sábado, 27 de março de 2021

Novidades do lar: "correu tudo mal e estou sem água desde ontem à noite"...

Paguei a conta, mas tenho o abastecimento de água cortado...

Imagem António Agostinho
«Aviso à população | Interrupção no abastecimento de água...

O Município da Figueira da Foz informa que, devido a uma rutura na conduta de abastecimento de água na zona sul, o fornecimento de água está interrompido.


Previsão de restabelecimento entre as 21h00 e as 22h00.

Mais se informa que se encontram dois veículos tanque a fornecer água junto ao Largo da Igreja de São Pedro e ao Estacionamento da Praia da Cova."

«A margem sul da Figueira da Foz ficou, na sexta-feira, às 21H00, sem fornecimento de água devido a uma dupla rotura na rede. Entretanto, foram utilizados os reservatários, o que permitiu repor o serviço às populações situadas a sul de Armazéns de Lavos, mas a Zona Industrial e a Freguesia de São Pedro terão de esperar pela reparação da avaria, que deverá acontecer até ao final deste sábado.

A concessionária de água e saneamento, Águas da Figueira, está, desde as primeiras horas do dia, a trabalhar na reparação da rotura. Ao início da tarde, o diretor-geral da empresa, João Damasceno, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que se trata de uma avaria que demora a reparar, sustentando, no entanto, que o problema ficará resolvido hoje.

Para assegurar o fornecimento de água ao hospital, lares e outros equipamentos sociais sensíveis, foram mobilizados autotanques dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz. Por outro lado, foi acionada a Estação de Tratamento de Água de Lavos, fornecida por furos da concessionária e com o apoio de água fornecida pelas unidades industriais  do setor do papel Celbi e The Navigator Company.

“Correu tudo mal, porque houve uma dupla rotura, na conduta principal e na conduta de reserva. Não é normal, mas aconteceu”, esclareceu o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, ao DIÁRIO AS BEIRAS.

A rotura de uma adutora instalada na zona portuária, na margem norte da cidade, conjeturou, o autarca, “poderá ter sido provocada pelo comboio a passar [na linha do porto comercial]”.»

Leituras: "Quando Portugal Ardeu"

Este livro de Miguel Carvalho, grande repórter da VISÃO, é uma investigação jornalística que questiona as “memórias consensuais” do período que se seguiu ao 25 de Abril.

Via Jornal de Negócios.
"Entre meados de 1975 e Abril de 1977, o país assistiu a quase 600 atentados e acções violentas da extrema-direita. Operacionais do Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP), liderado por António de Spínola, fizeram ir pelos ares automóveis, casas e escritórios de quem era conotado com a esquerda. Multiplicavam-se os ataques a sedes do PCP num país profundamente dividido, à beira da guerra civil.

Ramiro Moreira chegou a ter o número sete no cartão de militante do Partido Popular Democrático - que mais tarde passaria a PSD -, mas as suas actividades desagradavam a Francisco Sá Carneiro. "Uma coisa era fazer segurança aos dirigentes e envolver-se em escaramuças. Mas colocar bombas, participar em atentados e manter-se ligado ao PPD tornava a militância insustentável e reprovável" para o fundador do partido, relata Miguel Carvalho. Num dia de Novembro de 1975, chamou o operacional a sua casa e disse-lhe: "Ou sais do partido ou expulso-te."

Sá Carneiro, sublinha o jornalista, "viu mais além do que a simples táctica" e percebeu que, "tanto quanto ele pudesse, o partido tinha de entrar numa linha que não resvalasse para caminhos que ele condenava". Um exemplo, diz o autor de "Quando Portugal Ardeu", que o PS podia ter seguido. Mas os socialistas, aponta, "lançaram fósforos em fogueiras que já ardiam".

