sexta-feira, 21 de julho de 2006
quinta-feira, 20 de julho de 2006
A propósito duma entrevista
O estilo
O que conta não é a ideologia, ou a clivagem política, mas apenas o estilo de actuação e o modelo de acção.
O bom povo, não coloca questões, nem está para chatices. Muito menos, é exigente.
Algum ritmo e alguma acção, são as chaves do sucesso imediato.
Obviamente, que isso não dura sempre.
Com o passar dos anos, quando se espreme tudo, o estado de graça vai à vida.
Mas até lá – e isso pode durar anos - só é vencedor quem adapta o comportamento e linguagem às ideias com quem convive.
A dimensão
Estamos fartos de políticos fugazes.
O presente é tudo. O passado é uma chatice. O futuro é uma coisa longínqua.
Queremos é um líder. A equipa pouco importa. Gostamos de quem manda calar quem fala de mais, gostamos de quem se irrita facilmente, gostamos de quem exprime dureza. Gostamos de quem fala grosso.
Gostamos da linearidade. Gostamos de coisas só com uma dimensão.
A mensagem
Tendo um estilo próprio e uma linearidade inata, segue-se a construção da mensagem.
Depois, é só torná-la acessível. Para isso existem os papagaios amplificadores.
Quanto mais repetitiva, mais eficaz. As intervenções, os discursos, as entrevistas, têm sempre as mesmas palavras, as mesmas ideias, as mesmas tiradas.
Faz lembrar uma cassete. Mas serve perfeitamente, face ás poucas exigências do auditório.
As promessas
É preciso, para alimentar a propaganda, ter sempre em carteira algumas promessas, planos, anúncios, para transmitir uma imagem de eficácia, de trabalho contínuo e árduo. Se se cumpre ou não, ver-se-á no futuro.
Com boas ou más decisões, o que interessa é a ideia de acção e de trabalho incansável. É verdade, também, que não bastaria apenas o espectáculo: muitos dos planos são interessantes. É o lado mais importante desta encenação política: algumas das coisas têm de funcionar, para o cenário aguentar, a mensagem passar e o estilo atrair.
A duração
Até quando vai durar?
Como tudo, é uma questão de tempo.
A entrevista pode ser lida em http://correiodafigueira.blogspot.com/
quarta-feira, 19 de julho de 2006
A licença do isqueiro! ...
Até ao 25 de Abril de 1974 era obrigatória uma licença anual de uso de isqueiros.
Já nesses tempos, os governos tinham maneiras estranhas de sacar dinheiro ao pessoal.
Mas o mais, digamos assim, interessante, é o que está escrito no próprio documento: o apelo à denúncia, premiando o acto com 15% do valor da multa!..
Para os que não têm memória, cá está, no seu melhor, a pureza do regime salazarista-caetanista.
Será que o uso do isqueiro era subversivo?.
terça-feira, 18 de julho de 2006
Envelhecimento
No envelhecimento há coisas que custam.
Vermos desaparecer locais e coisas onde fomos felizes, que marcaram o percurso já percorrido, dói no mais fundo de nós. Arranha-nos a alma.
Este assomo de nostalgia tem a ver com o futuro desaparecimento da Ponte dos Arcos.
Dentro de dois anos, se se cumprir o previsto, vai estar pronta a Nova Ponte dos Arcos e a Velha Ponte dos Arcos vai ser implodida.
Isso mesmo – vai ser vítima de uma implosão.
Quer dizer, vai rebentar para dentro. O que é isso?!.. Uma modernice, uma moda?!... Ou, apenas, uma morte estúpida e rápida?!...
Mas, de certeza, não uma morte digna, nem decente, para quem tão bem cumpriu a sua missão durante décadas.
A Ponte dos Arcos, tal como está, é, neste momento, um estorvo, pois é um impedimento para o fluir do trânsito dos dias de hoje.
Estamos numa sociedade comodista, de consumo exacerbado, onde se vive e se morre a correr.
A Ponte dor Arcos é um estorvo, empata os carros, as motos, os camiões e, até, as bicicletas. Nada mais simples: faz-se desaparecer.
