domingo, 24 de maio de 2015

E que tal perguntar aos interessados?..

João Damasceno, o presidente da ACIFF, na oportunidade, perante  António Tavares, vice-presidente da câmara,  e o ministro Poiares Maduro, defendeu a necessidade que a Figueira Foz tem de se se preparar para responder aos desafios que a região, o país e a Europa lhe colocam. Um desses reptos tem a ver com os refugiados, advogando que a cidade se posicione para recebê-los, tal como fez durante a II Guerra Mundial.
Falta saber:  quando os refugiados souberem o que é Portugal e a Figueira, será que quererão vir para cá?..

Fatalismo?..

Ser inteligente é ser um desgraçado. O imbecil é feliz. 
Mas o animal também. 

Vergílio Ferreira

Em tempo:


Quem é (mesmo) Passos Coelho?

O país político - sobretudo certa comunicação social - passados quase 4 anos, parece continuar  deslumbrado com Pedro Passos Coelho.
As televisões, certos blogues, as rádios e os jornais continuam a tentar dar a parecer que o homem é um aluno bem comportado, muito asseado e com a lição desmesuradamente estudada.
Ele tenta colaborar: continua a falar sem mexer um músculo que seja. Porventura, continua a achar que a maioria dos portugueses esperam dele grandes feitos e obras!
Sem  ter feito os ditos feitos e obras de que tanto se gaba - tanta eficiência, tanta eficácia, tanto deslumbre!..  -  espero estar cá para ver  o que acham os portugueses,  em Outubro próximo, de Pedro Passos Coelho: um homem que não dá conselhos e  a quem  já não contam uma boa piada há mais de 20 anos!..
Por mim falo: não tenho expectativas deste governo, desta maioria e do maior partido da oposição.
O neoliberalismo vai continuar a  avançar por cima dos cadáveres consumidos pelo passar do tempo, pela mágoa da injustiça e com a  indiferença  do fútil social em que vivemos.
E tudo vai acontecer a uma velocidade tal, que os fracos de espírito,  ou os camaleões, não vão conseguir suportar. Vão acabar por desesperar e por morrer politicamente,  desconexos do meio, abandonados  na valeta do esquecimento.
Em Outubro iremos constatar o óbvio.

Pela boca morrem alguns peixes

A foto acima foi obtida pelo bloguista a partir da zona do farol do molhe sul, num dia de vento e ondas. 
Neste local, onde até os pensamentos têm cor, podemos encontrar a verdadeira e própria liberdade.
São os solitários, os poetas, os que precisam do mar, das ondas e do seu som, para que os seus pensamentos vão com elas e caminhem pela liberdade dos grandes e amplos espaços.
Quem, como eu, gosta de coisas simples e de borla, fazer uma caminhada pelo paredão do molhe sul do estuário do Mondego, é ir ao encontro de um mar limpo e fresco. Caminhando obrigatoriamente para poente, chega-se junto ao farol que sinaliza a ponta do molhe - aí, o mar já se esqueceu do rio e encontrou a sua vocação atlântica. 
Entretanto, mesmo por muito distraído que se seja, percorrendo aqueles cerca de 900 metros, contados a partir do Parque de Campismo do Cabedelo, damos conta que existem dezenas de pescadores desportivos. Dá também para observar facilmente que alguns - poucos - peixes morrem pela boca, no anzol das canas dos pescadores. 
Um dia destes, naquela muralha artificial, de cimento e pedras, que entra pelo mar dentro e que serve também para separar o rio do mar, e a que chamam molhe sul, um peixe em agonia, atirado para cima da superfície rugosa e imperfeita do piso do molhe por um pescador, quase que parecia que me queria atacar os pés. 
Ultrapassado o percalço, prossigo, determinado e firme, a caminhada pelo molhe em direcção a poente, rumo ao farol, no local onde as ondas embatem nas pedras com violência, como se dissessem ao paredão que, dado o barulho, as palavras aí são desnecessárias, por incompreensíveis. Contudo, ainda ouço alguém, que ficou para trás, dizer: “este é dos gordos…” 
No ar havia um cheiro intenso a maresia - lembrava um perfume tépido. O vento, era apenas uma miragem, como que uma bruma coberta de sonho. Do céu, limpo de nuvens, o sol enviava raios de calor. 
Assim somos todos nós. Num dia cheios de imaginação e vida, ligamos aos pormenores. 
No outro, já somos apenas uns restos, que a natureza se encarregará de desintegrar. Depois, seremos esquecidos pela maioria. Um dia, ninguém sequer saberá que um dia existimos. 
Tudo perfeito, portanto: um dia o incauto compreenderá o chão que pisa. 
Fica aqui partilhado este  meu primeiro olhar de hoje. 
Como, aliás, acontece em silêncio todos os dias, foi na direcção ao mar da minha Aldeia -  forte, imenso, límpido, azul e denso.
Talvez, quem sabe, apenas a sonhar com poesias feitas de mar. 
Bom domingo para todos.