Fotografia de 1974, em que numa mesa e em pose formal, aparecem, da esquerda para a direita, Jorge Terroso, Francisco Sá Carneiro e Ramiro Moreira, quando era dirigente e segurança do PPD no Porto.
Fotografia de 1974, em que numa mesa e em pose formal, aparecem, da esquerda para a direita, Jorge Terroso, Francisco Sá Carneiro e Ramiro Moreira, quando era dirigente e segurança do PPD no Porto.Arquivo Pessoal do Coronel Ferreira da Silva

"O PS teve um grau de envolvimento muito grande com a rede bombista e com os seus objectivos. Achou, a determinada altura, que valia tudo para combater o PCP e isso significou, em certo momento, uma cumplicidade com o radicalismo de direita", afirma Miguel Carvalho, explicando que essa foi uma das grandes surpresas da sua investigação.

Num dos seus raides da Póvoa para o Porto, Ramiro Moreira tinha colocado uma série de bombas debaixo de carros de militantes de esquerda, mas uma não explodiu. Intrigado, pois como operacional orgulhoso que era não admitia que uma bomba sua não rebentasse, pegou no engenho e continuou o seu caminho. Perto da saída para a Maia, abriu o vidro e disse: "Ora vamos ver se esta merda rebenta ou não" e atirou a bomba, fazendo explodir um barracão do PPD.

O episódio com o mais activo operacional da rede bombista, que na altura desconcertou a Polícia Judiciária (PJ) porque "só poderia ser da autoria dos comunistas", é uma das histórias da violência política do pós-25 de Abril, relatada pelo jornalista Miguel Carvalho no livro  "Quando Portugal Ardeu".

"Sonhos de liberdade"...


 Via Diário de Coimbra

Citação

 Via Nascer do Sol

Citação


"Quem acha que tem muito poder, muito dinheiro, e não tem empatia com o próximo, um dia escorrega no chão da vida e percebe que não era nada." 

Tony Ramos, Actor, Lux, 24/3

"Enforca Cães" e Zona Industrial vão entrar em obras...

"A câmara municipal está prestes a lançar concursos públicos para a ampliação da Zona Industrial e a requalificação da estrada panorâmica do Cabo Mondego (“Enforca Cães”). 
O procedimento para a via de comunicação será executado na próxima semana.
O das obras no parque empresarial terá de ser submetido a votos na reunião de câmara e na Assembleia Municipal.
A requalificação da estrada, que liga a Murtinheira a Buarcos, custa 680 mil euros e tem um prazo de execução de nove meses. 
A ampliação da Zoa Industrial, por seu lado, será feita ao abrigo de duas candidaturas, uma, de cinco milhões de euros (com comparticipação de fundos europeus de 85 por cento), ao Portugal 2020, e outra, de três milhões, ao Plano de Recuperação e Resiliência (com financiamento de fundos europeus de 100 por cento)."

Via Diário as Beiras

Para que na Figueira os blogues passem a declamar poesia...

Embora com atraso de alguns, poucos, dias - porque é a 21 de março que se comemora a poesia - fica um poema de Lawrence Ferlinghetti, que celebra o gosto perigoso em viver. 
Trata-se de um poema sobre ocupantes, amantes e demais revolucionários. 
Este poema também pode ser uma celebração das maravilhosas praias portuguesas. Lawrence Ferlinghetti, mestre da poesia do quotidiano, social e de uma simplicidade desarmante. 
A ler, muito actual. 


Ocupamos a praia do amor 
entre bandolins de Picasso repletos de areia
e patas de esfinge semi-enterradas
e papéis de piquenique
patas de caranguejos mortos 
e marcas de estrelas do mar 

Ocupamos a praia do amor 
entre sereias encalhadas 
com seus bebés berrando e maridos calvos
e bichinhos de madeira feitos em casa 
com colheres de gelados a fazer de pés 
que não podem amar ou andar excepto para comer 

Ocupamos a orla do amor 
seguros como só os ocupantes sabem ser 
entre poças remanescentes 
de maré salgada de sexo 
e os suaves regatos de sémen 
e balões flácidos enterrados 
na carne macia da areia 

E ainda rimos 
e ainda corremos 
e ainda nos deitamos 
nos botões do amor 
mas é mais profundo 
e mais tarde que pensamos 
e tudo se gasta 
e todas as nossas boias d’amor falham 
E bebemos e afogamo-nos

sexta-feira, 26 de março de 2021

Lido por aí...