Da Ponte dos Arcos, a minha geração tem grandes recordações. O desafio que era a passagem, a pé, por cima dos arcos, que tremiam com a passagem dos pesados; os mergulhos, com a maré a encher, para depois ir a nadar até ao cais do Luís Elvira.
Para a Ponte dos Arcos, porém, ainda não é tempo de recordação. Tem o destino traçado, é certo, mas ainda tem dois anos de vida pela frente.
Por vontade dos políticos, a Velha Ponte dos Arcos vai ser implodida.
A Cova e Gala da minha juventude era pequena e fluia melancólica, mas com um peculiar recolhimento afectivo.
Entretanto, cresce desmesuradamente. Vai, também e paradoxalmente, envelhecendo lentamente.
Por vontade dos políticos, vai-se tornando um subúrbio, que é onde passam a residir os expulsos da cidade.
A minha Terra está a morrer. Ou, antes, estão a roubar-lhe a alma, que é a mesma coisa que condená-la a desaparecer numa agonia desumana, lenta e dolorosa.
Que é o que estão a fazer à Ponte dos Arcos, para quem, por vontade dos políticos, a morte está anunciada a prazo! ...
As pessoas caminham, mas não tomam conhecimento umas das outras, vão perdendo a alma.
Devia ser proibido matar os locais onde fomos felizes! ...
Quando desaparecem, vai com eles parte do que fomos ...
segunda-feira, 17 de julho de 2006
Campo de Trabalho Luso-Alemão na Cova-Gala
Em solidariedade com o Centro Social da Cova e Gala, 22 jovens provenientes do Distrito Eclesiástico Gladbach-Neuss da Igreja Evangélica da Renânia encontram-se na freguesia de S. Pedro, desde o passado dia 3 do corrente.
Estes jovens alemães vão estar na Cova-Gala até ao próximo dia 21.
Entretanto, enquanto estiveram entre nós, estes jovens alemãs, juntamente com alguns portugueses, ocupam-se de algumas tarefas de melhoramento das instalações do Centro Social da Cova e Gala (como pintar mesas, muros, cuidar do ATL, etc.).
Paralelamente com o trabalho, nos tempos livres e fins de semana, os jovens beneficiam de um programa de ocupação de tempos livres que passa por passeios e excursões ao Porto, Lisboa, Coimbra.
Previstas, estão igualmente actividades com membros das comunidades evagélicas-presbiterianas do concelho da Figueira da Foz.
Estes 22 jovens que vieram da Alemanha – 10 rapazes e 12 raparigas – dão seguimento a um programa de intercâmbio internacional, desenvolvido pelo Centro Social da Cova e Gala ao longo de décadas, que visa a manutenção e fortalecimento dos laços de amizade e troca de experiências interculturais entre a juventude local e, neste caso, a juventude alemã.
A realização deste Campo de Trabalho, fica a dever-se à colaboração estabelecida entre o Centro Social da Cova e Gala, o Distrito Eclesiástico Gladbach-Neuss da Igreja Evangélica da Renânia e a Azone.
domingo, 16 de julho de 2006
As Citroen da Gulbenkian
Alguma da liberdade que conquistamos ao longo da vida, tem a ver, ou foi adquirida, nos livros que fomos lendo. Com alguma regularidade, refugiu-me em páginas, onde o pensamento ou a realidade descrita, transbordam o meu quotidiano.
E, quão importante pode ser um livro, quando, no fundamental, como tem acontecido comigo nos últimos anos, contamos sobretudo connosco próprios!
Nascido numa casa com muito poucos livros, mas onde o gosto pela leitura era cultivado, a minha dívida perante as carrinhas da Fundação Gulbenkian é enorme.
As carrinhas, que paravam na Gala, no Largo das Alminhas, e na Cova, frente ao clube Mocidade Covense, traziam dois Homens que muito contribuíram para incentivar o gosto pela leitura de gerações de covagalenses.
Os seus nomes: António Dias Lopes Curto, já falecido e Joaquim Oliveira Medina, ao que sei, ainda vivo.