sábado, 23 de maio de 2015

Passos defende que se deixe “para trás das costas os fatalismos”….

Já agora, para além dos “fatalismos”, deixemos também  "para trás" a desgraça que está a ser esta coligação Passsos/Portas.
Depois destes quase 4 anos, tenho o corpo numa desgraça. Todos os meus ossos andam a resmungar…

A SOLIDÃO DAS LUTAS

“Hoje quem luta e quem reivindica está sempre sozinho. Pode contar consigo ou com os seus e nada mais. Os mecanismos clássicos que geravam solidariedade foram erodidos na sociedade durante várias décadas e praticamente destruídos pela crise do «ajustamento». Há excepções, mas esta é a regra.

Isto significa que todas as lutas parecem ser corporativas, mesmo quando não o são. Esta «corporativização» dos conflitos sociais enfraquece o seu impacto, dá-lhes uma dimensão que parece, vista de fora, egoísta, e dificulta, quando não impossibilita, qualquer solidariedade activa. Cada um, a seu tempo, quando precisa de lutar, protestar, pura e simplesmente levantar-se e dizer que "não", vai pagar na sua solidão a indiferença que teve pelos outros.”

A Escola da Gala

Ontem, o secretário de Estado do Mar esteve na Gala em visita à Escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico de São Pedro, para tomar conhecimento do projecto “Aquacultura… uma solução quando o mar não chega!”.
Pelo que tive oportunidade de ler na edição deste sábado do jornal AS BEIRAS,  Manuel Pinto de Abreu ficou impressionado com o que viu e desafiou o presidente do Agrupamento da Zona Urbana da Figueira da Foz, Adelino Matos, a candidatar a proposta ao programa de fundos comunitários Portugal 2020.
“Estou entusiasmado e vou divulgar o projecto”, avançou, em declarações aos jornalistas. Para o governante, envolver as crianças em projectos e acções como esta promove a “verdadeira cultura do mar”.
Antes de visitar a exposição sobre a proposta que o agrupamento submeteu ao concurso nacional Ciência na Escola da Fundação Ilídio Pinho e que pretende transformar em actividade económica, no estabelecimento de ensino, o secretário de Estado apresentou a política marítima aos alunos, no Clube Marítimo da Gala.
Em síntese, o projecto consiste em reduzir o impacto ambiental e maximizar a eficiência produtiva e a qualidade do pescado criado em cativeiro. Propõe, entre outras soluções, a instalação de estações de tratamento de águas, para evitar os efeitos dos produtos químicos oriundos dos campos agrícolas no peixe, criar peixes de segunda categoria para a farinha através da qual se produz a ração, produzir bivalves e purificar a água com algas. Saliente-se que a Figueira da Foz tem várias explorações piscícolas, na ilha da Morraceira.
Sublinhe-se, que o Agrupamento da Zona Urbana da Figueira da Foz  tem conquistado diversos prémios nacionais que aliam a ciência ao empreendedorismo. Cristina Oliveira, directora regional da educação, também elogiou o espírito empreendedor do agrupamento.
Manuel Pinto de Abreu convidou os alunos da Escola de São Pedro a visitarem a Semana Azul, evento dedicado ao mar que se realiza em Lisboa, no início de junho.
O vice-presidente da Câmara da Figueira da Foz, António Tavares, informou AS BEIRAS que a autarquia disponibiliza o transporte.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Um livro não responde. Um livro pergunta...

