domingo, 24 de maio de 2020

Morreu a escritora Maria Velho da Costa

O poder da ficção, ao serviço do poder exercido como encenação...

Esta avenida, ontem, esteve fechada ao trânsito automóvel. 
"Os automóveis contagiam? Se fecham a estrada é porque não me querem lá. Logo, vou para outro lado. Adeus, Figueira".
Mário Martins, cidadão de Coimbra.

Nunca soubemos tanto e com tanto detalhe - nomeadamente, quem são os protagonistas e a  substância -, de uma aldeia, de uma vila, de uma cidade, de um concelho, de um país e do mundo, como agora. Mas, a realidade é que não obstante o nível de exposição, a que também o poder local na Figueira está sujeito (até há transmissões directas das sessões camarárias), o acesso a esta e a outras informações não derrotam a capacidade de encenação de quem está no poder.
Temos de tudo, desde as estratégias mais toscas às mais elaboradas. O que está sempre em causa é a imposição da vontade da maioria, como projecto político hegemónico, mesmo que isso seja implementado contrariando o desenvolvimento do concelho. 

O objectivo final é sempre o mesmo: atingir quem ousar dar livremente a sua opinião. Mas este não é um problema de 2020, nem desta gestão socialista. Na Figueira, entre 1997 e 2009, com o PSD no poder foi a mesma coisa. 
Sempre vi o poder local na Figueira da mesma maneira: arrrogante, hegemónico (com tiques a roçar o ditatorial) e a tentar humilhar quem lhe faz frente.
O PS como o maior partido do poder local, tem  uma boa camada de militantes e políticos. Como é óbvio, numa floresta tão densa existem algumas árvores infectadas que comprometem a qualidade da saúde do conjunto, permitindo que à  sombra do partido e do seu papel na sociedade figueirense, venham à tona alguns que pensam que não vai haver prestação de contas. O que não é positivo nem saudável para a democracia, nem para Figueira.

Todos os partidos no poder - seja local ou governamental - acabam por criar uma base clientelar. Como poderia ser combatido isso? Com políticas partidárias internas de transparência e de combate a situações de eternização de benesses partidárias. Só que isso acabaria por arredar o partido do poder do poder...
A alternância democrática, se funcionasse,  afastaria dos Paços do Município figueirense gente que teria de trabalhar a sério para pagar as suas contas. Mas, o que temos tido são períodos prolongados de poder. Primeiro o PS, depois o PSD e, agora, de novo o PS.

Para mudar já a Figueira exige-se um escrutínio  mais atento. Mas como fazê-lo?  A Figueira é uma cidade e uma sociedade pouco exigente no que à qualidade da democracia diz respeito, pelo que a maioria dos políticos (alguns até da oposição...)  considera natural o que se está a passar - que é algo que já ultrapassou o limiar do bom senso democrático.
Na Figueira, a realidade ultrapassou a ficção. Resta o resto. 
Querem saber o que é o resto? O resto é teatro. 
E o teatro é aquilo que deve ser: a sabotagem de todas as tentativas de chegarmos à realidade.

Ciclovia do Mondego : segundo o PSD Figueira, a obra já derrapou "mais de 50% do custo inicial e ainda não está pronta! (mais de 365 mil euros ao contrato inicial)."

Via nota de imprensa, o PSD/Figueira da Foz acusa o PS e o seu executivo de "torrar dinheiro por incompetência". Sublinha ainda que "o PS e seu Executivo a pensar no Populismo Eleitoral, em 2017 lançaram a concurso a obra da Ciclovia do Mondego, sem que houvesse uma verificação e discussão do projecto!" e que "em Janeiro de 2018 adjudicaram a obra da “Ciclovia do Mondego” por 600 mil euros! Com o prazo de execução 300 dias!! ( Com conclusão em janeiro de 2019).
No mesmo documento pode ler-se ainda, que "no decorrer da obra, tem havido sucessivas paragens por erros e omissões do projecto!! Já aumentou mais de 50% do custo inicial e ainda não está pronta! (mais de 365 mil euros ao contrato inicial)."

Marginal de Buarcos esteve fechada ontem à tarde!..