Este serviço, estritamente popular e sem fins lucrativos, era assegurado pela Fundação Gulbenkian em quase todo o Portugal continental, Açores e Madeira. Durou entre 1958 e meados da década de 90 e atingia níveis de leitura bastante elevados, em termos estatísticos de utilizadores atendidos e inscritos, com milhões de livros emprestados todos os anos.
A Gala e a Cova, agora, não ficam longe da Figueira. Há razoáveis transportes públicos e, muita gente, possui transporte particular, o que torna uma brincadeira uma ida à cidade.
Mas, no Portugal dos anos 60 e 70, as coisas eram substancialmente diferentes, e a chegada da Citroen da Fundação Gulbenkian, com as estantes carregadas de livros, era praticamente a nossa única oportunidade de aceder ao conhecimento.
Portugal, vivia, então, num regime autoritarista, fechado sobre si mesmo e castrador, onde a cultura não era propriamente uma prioridade do salazarismo.
Nas pequenas Terras, como a Cova e Gala, quando chegava a carrinha biblioteca da Gulbenkian, porém, abria-se uma janela para o conhecimento! ....
Há 50 anos, faz dia 18, nasceu a Fundação Gulbenkian. Parabéns.
Como seria Portugal, em 2006, se não existisse a Fundação Gulbenkian?
Confesso que não sei.
Sei, isso sim, como foram importantes para a minha geração as carrinhas Citroen da Gulbenkian! ...
Obrigado!
sábado, 15 de julho de 2006
Quem é o autor dos painéis do edifício da Junta de Freguesia?
Certamente, que ao passar pelo edifício da Junta de Freguesia de S. Pedro já se interrogou:
quem será o autor destes painéis?
Fique a saber que não é um artista qualquer.
É o Zé Penicheiro.
Zé Penicheiro nasce na aldeia beirã de Candosa, Tábua, mas a partir dos 2 anos passa a viver na Figueira da Foz.
Em 30 de Junho de 1978, em entrevista que na altura deu ao semanário “barca nova” dizia o artista: “ter nascido em Candosa foi um mero acidente. Considero-me figueirense de raiz, tão novo para aqui vim”.
Filho de um carpinteiro, de ascendência humilde, portanto, as dificuldades económicas impossibilitam-no de seguir qualquer curso de Artes Plásticas ou Belas Artes.
Como habilitações literárias “tenho apenas um diploma oficial: o da instrução primária.
Frequentei é certo a Escola Comercial e a Academia Figueirense, mas quedei-me por aí, pela curta frequência. Tenho é uma larga experiência da Universidade da Rua, onde aprendi tudo quanto sei e onde conheci as figuras que têm inspirado toda a minha obra”, disse ainda Zé Penicheiro em discurso directo, em 1978, ao extinto semanário figueirense citado acima.
Inicia a sua carreira artística como caricaturista e ilustrador.
Colabora em diversas publicações: jornais do Porto, Lisboa e província, "Primeiro de Janeiro", "A Bola", "Os Ridículos", "O Sempre Fixe", "A Bomba" “barca nova” e outros, publicam os seus "cartoons" de humor.
Criador duma expressão plástica original, que denomina de "Caricatura em Volume", inicia o seu ciclo de exposições, nesta modalidade, a partir de 1948.
António Augusto Menano, Poeta e Escritor Figueirense, em artigo publicado em 18 de Outubro de 2001, no jornal Linha do Oeste traça um esboço escrito sobre o Zé:
“A arte é indivisível de quem a produz, da acção do artista, da sua invenção criadora. A obra de Zé Penicheiro, a sua forma, o modo como se desenvolve artisticamente, traduz o seu diálogo com a matéria”.
E mais adiante: “Zé Penicheiro é memoralista, um moralista, um comprometido. Faz-nos recordar tipos arquétipos de actividades quase desaparecidas numa escrita sobre a pureza estética, que estará patente em toda a sua obra. Compromete-se, está ao lado dos mais fracos, do povo, retrata-os, mostra-os como se de uma “missão” se tratasse, obrigação profunda de retorno às raízes, outra forma de pintar a saudade”.
