responsabilidades estas que devem constar de um Programa de Gestão Ambiental. 
Estas responsabilidades devem ser compatíveis com a gestão do campo e devem, ao mesmo tempo, ser capazes de dar um contributo válido à protecção ambiental.

Mas, o que é um Sistema de Gestão Ambiental de um campo de Golfe?
Um sistema de gestão ambiental de um campo de golfe, faz parte de um sistema de gestão funcional, que inclui a estrutura funcional, actividades de planeamento, responsabilidades, e procedimentos com o objectivo de implementar, concretizar, rever e manter a política do ambiente. 
É, também, uma ferramenta estratégica para o gestor, que permite identificar oportunidades de melhoria reduzindo ou minimizando os impactes da actividade da empresa sobre o ambiente.
O conceito de Gestão Ambiental nos campos de golfe Portugueses, desenvolveu-se oficialmente a partir de 1995. A evolução deste conceito partiu da fase de exploração e manutenção para a fase de projecto. Este trajecto resultou da alteração do comportamento dos gestores dos campos bem como do público em geral, do aparecimento de nova legislação e da evolução de desenvolvimento sustentável.

Os novos campos de golfe podem incluir muitos dos benefícios ambientais dos campos de golfe já existentes, se forem correctamente localizados, projectados e construídos, respeitando os princípios das correctas práticas de gestão ambiental.
De acordo com a nova lei de estudos de Impacte Ambiental (DL 96/2000, de 3 de Maio);Campos > 18 buracos ou » 45 ha), se o campo se localizar em áreas sensíveis, todos os projectos são sujeitos à avaliação de impacte ambiental.
Questões de sustentabilidade aplicada ao sector do turismo, redução do consumo e desperdícios excessivos, uso sustentável dos recursos, preservação da diversidade natural, social e cultural, formação e sensibilização ambiental no sector do turismo, preservação da diversidade natural, social e cultural, integração do turismo no planeamento, terão de ser tidas em conta para a aprovação do projeto.

Qualquer actividade humana e, naturalmente, também um campo de golfe, tem potencial para melhorar o seu desempenho ambiental. 
A melhoria do seu desempenho ambiental irá incidir sobre um vasto grupo de actividades de gestão. A saber: gestão da água; gestão de efluentes líquidos; gestão de resíduos; ar; ruído; fauna; flora; segurança; paisagem.
Qualquer equipamento que se coloque numa área tem consequências no meio ambiente em redor. O maior e mais flagrante exemplo disso são os molhes que definiram a barra da Figueira. Todos sabemos as consequências.
Portanto, a construção de um campo de golfe vai ter consequências ambientais no território onde for implementado. Um equipamento destes, a ser implementado, tem de ter um Sistema de Gestão Ambiental integrado. 
Cada vez mais, a melhoria do desempenho ambiental, dum campo de golfe ou de qualquer outra actividade humana, é factor primordial.
A começar na gestão e separação do lixo produzido nas nossas casas.

Serenatas do Mondego estão de volta

Via Diário as Beiras



Silly Season

"Temo, sinceramente, que a silly season, ou temporada superficial, numa tradução bondosa, se prolongue indefinidamente…"

 

Vídeo de António Agostinho

sábado, 30 de julho de 2022

Postos de turismo (5)

 Via Diário as Beiras

"Enforca cães": preservem a história...

Imagem via Diário as Beiras
Numa entrevista no Dez&10, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, anunciou que deverá ser adotado um novo nome para a estrada. Será uma toponímia oficial e oficiosa. Para o efeito, exortou os munícipes a apresentarem sugestões. Para Santana Lopes, “a Figueira é uma terra civilizada onde os valores da protecção dos seres humanos e dos animais existem. Acho que pode haver um nome oficial. Aceitamos sugestões. Se quiserem continuar a chamar a estrada por esse nome [“Enforca cães”], quem manda é o povo”
Por sua vez, Ricardo Santos, presidente da Junta de Freguesia de Quiaios não se opõe à mudança do nome da estrada. “Não sou contra, à luz dos actuais padrões da sociedade, mas isso não apagará a história nem impedirá a população de continuar a utilizar aquele nome”
Na minha opinião a objectividade e o respeito pela história, é o valor primordial.
Em rigor: conhecer Álvaro Cunhal e a sua história de resistência à ditadura, não torna ninguém comunista. Conhecer Salazar e a história dos 48 anos antes do 25 de Abril de 1974, também não torna ninguém fascista
Conhecer a história daquele troço de estrada que atravessa o Cabo Mondego, também não vai tornar ninguém menos amigo dos animais ou matador de cães.
A história é o que é. O passado foi o que foi. Haja respeito pela memória.
Actualização:

Imagem sacada daqui.

E SE VIVÊSSEMOS NUMA DEMOCRACIA?



