sábado, 29 de setembro de 2018

A homenagem ao Pedro (V)

Pedro:
A Figueira, outrora cidade da praia da Claridade, nos últimos 44 anos, organizou o seu poder autárquico, à volta de uma pessoa de cada vez, seus acólitos, mesmo religiosos e de outras seitas, de dois partidos.
E da cidade da praia da Claridade, chegamos à cidade da praia da Calamidade.
A Figueira precisa de um estudo sociológico aprofundado.
Pena, nunca ter tido por cá nenhuma universidade de mérito para o fazer.

Pedro:
Há uma Homenagem pública, que continua. 
E há vários milhares a prestá-la. Que vai continuar.
E vão continuar a sobressair os detalhes.
E só os ínfimos detalhes. 
Mesmo na Figueira, longe vão os tempos em que as galinhas não tinham dentes... 

Pedro:
A Figueira é uma cidade que vive para a fotografia.
Não para a imagem de qualidade, pelos vistos.
O cenário é a sociedade local.
O enredo, é a política. E é escrito pelos os políticos que nos saíram em rifa nas eleições.

Pedro:
Que eu saiba, não tens partido político.
Mas votas.
Eles não percebem que o teu partido é o da qualidade, do profissionalismo, da tarefa cumprida com amor, com alegria e com verdade. 
Numa palavra: da superação. 
Como dizes: "se temos de fazer as coisas, o melhor é fazê-las bem".

Pedro: 
Aqueles que não se domaram e que lutam, já  foram homenageados por Saramago no romance Levantado do Chão.
Do chão se levanta tudo, até nós nos levantamos.  A opressão é, por definição, esmagadora, tende a baixar, a calcar. O movimento que reage a isto é o movimento de levantar: levantar o peso que nos esmaga, que nos domina. Portanto, o livro chama-se Levantado do Chão porque, no fundo, levantam-se os homens do chão, levantam-se as searas, é no chão que semeamos, é nos chão que nascem as árvores e até do chão se pode levantar um livro. Ou uma fotografia.

Pedro:
Aceita um abraço do teu admirador e Amigo, também teu tio (desculpa lá, mas a família não se pode escolher) António Agostinho.

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