Escrevi-o recentemente e mantenho, pois é o que continuo a pensar.
"A escolha de notícias, o critério de fazer as primeiras páginas e o modo como se discutem na redacção, as imagens que se colocam, os temas que se abordam e os convidados para emitir opinião, tudo isso é matéria reservada a quem pontifica e manda nos jornais.
Como leitor, não devo ter direito a explicações."
Todavia, é com agrado que registo a existência de um jornal semanário na Figueira que vai conseguindo resistir à crise.
Mas, a Figueira tinha direito a mais.
Repito, também, aquilo que escrevi recentemente - pois é o que penso desde o final dos anos setenta do século passado e que era, no fundo, o grande desafio do barca nova e do Zé Martins... - e que causou burburinho em certos meandros figueirenses ligados ao meio...
"Que falta faz à nossa cidade e aos nosso concelho um jornal diário feito na figueira - e por figueirenses..."
António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
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