Guilherme Trindade

"Dificilmente se encontra alguém na rua, em Portugal, que seja abertamente contra a democracia. Talvez na Assembleia da República, ironicamente, se encontre uma dúzia ou assim."

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Uma entrevista para memória futura: em termos tácticos, Santana não pára de surpreender...

Passaram nove meses que Santana Lopes iniciou esta segunda passagem pela câmara Municipal da Figueira da Foz como Presidente. Nesta entrevista, manteve as promessas eleitorais e avançou com novos projectos.
Na parte política, que não é abordada neste trabalho jornalístico do Diário as Beiras, a leitura foi clara: agradou a todos - disse aquilo que a FAP gostava de ouvir e deixou a porta aberta ao apoio do PSD Figueira a um independente nas autárquicas de 2025, naturalmente mediante um acordo pré-eleitoral.
Resultado: a previsão de maioria absoluta garantida, se tudo decorrer com normalidade, é óbvia.
Como escrevi na edição de Novembro de 2021 na Revista Óbvia, que continua a ser, obviamente, apenas uma opinião. 
"Na Figueira, em 2021 e anos seguintes, concorde-se ou não, a vida política vai passar por políticos como Santana Lopes - aqueles que sabem aproveitar as oportunidades pessoais. Santana sempre foi mestre a aproveitar as falhas dos chamados "notáveis", que desprezam num partido enraizado no povo, os militantes. Os "baronetes" das concelhias e das distritais, têm de si próprios e da sua importância uma ideia desproporcionada do peso real que lhes é dado pela máquina partidária dum partido com Povo, como é o PSD. Sem esquecer que na "elite" local há quem se oponha, não me admirará que o verdadeiro "proprietário" do PSD Figueira, nos próximos tempos, venha a ser, não alguém que defenda a aproximação a Santana, mas, ainda que por interposta pessoa, o próprio Santana Lopes. E Santana Lopes, se assim o quiser, nem vai precisar de tornar a ser militante do PSD... 
Acham estranho? Lembram-se o que aconteceu ao PS depois de 2009? O PS Figueira passou a partido municipalista liderado por João Ataíde, que nunca foi militante socialista. 
Ventos e marés podem contrariar-se, mas há muito pouco a fazer contra acontecimentos como o que aconteceu ao PSD Figueira nas autárquicas 2021. 
Em 2021, que saída tem um PSD Figueira confrontado com uma escolha entre a morte por asfixia ou por estrangulamento? Resta Santana Lopes, um político que, como ficou provado na anterior passagem pela Figueira, continua em campanha eleitoral, mesmo depois de ter ganho as eleições?"

Vamos, pois, via Diário as Beiras, à entrevista dada por Santana Lopes ao Dez&10 na passada quarta-feira.
«O presidente da Câmara da Figueira da Foz encerrou a quinta temporada do talk-show Dez&10. 
Na entrevista, no dia em que o protocolo a assinar entre o município e a Universidade de Coimbra (UC) foi aprovado por unanimidade e a estrada do Cabo Mondego abriu ao trânsito, o autarca levou ao programa as duas mãos cheias de projetos para o desenvolvimento do concelho. 
Contudo, a materialização de projetos implica investimentos. No caso daqueles que Santana Lopes anunciou, serão, decerto, verbas muito avultadas. No entanto, o autarca figueirense garantiu que, “neste mandato, não haverá dívida que não seja absolutamente unânime”
Por outro lado, afiançou ainda, o município recorrerá a fundos europeus para as obras e medidas anunciadas. Questionado sobre o balanço de nove meses de mandato, Santana Lopes mencionou diversos projetos que tem entre mãos, materiais e imateriais. E destacou: “Mesmo que não tivesse vindo fazer mais nada neste mandato, se só fizesse isto que aconteceu hoje [quarta-feira, referindo-se à aprovação do histórico protocolo com a UC], eu já me sentiria contente. Tenho muito mais para fazer, mas já me sentiria contente”

Universidade de Coimbra no Cabo Mondego 

Os imóveis e os terrenos adjacentes da antiga fábrica de cal do Cabo Mondego estão a ser avaliados pela câmara municipal, tendo em vista a sua aquisição para a instalação da UC, cuja atividade, na Figueira da Foz, arrancará na Quinta das Olaias. “Se correrem bem as negociações que estão em curso, a aquisição é uma hipótese. Pelo menos, para uma parte das instalações da UC”, avançou o presidente da câmara. 
A zona do antigo terminal rodoviário deverá também ser transformada em instalações da UC e em residências para estudantes e outros serviços de apoio aos universitários. Santana Lopes apontou que o objetivo principal para este manado “é trabalhar para a Figueira atingir outro patamar de desenvolvimento”. Isto, acrescentou: “Para as pessoas poderem viver cá e serem melhor remuneradas, para a economia crescer, apostarmos na inovação e na investigação”
O autarca apelou a uma ideia coletiva. “Gostava muito que todos nós assumíssemos, interiorizássemos isto: o grande objetivo, o grande lema, a grande estrada de trabalho é a inovação e a investigação em várias áreas de atividade. A Figueira, para dar o salto para este patamar de desenvolvimento, tem de se destacar a aí”, advogou. 