«Aprende-se tarde de mais que até as vidas mais dilatadas e úteis não chegam para mais nada senão para aprender a viver.»

Gabriel García Márquez, O Outono do Patriarca (1975), p. 219

Ed. Público, 2002. Tradução de José Teixeira de Aguilar. Colecção Mil Folhas, n.º 4

Chumbada proposta do PSD para adiar as autárquicas

"O projeto de lei dos sociais-democratas para o adiamento das eleições autárquicas por dois meses, foi chumbado com os votos contra do PS, PAN, IL, Chega, BE, PEV e a abstenção do CDS."

Santana: Menino Guerreiro...

Aqui havia uma fotografia sacada daqui.

Para quem ainda não sabe, OUTRA MARGEM está em condições de confirmar que Santana Lopes esteve ontem na Figueira da Foz.
Chegou cerca das 21 horas e trinta minutos. Havia quem estivesse à espera dele desde as 11 horas da manhã! Teve pouco mais de meia dúzia de pessoas a aguardá-lo! 
Não me perguntem o que veio ele cá fazer, pois isso não sei: quiçá, transmitir a mensagem de que vai ser candidato à Figueira da Foz e de que vai dar uma abada, pois vai vencer por maioria absoluta!... 

Agora a sério: 24 anos passaram a voar. Tudo o que se acreditava ser infinitamente interminável acaba um dia. 
Acaba mesmo. 
Os dogmas e crenças do passado, ficaram lá. No passado. Que pode ser o luar da maior areal urbano da Europa. Onde a lua por se sentir traída o amaldiçoou. 
Santana, não é mais guardador dos sonhos da maioria dos figueirenses. É apenas uma lição de vida. Os corações já não batem desordenadamente quando ouvem o seu nome. 
Está tudo velho. Até as santanetes. 
A sua voz já não encanta. Pior que tudo isto, porém, é o vazio, de uma desilusão fantasiosa. Um dia, já lá vão 24 anos, fez parte de um conto de fadas figueirinhas. 
Mas, passaram 24 anos. Isso é passado. Agora, é mais um ser errante que passou na vida dos figueirinas. 
Espero que tenham aprendido a lição. Creio - e espero não estar enganado - que hoje não passa de uma página de um livro arrumado na prateleira da vida figueirinhas. 
Todavia, aceito que ainda haja uns poucos com saudades do menino guerreiro...

O enredo da narrativa da candidatura de Santana à Figueira está a mudar. Porém, é possível caminhar pelo ínvio?..

Se bem percebi, o enredo inicial da narrativa passava por atemorizar Pedro Machado, para ele desistir e ficar o Santana como candidato do PSD... 
Agora, que passou a ser visível para os apoiantes santanistas que, isso é, como sempre foi pelo que veio a público, uma impossibilidade, o enredo da narrativa passou a ser o Santana chegar-se ao Chega/ou vice-versa? 
Neste novo enredo da narrativa, modéstia à parte, só grandes malabaristas políticos podem lobrigar motivos para pensar numa nova narrativa com enredo a partir deste segundo pressuposto.
É possível circular pelo ínvio?
Afinal, quem são os apoiantes de Santana na Figueira?
São os mesmos que, até há pouco, juravam a pés juntos que o Santana era candidato do PSD, pois o Pedro Machado não iria aguentar a pressão e desistia?
Ou os que o queriam como candidato do PSD, são os mesmos que agora o querem chegar ao Chega?
Imagem via Diário as Beiras

Novidades na Aldeia: António Salgueiro não será candidato em S. Pedro

Imagem: daqui

O presidente da Junta de São Pedro, António Salgueiro, desistiu da candidatura ao terceiro e último mandato por motivos de saúde. Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, o autarca, cujo nome havia sido aprovado no passado sábado pela Concelhia do PS, afirmou que decidiu desistir “por indicação do médico”
Contudo,  cumprirá o actual mandato. Segundo o DIÁRIO AS BEIRAS, integrará a lista concorrente à Assembleia de Freguesia, que terá como cabeça de lista Jorge Aniceto (actual tesoureiro do executivo da Junta de São Pedro).

quinta-feira, 25 de março de 2021

Não consigo esquecer esta minha costela que me obriga a olhar par os fracos e desprotegidos...