Um lutador compulsivo, um homem “inimputável”, extremamente competitivo, com as virtudes que caracterizam os grandes líderes mundiais.
Assim é José Sócrates, retratado no livro "Cercado", lançado pelo jornalista Fernando Esteves a propósito da sua detenção.

Se não fizermos o que tem de ser feito, ninguém o fará por nós...

Os anos disto vão passando.
Com eles, o desânimo, a infelicidade, a amargura acumulam-se como o papel nas paredes, as fotografias da família, a preto e branco, amarelecidas pelo passar do tempo. 
E a malta já não é a mesma - os que não morreram, estão a envelhecer. 
Mas o rio da Aldeia continua, imponente, a correr...
Um dias destes, alguém me disse que os blogues na Figueira estão em recessão...
Comentei o óbvio: se eu não fizer um blogue, ninguém o fará por mim.

Um dia tipicamente figueirense

ALERTA COSTEIRO 14/15 - vídeo IV
("um registo dos efeitos do vento nas novas dunas de São Pedro" - um trabalho de Pedro Agostinho Cruz)


Hoje, está um dia tipicamente figueirense: um dia com sol e vento.
Convidativo, portanto, para pegar na bicicleta, sair e ir olhar a Aldeia,  que já está a sonhar com o verão.
Tem dias em que, apesar de tudo, prefiro ser optimista e ter o progresso no pensamento.

Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz comemorou 180 anos de existência

imagens sacadas daqui
A sessão arrancou  com a assinatura de um protocolo entre a ACIFF, o Turismo do Centro e a Câmara da Figueira da Foz para a instalação de painéis de informação turística interactivos em pontos estratégicos da cidade.
Seguiram-se os discursos.
O presidente da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz,  João Damasceno, ao usar da palavra  na sessão solene comemorativa dos 180 anos da Instituição , uma das três mais antigas do país (a seguir às de Lisboa e Porto), aproveitou para  reclamar mais atenção  da Universidade de Coimbra em relação ao estuário do nosso rio. Segundo AS BEIRAS, João Damasceno sublinhou que “não se compreende,  que durante 725 anos de existência, ainda não tenha considerado suficientemente a biodiversidade única do estuário do rio Mondego e a costa da Figueira para criar um pólo marítimo de excelência nesta cidade e se reduza a recolher amostras para colocar em apresentações de PowerPoint e teses”.
Na oportunidade, João Damasceno defendeu ainda a abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil e referiu  também a necessidade que a Figueira Foz tem de se se preparar para responder aos desafios que a região, o país e a Europa lhe colocam. Um desses repto tem a ver com os refugiados, advogando que a cidade se posicione para recebê-los, tal como fez durante a II Guerra Mundial.
A cerimónia teve outros oradores: José Couto, presidente do Conselho Empresarial do Centro, António Tavares, vice-presidente da câmara, João Vieira Lopes, líder da Confederação do Comércio, e o ministro Poiares Maduro, que encerrou as comemorações.
Poiares Maduro, que falou num registo descontraído, começou por dizer que, hoje, os ministros não podem levar uma lista de promessas quando fazem visitas, muito menos quando sabem que não podem cumpri-las.
Os tempos mudaram e o assunto da ordem dos dias do governante são os fundos comunitários, que dominaram aliás a sua intervenção. 

Portugal é dos países mais pobres e desiguais da OCDE (II)

A OCDE identifica neste aumento das desigualdades um entrave ao crescimento económico que há que combater.
Apesar de haver histórias que nunca passam nos telejornais, não é novidade nenhuma. 
E a procissão ainda agora vai no adro.



Em tempo.
"Nós somos considerados como países ricos no mundo".
Pedro Passos Coelho, em 15 de Maio de 2015

