Em 1973, quando comecei a trabalhar oficialmente (trabalhar já trabalhava há alguns anos...), a pagar impostos e a descontar para a segurança social, a lei previa, salvo erro, que teria direito a aposentar-me ao fim de 30 anos de trabalho.
Se a matemática não é uma batata, deveria ter direito à reforma há doze anos, quando tinha 50.
Neste momento da minha vida, com uma carreira contributiva de 43 anos e com 62 de vida, ainda estou à espera de ser reformado.
Espero, por isso, que o Tribunal Constitucional tenha em conta as legítimas expectativas que criei e que, defendendo o princípio da protecção da confiança, impeça o Estado de me forçar à violência de me vir a sentir penalizado.
Ah: já agora, se não for pedir muito, aproveito para solicitar o reembolso dos cortes feitos no subsídio de desemprego, que deram cabo das legítimas expectativas que criei para a minha vida nos últimos três anos...
Que eu saiba, sempre fui um bom e cumpridor cidadão e bom português, merecedor, igualmente, de ser defendido no legítimo princípio de protecção de confiança...
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