"Foram estas declarações do Presidente da República que me convidaram a recordar tudo isto. Em vez de falar nas violações grosseiras à lei da greve a que assistimos por estes dias no porto de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa preferiu referir que o regular funcionamento dos portos portugueses é determinante para as nossas exportações. Nossas, é como quem diz, das exportações que enriquecem toda uma turba de “empreendedores” que não conseguem ser competitivos sem atropelar os salários e os direitos de quem trabalha."
- Filipe Tourais
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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