Há silêncios recolhidos, densos. Há silêncios
doridos, vivos de mágoa. Há silêncios de
espanto. Há silêncios duros, tensos. Há silêncios
constrangidos. Há silêncios desajeitados. Tolos.
Há silêncios de recusa. Ou de pudor. Há silêncios
ansiosos. Há o silêncio da espera. O silêncio
da premeditação. E o da raiva. Há o silêncio da
ignomínia e da humilhação. Do esquecimento. Do
desprezo. Há silêncios palpitantes. Há mil palavras
em certos silêncios. Há o silêncio da prece. E há o
silêncio do vazio. Há silêncios impossíveis. E há o
silêncio procurado. O voto do silêncio. A humildade
do silêncio. Há segredos nos silêncios. Há silêncios
apavorados e também os há pavorosos. Mas há
silêncios deslumbrados, intensos. Há o silêncio do
silêncio, de onde a música brota. Há ainda o silêncio
de quando a voz não cabe nas palavras. E há o
silêncio que fica quando ficamos sós: humidade que
se adentra e nos devora em silêncio.
Jorge Colaço, Crateras e cristais
doridos, vivos de mágoa. Há silêncios de
espanto. Há silêncios duros, tensos. Há silêncios
constrangidos. Há silêncios desajeitados. Tolos.
Há silêncios de recusa. Ou de pudor. Há silêncios
ansiosos. Há o silêncio da espera. O silêncio
da premeditação. E o da raiva. Há o silêncio da
ignomínia e da humilhação. Do esquecimento. Do
desprezo. Há silêncios palpitantes. Há mil palavras
em certos silêncios. Há o silêncio da prece. E há o
silêncio do vazio. Há silêncios impossíveis. E há o
silêncio procurado. O voto do silêncio. A humildade
do silêncio. Há segredos nos silêncios. Há silêncios
apavorados e também os há pavorosos. Mas há
silêncios deslumbrados, intensos. Há o silêncio do
silêncio, de onde a música brota. Há ainda o silêncio
de quando a voz não cabe nas palavras. E há o
silêncio que fica quando ficamos sós: humidade que
se adentra e nos devora em silêncio.
Jorge Colaço, Crateras e cristais
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