Crise COVID-19 no concelho (6)

"Enquanto escrevo estas linhas, a contagem oficial de casos confirmados de Covid-19 na Terra é de cerca de 5 milhões e uma taxa de mortalidade de 6,6%. Em Portugal, o número de novos casos tem diminuído de semana para semana, tendo hoje 30 mil infetados, estando o país na 26.ª posição mundial, com uma taxa de mortalidade de 4,2%. São estes os números com que os responsáveis políticos de todos os países se digladiam diariamente para encontrar as melhores soluções para o desconfinamento e para o relançamento da economia.
Contudo, este relançamento da economia não depende só da bondade das medidas já tomadas no concelho ou no país, mas também e, principalmente, do estado da economia dos países com quem nos relacionamos ao nível das trocas comerciais e, obviamente, das grandes potências mundiais. Pois, como todos muito bem sabemos, para o bem e para o mal, vivemos numa economia globalizada. E, infelizmente, existem muitos países onde a evolução da doença não tem ainda sinais de estar a melhorar e que, ao contrário de nós, ainda têm fortes medidas de isolamento.
Por outro lado, não sabendo como vai evoluir a situação nos próximos meses e até nos próximos anos, se ou quando vai existir vacina ou tratamento eficaz, desconhecemos, na realidade, que estratégia irá ser eficaz. Isto implica que os decisores tenham de ter a humildade para constantemente ir adaptando as suas opções à medida que a experiência adquirida e o conhecimento científico acerca deste novo vírus evolui.
Considero que o lay-off, os apoios financeiros às empresas, as moratórias, os apoios para assistência à família, os apoios “Figueira Vale Mais”, a distribuição de EPI, as isenções de taxas, o alargamento de esplanadas, os apoios às IPSS, a distribuição de computadores, internet e refeições nas escolas, os apoios alimentares e aos idosos e isolados, os transportes escolares e de doentes, entre muitas outras medidas, têm contribuído para reduzir o impacto imediato da pandemia na sociedade figueirense, tendo o município já despendido, só em 2 meses, cerca de 1 milhão de euros. Todavia, para se definirem medidas económicas mais estruturais teremos de perceber o sentido da evolução da nossa aldeia global."
Via Diário as Beiras

sábado, 23 de maio de 2020

Campismo com máscara...

A partir de segunda-feira vai ser assim no Cabedelo...

E Cantanhede aqui tão perto...

"Como testes prometidos nunca mais chegavam, Misericórdia decidiu por «motu próprio»"...

Imagem via Diário de Coimbra
Recorde-se: 
- o Presidente da Câmara Municipal, Carlos Monteiro, deu nota na reunião realizada a 20 de abril passado, da participação da Figueira da Foz no programa piloto de testes de rastreio à Covid-19, que será aplicado em lares e estruturas similares do concelho, no âmbito de iniciativa da Comunidade Intermunicipal da Região Centro.

- Até agora, o que se conhece é que os testes nas IPSS figueirenses se vão realizar em "breve"?
Falta saber, quando, como e quem os vai realizar?

José Gomes Pereira, antigo médico do Sporting e director de Medicina Desportiva do Comité Olímpico de Portugal desde 2017

"Não se podia treinar há 15 dias? O que mudou na condição pandémica?"

“Relativamente ao treino, tenho fortes dúvidas e cada vez menos vontade de falar destes assuntos. Porque desde março que as análises se vão repetindo e não surge nada de novo. Se se pode treinar agora, não se podia há 15 dias? Se na aviação não se podia lotar os aviões, dentro de uns dias já pode? O que é que se alterou em termos da condição pandémica?”
Segundo Gomes Pereira, as "questões económicas" estarão por trás de "muitas decisões" que estão a ser tomadas e, apesar de não se mostrar contrário ao descofinamento, lembrou que essa decisão "tem riscos" e que a utilização de equipamentos de proteção individual no treino físico não pode ser comparada às "atividades diárias comuns".

Da série a retoma da normalidade

"A Associação Figueira com Sabor a Mar retoma os festivais gastronómicos em junho, com as caldeiradas, de 19 a 28, nos 14 restaurantes aderentes. Este ano, por causa da pandemia, apenas se realizou o Festival da Lampreia e Sável, enquanto o Festival do Polvo, agendado para abril, foi cancelado. 
Nota da associação adianta, ainda, que serão realizados os festivais da raia (de 14 a 23 de setembro), feijoada de búzios (de 2 a 11 de outubro) e bacalhau e derivados (de 20 a 29 de novembro). Isto porque, defende a Figueira com Sabor a Mar, há que dar “ânimo” à restauração local, numa fase em que o sector está sujeito a apertadas medidas de segurança sanitária."
Via Diário as Beiras