ESPECTÁCULO DE GALA PARA APRESENTAÇÃO DO FESTIVAL CINEMA 2015, É HOJE

DAQUI

Portugal é dos países mais pobres e desiguais da OCDE

Alvin Toffler

Mais precariedade, menores salários, menor receita fiscal, menores descontos para a Segurança Social, menor consumo, menos emprego, produto a encolher.
Os dados são de ontem e tornam  visível a relação causal entre os desequilíbrios nas relações laborais que foram sendo progressivamente introduzidos pelos sucessivos Governos que tivemos, a estagnação económica que marcou todo o período e a degradação progressiva das nossas contas públicas: mais de metade dos empregos criados nos últimos 18 anos são a tempo parcial, contratos a termo ou trabalho independente, conclui um estudo que analisa as desigualdades nos países da OCDE e em várias economias emergentes.
"Entre 1995 e 2013, mais de metade de todos os empregos criados nos países da OCDE eram de uma destas categorias.”
O estudo ontem apresentado pela OCDE complementa a informação constatando que os “trabalhadores pouco qualificados com contratos temporários, em particular, têm rendimentos muito mais baixos e mais instáveis que os trabalhadores permanentes”, confirma o aumento das desigualdades em quase todo o mundo e coloca Portugal na parte desse mundo onde – transferência/concentração de riqueza – o empobrecimento dos que menos têm corresponde ao aumento da fortuna dos mais ricos.
A OCDE identifica neste aumento das desigualdades um entrave ao crescimento económico que há que combater.
Apesar de haver histórias que nunca passam nos telejornais, não é novidade nenhuma. 
E a procissão ainda agora vai no adro.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O que era antes um sossego, porque não existia, é agora montra do nosso descontentamento…

“A divulgação do triste vídeo das agressões ao jovem figueirense revelou-nos que este tipo de violência se torna inaceitável quando a comunidade é confrontada com as imagens. 
Porque no antigamente não existia youtube isso não implica que os jovens de hoje sejam piores.”

 Rui Curado da Silva, no jornal AS BEIRAS

Quem se agarra à puridade?..

De vez em quando apetece relembrar isto…
Desde Outubro de 2013, pela primeira vez, depois do 25 de Abril de 1974, um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, votou, para passar a vigorar daí para a frente, que os jornalistas e o público só podem estar presentes na segunda reunião de câmara do mês. 
Em Fevereiro passado, foi  votada uma proposta dos vereadores do PSD que defendia o fim das reuniões de câmara à porta fechada... 
Mais uma vez, a maioria absoluta PS, votou pela manutenção de uma reunião mensal realizada à porta fechada. 
Como defendemos desde que tal acontece – Outubro de 2013 - foi um erro, que o PS vai acabar por pagar… 
Sabem quem se agarra à puridade
Os camaleões, quando lhes interessa. 
Pode-se gostar do que não se entende. Porém, nunca se gosta do que não se conhece… 

“Custe o que custar”, o pobre é para passar fome e o rico é para comer lagosta - e tudo o mais que quiser...

Já há operários da Camac a passar fome. 
São perto de 140. Vão fintando o desalento assim; uma ou outra laracha lançada para desanuviar. Para arrancar sorrisos de rostos consumidos pela preocupação. Para aquietar o desespero de não ter como honrar compromissos. Para esquecer, por instantes, que ali já há quem esteja a passar fome. Ou para não lembrar o episódio de sexta-feira, quando, de novo ultrapassado o prazo assumido pela administração para pagar o salário de abril, viram um colega ir de urgência para o hospital com um ataque de ansiedade seguido de outro de epilepsia.

Em tempo:
"Trabalhes ou estejas desempregado, serás pobre. É esta a mensagem subjacente às transformações que estão a ser feitas, em simultâneo, no mundo do trabalho e na protecção social no desemprego. É esta a sociedade de pobreza, com mais pobres e maior intensidade de pobreza, que está a ser construída de forma estrutural, porque o que se passa ao nível das remunerações salariais e da protecção social tem efeitos sobre todo o edifício económico, social e político. Uma sociedade que era já das mais desiguais antes da crise está a tornar-se mais desigual ainda."
Daqui

"Há coisas que não se aprendem na escola..."

Primeira página do jornal "i" de ontem e respectivo artigo.

Passam os dias e ninguém consegue entender aquilo...
O assunto continua a estar no pensamento e a  alimentar as conversas de café da malta da Aldeia.
O que pode ter motivado esta estranha agressão da polícia a  cidadãos pacíficos?
Isto é estranho: revela mais insegurança do que segurança, mais arrogância do que preocupação com a ordem pública, mais cobardia do que força.
Isto é estranho...
Todos, ou quase todos, queremos acreditar que o acto deste polícia não é representativo da acção da maioria do corpo policial que serve a Instituição. 
Para que isso continue a ser assim, tem de haver clareza.
O que parece que não está a acontecer...
O que é estranho.