Ora aí está "o regador rosa, para quem já sentia saudades"...
Maldita memória, que arranja sempre maneira de se pôr ao fresco quando é precisa.
Há quase quinze anos, quando o pesadelo destes "não pode ser" começou, um Governo, por sinal do tal partido que apenas fica vagamente de esquerda quando está na oposição, também quis vender a TAP, então à Swissair, e a venda chegou a ser aprovada em Conselho de Ministros.
O senhor engravatado que nesse longínquo ano 2000 nos disse o mesmo "não pode ser" que hoje nos diz Maria Luís Albuquerque foi António Guterres.
O que a realidade nos veio dizer depois foi que a TAP teria desaparecido se o negócio não tivesse abortado.
O comprador, a Swissair, entretanto desapareceu. Faliu.
Se ainda temos transportadora aérea devemo-lo aos trabalhadores da TAP.
Foi a sua luta que fez o Governo de Guterres recuar.
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
1 comentário:
Se temos transportadora TAP, deve-se aos contribuintes, porque o buraco cresce todos os anos. Ou não será verdade?
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