Extensões de Saúde: reabertura não deve demorar

"A câmara, através do presidente, Carlos Monteiro, e da vereadora Diana Rodrigues, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS que tem informação da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) segundo a qual as extensões de saúde encerradas no âmbito da afetação de recursos humanos ao programa de combate à pandemia reabrem na segunda-feira, 25. 
Porém, contactada pelo DIÁRIO AS BEIRAS, a ARSC não se compromete com datas. “O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Mondego, no âmbito da retoma da atividade assistencial em curso, prevê a reabertura das referidas unidades de saúde em breve, no maior rigor pela segurança de utentes e profissionais”, respondeu a ARSC. E ressalvou: “O processo de retorno à normalidade é gradual e pressupõe alguns reajustes a nível de recursos humanos e de segurança, estando o ACES a envidar esforços para que a retoma da atividade assistencial se processe no mais curto espaço de tempo possível
Há cerca de dois meses que as extensões de Santana (freguesia de Ferreira-a-Nova), Bom Sucesso, Marinha das Ondas, Maiorca e Vila Verde estão encerradas. Os utentes têm sido encaminhados para as unidades de saúde mais próximas, com o transporte garantido pela autarquia para utentes com insuficiência económica. Na Marinha das Ondas, as deslocações ao Paião são asseguradas pela junta, porque na freguesia reside uma comunidade de asiáticos, maioritariamente nepaleses, cujo processo de inclusão social ainda não está concluído. De resto, os trabalhadores estrangeiros representam cerca de 10 por cento dos residentes. 
Em Santana existe uma avaria da central telefónica e o posto médico também está limitado pela falta de pessoal para substituir a funcionária administrativa, que, quando está de férias ou de baixa médica, a unidade de saúde encerra"...
Via Diário as Beiras

Podemos ir à praia, apanhar sol e mergulhar no mar... Mas, também podemos pensar nisto...

Os barões figueirenses emproados,                      
eleitos pela plebe provinciana,
ficaram bem posicionados
para fazerem o que lhes dá na real gana.

Gente simplória, mas algo bruta,
votou de forma absoluta
em quem sempre o engana!
Que povo sacana!..

Na Figueira é desta maneira...
O povo mesmo sem azinheira,
como diz a Grândola vila morena,
é quem mais ordena.

Ninfas do rio Mondego onde nado,
por quem sempre senti carinho ardente,
não me deixeis pendurado
e concedei engenho à minha mente.

Com arte e convosco presente,
é possível desmascarar de forma eloquente,
aqueles que já mostraram ter no seu gene
a besta horrível do poder perene!

Os políticos de joelhos perante os interesses económicos...

"Aviões vão poder viajar com lotação máxima a partir de 1 de junho"...
Nas cidades, nas serras, nos campos, nas praias e no mar o distanciamento social de pelo menos um metro e meio é obrigatório. No ar, com a força das companhias aéreas, o distanciamento é tudo ao monte e fé em Deus.

Mas tiveram direito a uma barrigada de palmas

País de velhos...

Uma postagem de há um ano, perfeitamente actual...

quinta-feira, 23 de maio de 2019


Presidente da câmara, há um mês no cargo, no Dez & 10 "falou sobre as obras, projectos e estratégia da autarquia"...

Terminava assim:
"Aldrabice, em bom português, é uma patranha. Uma trapaça. Política, se referida a um objectivo político. Na propaganda política,  o dirigente  partidário apresenta publicamente tudo isto como uma promessa. Se não conseguir o objectivo, uma vez tomado o poder de o poder fazer, e se tal for por incompetência política, a aldrabice ressalta à vista de todos, como uma promessa incumprida. E nem é preciso ter feito a quarta classe antiga. Basta ter frequentado qualquer curso das Novas Oportunidades... Carlos Monteiro vai ter dois anos duros pela frente. A fasquia está elevada. E o estado de graça não dura para sempre."
Foto sacada daqui
Entretanto, passou um ano. Carlos Monteiro prometeu, na altura, concretizar "em breve" o que João Ataíde não conseguiu realizar em 10 anos. "Sem dar por ela", Monteiro passou um atestado de incompetência política ao seu antecessor. Passado um ano, porém, o "breve" continua por cumprir.
Na Figueira, como no país, «neste momento, estamos quase num regime de partido único.E não venham com a história que se não houvesse democracia, eu não podia escrever isto. O despotismo nestes tempos não precisa de cercear liberdades como a de expressão. Não precisa de impedir algumas pessoas de falar. Basta-lhe conseguir que as pessoas não liguem ao que lêem e ao que ouvem. O truque não está no autoritarismo desenfreado, mas no fomentar do torpor generalizado

sexta-feira, 22 de maio de 2020

"Municípios terão 30 milhões para programação cultural este verão. Costa abre a porta a concertos ao ar livre"

Costa quer municípios a investir na programação cultural para completar "oferta turística". "Espectáculos musicais quer ao ar livre, quer em espaço coberto" serão possíveis segundo PM.
Serão boas notícias para os artistas, de “uma das áreas mais afectadas pela pandemia” (nas palavras de António Costa), mas poderão ser algo confusas para tantos outros. Uma espécie de baile de verão. Por partes: depois de se reunir com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), o primeiro-ministro anunciou a criação de uma linha de 30 milhões de euros para a programação cultural que se destina às autarquias. As festas mais pequenas que pontuam o verão tradicional português e que Costa quer que se somem “à oferta turística”. E aqui até cabem “espectáculos musicais ao ar livre”. Mas Costa frisou que “não é possível realizar festivais”.

A pandemia a fazer estragos...