E a terminar o artigo, escreve António Augusto Menano:
“Mas a arte de Zé Penicheiro não esquece o lugar. Os lugares: a infância, as praias, as planícies, as serras, e as cidades da sua vida, “diálogo” de que têm surgido algumas das sua melhores obras.
Nesta sociedade pós industrial, da informática e do virtual, Zé Penicheiro mantém-se fiel aos seus “calos”, que está na base de um percurso tão “sui generis”.
Zé Penicheiro, a Universidade da Rua na origem de um Artista.
Os bonecos, o nanquim, o guache, o óleo – uma vida inteira a retratar as alegrias e tristezas de um povo admirável.
Que é o nosso!
sexta-feira, 14 de julho de 2006
Luz e cor
“O mar às vezes parece um céu diáfano, outras pó verde. Às vezes é dum azul transparente, outras cobalto.
Ou não tem consistência e é céu, ou é confusão e cólera.
De manhã desvanece-se, de tarde sonha.
E há dias de nevoeiro em que ele é extraordinário, quando a névoa espessa pouco a pouco se adelgaça, e surge atrás da última cortina vaporosa, todo verde, um verde que apetece respirar.
Diferentes verdes bóiam na água, esbranquiçados, transparentes, escuros, quase negros, misturados com restos de onda que se desfaz e redemoinha até ao longe. E ainda outros azulados, com a cor das podridões. Tudo isto graduado e dependendo do céu, da hora e das marés.”
Do livro Os Pescadores de Raul Brandão.
Jornalista e escritor.
Nasceu em 1867 e morreu em 1930.
quinta-feira, 13 de julho de 2006
Uma Incubadora
No Parque Industrial e Empresarial da Figueira da Foz, na Gala, foi inaugurada em finais do passado mês de Junho, uma Incubadora de Empresas. A atestar a importância do evento, esteve presente o Governo Central, através do Secretário de Estado adjunto da Indústria e da Inovação, António Castro Guerra.
O projecto constitui um serviço que visa contribuir para o fomento de iniciativas empresariais inovadoras ou de desenvolvimento de produtos inovadores, colocando ao dispor das empresas incubadas um conjunto de serviços e condições que contribuam para o respectivo êxito.A Incubadora da Figueira da Foz dará apoio nas infra-estruturas, serviço de secretariado, consultadoria e apoio na procura de parceiros para o desenvolvimento de projectos, além de outros espaços comuns, como sala de serviços partilhados, salas de reuniões, salas de formação, auditório, bar/cafetaria, refeitório, área de recepção, etc. Nesta obra, que na opinião de António Jorge Pedrosa, expressa em 29 de Junho passado no http://amicusficaria.blogspot.com/,"é, talvez a mais importante, do ponto de vista do desenvolvimento estratégico, feita no concelho nos últimos 10 anos”, gastaram-se mais de dois milhões de euros, dos quais um milhão e duzentos mil euros foram comparticipados por fundos comunitários.
Vamos ver se, daqui a três anos, passado o período previsto para a gestação dos projectos, o embrião se desenvolve e os projectos ganham asas e voam, graças a esta iniciativa, como é certamente o desejo das entidades que realizaram uma parceria para o levar por diante: a Câmara da Figueira da Foz e a ACIFF.
quarta-feira, 12 de julho de 2006
Aviso à Navegação
Alto aí!
Aviso à navegação!
Eu não morri:
Estou aqui
na ilha sem nome,
sem latitude nem longitude,
perdida nos mapas,
perdida no mar Tenebroso!
o perigo para a navegação!,
o dos saques e das abordagens,
o capitão da fragata
cem vezes torpedeada,
cem vezes afundada,
mas sempre ressuscitada!
Eu que aportei
com os porões inundados,
as torres desmoronadas,
os mastros e os lemes quebrados
- mas aportei!
E não espereis de mim a paz...
Aviso à navegação
Não espereis de mim a paz!
Que quanto mais me afundo
maior é a minha ânsia de salvar-me!
Que quanto mais um golpe me decepa
maior é a minha força de luar!
