sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

"HAVERÁ ALGO QUE NOS ESCAPA?", uma crónica de Carlos Tenreiro

Via Figueira na Hora
"Perfeitamente diagnosticada a maleita (necessidade premente de transposição das areias retidas a norte para sul), desde há muito que se vem insistindo na mesma terapia, assente em dragagens, ripagens e aplicação de betão e pedra na linha de costa, sem resultados positivos aparentes, bem pelo contrário.
Grupo de técnicos e cientistas apontam uma saída alternativa através da implementação dum by pass (vide o Relatório do Grupo de Estudo Para o Litoral 2015 - www.apambiente.pt/ajaxpages/destaque.php?id=552-), uma tecnologia já testada e utilizada com sucesso noutros pontos do globo que executa e monitoriza a transposição das areias, controlando mecanicamente aquilo que deveria ser o seu percurso natural.
Ao ser assegurada artificialmente a transferência das areias, tornar-se-ia possível refazer a zona de costa afectada, desassorear a barra, bem como, encurtar a praia. Isto é, duma assentada, eliminava-se o problema ambiental, assegurava-se a segurança/desenvolvimento do porto e restituía-se a tão necessária atractividade turística à emblemática praia.
Contudo, antes do mais, importa realizar o dito estudo, de forma a comprovar a efectiva eficácia do famigerado by pass, que a confirmar-se, operaria, seguramente, uma clara mudança de paradigma, pondo termo a um longo ciclo de milhões de euros “derretidos” em operações de larga escala de dragagens, ripagens e empreitadas de obra de betão e pedra na linha de costa, sem fim à vista.
Por enquanto mantém-se o impasse. O governo central apesar dos relatórios técnicos e da Recomendação aprovada pela Assembleia da Republica continua a fazer orelhas moucas e não avança com o estudo, mantendo orçamentado e projectados os infindáveis milhões de euros do erário público para futuras dragagens, ripagens e empreitadas de obras na costa litoral. Por seu turno, o responsável máximo da autarquia declara publicamente que não se opõe ao estudo mas não toma qualquer iniciativa sobre o mesmo, justificando que não é da competência do município (!?), como se um assunto desta dimensão não tivesse qualquer importância ou impacto em termos locais.
Como curiosidade, refira-se que o valor do estudo do by pass ronda os cem mil euros, o montante aproximado e correspondente à famosa campanha promocional há pouco tempo lançada pela Câmara Municipal onde figuravam uns polémicos out doors…
Quem receia o estudo? Haverá algo que nos escapa?"

Para ler na íntegra, clicar aqui.

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