Desde a escola primária, que não consigo, por mais que tente, deixar de tomar o partido dos mais fraquinhos e daqueles que nos pátios das escolas sempre levaram no focinho dos poderosos...
Imagem via Campeão das Provínciais:

De tão voluntarioso que sou, até posso colaborar na escolha do mandatário. Fica a sugestão...

Afinal, tá tudo a correr bem...

... esquecendo, é claro, os anitos de atraso...
26 de Maio de 2018«Na opinião do o PSD da Figueira da Foz,  esta obra é exemplificativa da forma como é dirigido o concelho: "sem estratégia, sem auscultação das populações, sem a preocupação de melhorar o nível de vida das populações, sem criar atrativos para os empresários instalados ou que se queiram instalar com vista à criação de emprego, o qual tanta falta faz aos nossos jovens, não promovendo também a consequente fixação de mais população no nosso concelho."
Imagem via Diário as Beiras

Uma sessão de câmara, é uma sesssão de câmara....

Lido hoje no Diário as Beiras:

Recorde-se, que no passado dia 18 do corrente, através de comunicado, a Comissão Política do PSD da Figueira da Foz «veio denunciar o "clima” de intimidação e de pressão inadmissível que o PS e o Sr. Dr. Carlos Monteiro, na sua dupla qualidade de Presidente da Câmara e do Partido Socialista da Figueira da Foz, têm vindo a exercer, na sequência da onda de entusiasmo que a candidatura do Dr. Pedro Machado vem despertando na sociedade Figueirense e até no todo Nacional.»

No dia seguinte, Carlos Monteiro reagiu: "O que está (no comunicado do PSD) é uma vergonha absoluta e uma mentira total!”.  “Aquilo que tem acontecido com algumas pessoas que subscreveram a lista (de apoiantes de Pedro Machado) é dizerem-se que não o pretendiam fazer. Não exerci pressão, não falei com ninguém, nem pretendo falar”

"Indagado pelo DIÁRIO AS BEIRAS sobre se, na reunião de câmara, vai apresentar as provas que sustentem as afirmações do comunicado que subscreveu, Ricardo Silva, líder da Concelhia e vereador do PSD, não respondeu à pergunta."
Afinal o que é que havia a responder?
A sensação que a leitura do comunicado do PSD deixa de que alguém está a tentar amordaçar a democracia na Figueira, quase 47 anos depois do 25 de Abril?
 
A meu ver, não se deve encarar este episódio como um mero conflito entre facções do PSD e do PS. Em política nem só os factos contam. O contexto em que eles se desenvolvem empresta-lhes muitas vezes significados diversos.
No jogo do vale tudo da politiquice figueirense ganha quem tem mais força? Se a política tivesse moral esta seria a imoralidade desta história?
Embora do meu ponto de vista da maneira errada, fazem bem em trazer à colação este assunto Carlos Tenreiro e Miguel Babo. Os vereadores Tenreiro e Babo, ao confundirem um tribunal com uma sessão de câmara, deixam no ar o perfume de uma mensagem de solidariedade entre correligionários. Uma mensagem, dou o beneficio da dúvida - errada e injusta. 
Contudo, há sempre quem tenha a percepção que em política, o que parece, é mesmo. 
De uma reunião da Câmara Municipal da Figueira da Foz, na qualidade de espectador assíduo e atento, espero que sejam discutidas e aprovadas as medidas que levem à resolução das funções mais básicas de uma autarquia. Nomedamente, a higiene e a salubridade públicas, a base da saúde pública. Confesso, que não sou espectador assíduo e atento das reuniões de câmara, à espera de poder ter acesso a reality shows, tipo big brotter figueirinhas

Aldeia global


Exorcismo


Os habitantes da minha aldeia dizem que sou um homem desprezível e perigoso. 
E não andam muito enganados. 
Desprezível e perigoso. 
Isso, fizeram de mim a poesia e o amor. 
Senhores habitantes: tranquilos, que só a mim costumo causar dano.

Raúl Gómez Jattin