Não espereis de mim a paz!
Que na guerra
só conheço dois destinos
ou vencer - ai dos vencidos!
ou morrer sob os escombros
da luta que alevantei!
- (Foi jeito que me ficou,
não me sei desinteressar
do jogo que me jogar.)
Não espereis de mim a paz,
aviso à navegação!
Não espereis de mim a paz
que vos não sei perdoar!
Joaquim Namorado
terça-feira, 11 de julho de 2006
A Procissão
Sai a procissão da Capela
Com destino à beira-mar
Todos vão p’ra junto dela
Só para a ver passar
Vêm os cavalos à frente
Todos com muito jeito
P’ra afastar toda a gente
Com o máximo respeito
A fanfarra são uns amores
Tocam com muita energia
O rufar dos tambores
Ouve-se em toda a freguesia
As músicas vêm tocando
Com toda a devoção
E todos vêm acompanhando
A nossa procissão
Aí vêm os nossos barquinhos
Com os panos a panejar
A seguir vêm os santinhos
Com os anjinhos a acompanhar
Ai vem o nosso marinheiro
Com a sua mão estendida
Ele é o nosso padroeiro
Da nossa freguesia querida
Senhor abençoai os pescadores
Lembrai os tempos passados
Quando andavam nos barqinhos
Foram uns tempos amargurados
P’ara ganhar uns tostõezinhos
Estas quadras, simples, são de um homem do povo: Elísio Gafanhão, que viveu de 29 de Junho de 1917 a 14 de Setembro de 2000.
Na foto, gentilmente cedida pela família, está o poeta popular e pescador e a mulher.
Como escreve Manuel Luís Pata, no seu livro “A Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau”, um dos muitos heróis desconhecidos da nossa Terra.
Demandou os mares da Terra Nova e da Groenlândia.
Fez 33 campanhas à pesca do bacalhau.
Praticamente, fez quadras até ao final dos 83 anos que teve de vida.
A prova, fica aqui registada.
Estas quadras foram feitas em 1999, levava já 82 anos de existência.
Que cheiro!...
Quem passa nas imediações da etar de S. Pedro bem o sente: há alturas em que o cheiro é insuportável.
Há, pelo menos, 15 dias , que o nariz de quem atravessa a Ponte dos Arcos sofre a bom sofrer, com o cheiro pestilento que anda no ar! ...
O que se passa? ...
Estamos em plena época balnear e, isto, não é propriamente um agradável cartão de visitas para a Freguesia de S. Pedro.
Ainda bem que não é possível trazer até aqui o cheiro! ...
Fica a fotografia do Pedro Cruz.
segunda-feira, 10 de julho de 2006
Alguém pode ser comprado sem perder a dignidade?
Todo o homem tem valor? ...
Fica a interrogação! ...
Se for livre e despojado,
Ainda que em contradição,
Pode estar em todo o lado...
Mas, há homens que já só têm medo!...
Não têm espírito, abdicaram de lutar ...
São apenas um monte de sebo,
Viscoso e repelente! ...
Qual podridão impaciente
De se fazer notar! ...
Ser homem assim, não!
Com o tempo decai e adoece.
A morte torna-o lixo e apodrece.
Passou pela vida como um comilão.
Fica a lembrança de um estupor.
O que vale a integridade?
O homem é anjo?
O homem é besta?
O homem que quer fazer de anjo ...
Acaba por fazer de besta! ...
Alguém pode ser comprado sem perder a dignidade?
domingo, 9 de julho de 2006
A moda que veio da América
A moda veio já há uns anos dos Estados Unidos da América.
Foi o Zé Vidal, um antigo emigrante, sempre ligado a estas coisas da electrónica, que trouxe o primeiro detecta metais.
Estes exploradores da nossa zona balnear, criadores de uma nova actividade económica, são os novos garimpeiros, à procura dos tesouros depositados na areia das praias, pelos descuidados banhistas.
O objectivo é passar o tempo e arranjar algum.
Apanha-se de tudo: moedas, ouro, pratas e caricas, muitas caricas.
Também aqui, estamos em tempos de vacas magras. O sector já conheceu melhores dias.
