sábado, 20 de dezembro de 2014

Interessante e gostoso de ler...

"O PS e a esquerda" (II) por MANUEL LOFF.

 "Afinal, o Bloco Central é bom. Ou foi, e durante uma crise, precisamente: em 1983-85, o de Soares e Mota Pinto teria sido um exemplo de “capacidade de mobilização do país para vencer a crise” (António Costa, Expresso, 17/12/2014). 
Quinze dias depois da “viragem à esquerda”, o PS voltou a ler a história como sempre a leu. 
... aqueles que repetem que é por culpa do PCP e do BE que o milhão de portugueses que votam à esquerda do PS não contribuem para uma alternativa de governo cometem um erro central de análise histórica (e política) porque partem do princípio que o PS é um partido de esquerda conjunturalmente obrigado a governar à direita. 
Na verdade, o PS comportou-se sempre, nos últimos 40 anos, como uma força do campo social-liberal: com políticas económicas liberais, tomando o partido dos empregadores e do capital contra o trabalho, porque os julga os motores do desenvolvimento e os verdadeiros produtores da riqueza; social apenas quando o crescimento/acumulação da riqueza daqueles permita gastar um pouco com aqueles a que Passos chama “o mexilhão”. 
O PS não é um partido socialista como os outros. Ele é, em Portugal, o herdeiro histórico mais próximo do reformismo republicano. 
O seu coração bate mais depressa pelo 5 de Outubro do que pelo 25 de Abril."

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