Nova entrada da cidade e rua da República 

Requalificar a entrada principal da cidade, pelo lado da estação de comboios, é uma antiga ambição de Santana Lopes. Neste seu segundo mandato, afirmou no Dez&10, é mesmo para fazer. 
Para o efeito, vai lançar “um grande concurso de ideias”, com a colaboração da Ordem dos Arquitetos. “Achamos que a cidade pode ser muito mais bonita do que é”. “Vamos fazer uma intervenção, desde a rotunda [de acesso à A14], abrangendo o futuro parque urbano, até à zona da estação. Pode passar por uma solução viária que esconda mais a zona da rua de Coimbra e dos armazéns que ali estão, que ficam ainda mais autónomos para funcionarem comercialmente”, adiantou. 
Ao abrigo desta intervenção, será ainda requalificada a rua da República. Santana Lopes pretende replicar, nesta artéria da Baixa da cidade, uma solução idêntica à Galleria Vittorio Emanuele II, em Milão, Itália. Ou seja, com cobertura transparente, a fim de criar algo semelhante a um centro comercial de rua. 

Desta vez, é “mesmo” para levantar voo 

A construção de um aeródromo municipal é um projeto que Santana Lopes recupera do seu primeiro mandato (1997 - 2001), previsto para a área que entretanto está a ser utilizada para a expansão da Zona Industrial. 
Desta vez, porém, será construído no futuro parque empresarial do Pincho. 
“Mas vai ser mesmo para avançar”, garantiu. A pista terá cerca de 800 metros e “um pequeno hangar”
“Estou a trabalhar para fazer o aeródromo, que está desenhado, outra vez a meu pedido, pelos serviços da câmara”, adiantou. O investimento, cujo montante não revelou, “não é muito significativo e faz um “upgrade” [melhoria] do concelho”, defendeu. 

Campo de golfe regressa à agenda 

Um outro projeto que Santana Lopes pretendeu materializar no primeiro mandato foi um campo de golfe, de 18 buracos, na Lagoa da Vela. Mas deparou com a oposição do então ministro do Ambiente, José Sócrates, que acabou por inviabilizar o investimento privado. 
Desta vez, no entanto, anunciou o presidente da câmara, o equipamento será projetado para uma outra zona do concelho, que não revelou, e terá 24 buracos. O autarca frisou que, no Centro Litoral, não há campos de golfe, equipamentos desportivos que, afirmou, são “uma razão de atratividade [turística] imensa”

Novidades na piscina-mar 

Santana Lopes, desde o início do atual mandato autárquico, deixou bem claro que não gostava do projeto de reabilitação do complexo municipal da piscina-mar. Por sua vez, o seu antecessor Carlos Monteiro, atual vereador e líder do PS local, principal partido da oposição, garantiu-lhe que não se oporá à decisão que o sucessor vier a tomar, incluindo a denúncia do contrato de concessão, por 50 anos, concretizada pelos socialistas. 
O que estava em causa era a construção de uma nova ala, para aumentar a capacidade hoteleira, que reduziria a piscina descoberta. Perante a oposição manifestada por Santana Lopes, o concessionário aceitou desistir da concessão. “O que posso garantir é que não vai ser a câmara a fazer a obra”, afiançou Santana Lopes. “A ver se conseguimos um acordo com o concessionário”, disse ainda. 
Face a este desenvolvimento, vender o imóvel ou voltar a concessioná-lo a privados, eis a questão. “Não excluo nenhuma das hipóteses”, admitiu. Entretanto, o complexo turístico continuará fechado e a autarquia prepara-se para construir uma piscina natural no areal urbano. 

Paço de Maiorca também é para avançar 

Santana Lopes tem uma solução idêntica à da piscina-mar para o Paço de Maiorca, ou seja, concessionar ou vender a privados os dois imóveis municipais e classificados. 
A parceria público-privada, criada por Duarte Silva (PSD) e desfeita por João Ataíde (PS) - ambos já falecidos - , resultou numa fatura de cerca de seis milhões de euros para o município e as obras de adaptação para uma unidade hoteleira não foram concluídas. A solução poderá passar por concessionar o imóvel, por 50 anos, a um fundo de investimento, que o recupere e explore uma atividade económica. “Essa é a mais provável”, avançou Santana Lopes. A outra hipótese é coloca-lo no mercado e ser vendido. “Não sei se vale a pena fazer novamente esse esforço [de investimento pela autarquia]. Mais vale concentramo-nos noutro objetivo”, defendeu. 
“Não excluo a hipótese da alienação”, acrescentou. 
O paço está fechado há vários anos e em avançado estado de degradação.»