“Parece que não há dinheiro”, ia dizendo o Chico, enquanto trabalhava com a máquina, domingo, ainda não eram 7 horas, no areal da Praia do Hospital.
E as queixas prosseguiam: ”o ano passado safei-me”.
Nem de propósito, a máquina dá sinal que algo metálico estava sob a areia.
Gera-se alguma expectativa, que rapidamente dá lugar à desilusão: era uma moeda de um cêntimo! ...
Isto está mesmo mau! ...
“No Algarve é que me safava...”, remata o Chico.
Acompanhámos a faina ainda durante uns tempos: nem um pulseira, nem um relógio, nem uma moeda decente, nem uma aliança, nada! ....Até para a praia, os portugueses vão de bolsos vazios! ...
sábado, 8 de julho de 2006
Mercado de S. Pedro está inaugurado
O mercado mais moderno do concelho está inaugurado.
Dois anos, um mês e dois dias depois da cerimónia de lançamento da primeira pedra e, após, cerca de 600 mil euros gastos, S. Pedro inaugurou o novo mercado, com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Com 40 bancas de peixe, legumes e outros produtos, o edifício conta, igualmente, com 12 lojas.
Outra mais valia do novo espaço comercial, é o estacionamento ao dispor dos utentes.A maioria dos espaços está reservada para os vendedores do mercado que ainda funciona na Remígio Falcão Barreto.
Em declarações prestadas na passada sexta feira ao diário “as beiras”, Carlos Simão, Presidente da autarquia da outra margem do Mondego, “prevê que possam surgir reclamações de alguns dos comerciantes do outro mercado.
É que nem todos estão colectados, sendo certo que só entra no novo espaço quem exercer a actividade de forma absolutamente legal”. Com a transferência de competências da Câmara para a Junta, a freguesia de S. Pedro é a gestora deste equipamento.
Isso quer dizer que vai passar a contar com mais uma importante fonte de receita.
Na ressaca do Portugal-Alemanha
O último sonho acabou.
Foi-se o bronze.
Pronto, agora já sabemos.
Não somos os melhores do mundo a jogar futebol.
Porém, estar entre os quatro melhores do Mundo foi uma grande conquista.
Acabou o sonho, venha a realidade. O que, convenhamos, é pouco conveniente para alguns, nomeadamente, para o governo.
Pode ser que, agora, com o futebol finalmente de férias, os portugueses acordem e
procurarem um culpado para a fraca vida que levam. O estado de graça dos governos, não é coisa que dure sempre.
Apesar da sorte do eng. Sócrates! ....
Chegou, finalmente, a hora do Executivo de José Sócrates mostrar o que vale.
No plano meramente político (propaganda incluída) e no plano efectivo da governação.
Se não, vale de pouco ter um país em que tudo se faz na internet, mas em que metade da população não tem acesso a um computador.
Se não, vale de pouco ter um país em que se cobram cada vez mais impostos, mas em que metade dos cidadãos não paga nada.
Se não, vale de pouco ter um país em que os governantes pregam a moralidade, mas em que muitos assessores ganham tanto ou mais que os governantes.
Se não, vale de pouco ter um Estado que pede sacrifícios, mas que não promove uma sociedade mais justa.
Se não, vale de pouco ter um país que ficou no 4º lugar no Mundial de futebol.
Contra a Alemanha, perdemos apenas um jogo de futebol.
Há mais vida para além do futebol.
Viva Portugal!
Apenas um degrau ...
sexta-feira, 7 de julho de 2006
Viagem
Não perspectivo nada ...
Mas tenho de me fazer à estrada!
A minha escrita é pobre? ...
Não é para todos o talento do António Nobre! ...
O transporte é lento? ...
O ar chega a ser bafiento! ...
Mas há que andar! ...
Perigo, corre o pescador sobre o mar! ...
Vai falhar o motor? ...
Mas, nem que seja à vela! ...
Continua a viagem! ...
Conseguir um lugar à janela
Não foi fácil, exigiu pundonor!
... Dá para ir vendo a paisagem! ...